Idosos serão 25% no país até 2050, desafiando Previdência. Na AL, número quadruplicará
O forte ritmo de envelhecimento da população da América Latina fará com que os países da região tenham menos tempo que as nações desenvolvidas para se adaptar às mudanças que ocorrerão em sua estrutura populacional. A avaliação é do diretor do Centro Latino-Americano e Caribenho de Demografia (Celade) da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Dirk Jaspers.
Em entrevista ao GLOBO, ele afirmou que a população de 60 anos ou mais cresce, em média, 3,5% por ano na região. Isso fará com que o grupo de pessoas nessa faixa etária seja quadruplicado entre 2000 e 2050.
– No Brasil, por exemplo, a proporção de pessoas idosas (hoje em torno de 11%) chegará a 25% da população em 2050. Trata-se de um aumento mais rápido que o registrado nos países desenvolvidos da Europa.
O Brasil é um dos países da América Latina que passam por um processo de envelhecimento moderado. Segundo estimativas da Cepal, a população idosa no Brasil crescerá, em média, 3,7% por ano até 2025. Já na Argentina e no Uruguai, países com processo de envelhecimento avançado, essas taxas estão torno de 1,8% e 1,1%, respectivamente.
Um dos principais desafios gerados por esse fenômeno está na criação de uma rede de proteção social para a população idosa. Outro desafio são os custos que isso pode ter para os países.
Especialistas afirmam que uma reforma dificilmente deve ocorrer no Brasil a curto prazo.
Entre essas medidas, estão a possibilidade de patrões abaterem do Imposto de Renda parte do que pagam como Previdência Social de empregados domésticos e o plano simplificado de inclusão previdenciária. Por ele, pessoas de baixa renda têm a alíquota da contribuição previdenciária reduzida de 20% para 11%.
No caso das pensões por morte, o Brasil é o único país onde o benefício é integral, vitalício e independente da idade do viúvo. O governo já fez o que podia do ponto de vista administrativo. Agora, é hora de reformar o sistema de verdade. Reformar a Previdência é difícil no mundo inteiro. As medidas têm um custo político muito alto e só terão efeitos no longo prazo.
OGlobo