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DROGA: usuários de crack chegam a 370 mil no País, diz estudo

crack[1]Os usuários regulares de crack e de formas similares de cocaína fumada (pasta-base, merla e oxi) somam 370 mil pessoas nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. Considerada uma população oculta e de difícil acesso, ela representa 35% do total de consumidores de drogas ilícitas, com exceção da maconha, nesses municípios, estimado em 1 milhão de brasileiros.

A constatação está no estudo Estimativa do Número de Usuários de Crack e/ou Similares nas Capitais do País, divulgado nesta quinta-feira pelos ministérios da Justiça e da Saúde. A pesquisa foi encomendada pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Para o secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Vitore Maximiano, o número de usuários regulares desse tipo de droga é “expressivo”, embora corresponda a 0,8% da população das capitais (45 milhões de habitntes). “Não é pouco, em absoluto, termos 370 mil pessoas com uso regular de crack. O nú

mero é expressivo e mostra que devemos ter total preocupação com o tema.”

O secretário classificou de surpreendente o fato de que, em números absolutos, a Região Nordeste concentrar a maior parte dos usuários – contrariando o senso comum, segundo o qual o consumo é maior no Sudeste. Como a prática ocorre em locais públicos e durante o dia, ela costuma ser mais visível, devido à formação das chamadas cracolândias. De acordo com o estudo, no Nordeste, há aproximadamente 150 mil usuários de crack, cerca de 40% do total de pessoas que fazem uso regular da droga em to

das as capitais do país.

“Esse é um achado que surpreende: a presença de um forte consumo no Nordeste, e também, proporcionalmente, no Sul (onde há 37 mil usuários de crack). No Nordeste, acreditamos que seja em razão do próprio IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo, quando equiparado nacionalmente”, disse. “Já em relação ao Sul, verificamos um componente histórico, uma vez que tradicionalmente há na região um maior uso de drogas injetáveis, cujo índice no país é muito baixo, mas sempre com maio

r predominância por lá”, acrescentou.

A proporção do consumo do crack em relação ao uso total de drogas ilícitas (com exceção da maconha) também apresenta variações entre as regiões. Enquanto nas capitais do Norte, o crack e similares representam 20% do conjunto de substâncias ilícitas consumidas, no Sul e no Centro-Oeste o produto corresponde a 52% e 47%, respectivamente.

O levantamento mostra ainda que, entre os 370 mil usuários de crack e similares, 14% são menores de idade. Isso indica que aproximadamente 50 mil crianças e adolescentes usam regularmente essa substância nas capitais do país. A maior parte deles (56%) também estão concentrados nas capitais do Nordeste, onde foram identificados 28 mil menores nesta situação.

Em relação aos locais de consumo da droga, o estudo identificou que oito em cada dez usuários usam crack em e

spaços públicos, de interação e circulação de pessoas. A diretora de Projetos Estratégicos da Senad, Cejana Passos, ressaltou que, em razão dessa característica, não adianta fazer uma pesquisa co


“Essas pessoas podem não estar na residência. Por isso, era preciso investigar o todo e cruzar as redes sociais”, disse. “Pela primeira vez, a secretaria considera ter um dado muito confiável em relação ao número de usuários de crack nas capitais”, acrescentou.
m metodologias tradicionais, por exemplo, com perguntas diretas ao entrevistado sobre se ele usa ou não a droga, com o objetivo de estimar o número de usuários. Segundo ela, o método adotado, que investiga as redes sociais do entrevistado, com questionamento sobre as pessoas que ele conhece que usam a substância, foi possível chegar a um número mais preciso.

Para fazer o estudo, foram ouvidas, em casa, entre março e dezembro de 2012, 25 mil pessoas, que responderam a questões sobre as características das pessoas que integram suas redes de relacionamento. Entre as perguntas, havia algumas focadas especificamente no uso do crack e outras que serviram como controle de confiabilidade dos dados, cujas respostas podiam ser comparadas aos cadastros de órgãos públicos, por exemplo, número de conhecidos que são beneficiários do Bolsa Família.

Além desse estudo, as pastas divulgaram hoje a pesquisa Perfil dos Usuários de Crack e/ou Similares no Brasil, que traz informações sobre as características epidemiológicas dessa parcela da população.

Agência Brasil

ESTUDO: conheça os maconheiros mais famosos da história

maconha[1]Os adeptos costumam chamar de “mundo verde”. A maconha é apreciada por figuras famosas mundialmente, que se destacaram por suas histórias de vida. Governantes, artistas, cientistas, poetas, pensadores e filósofos, de diferentes tempos da história até os dias atuais, consumiram a substância, segundo o escritor americano Lester Grinspoon, em seu livro, A Medicina Esquecida.

Pesquisas de arqueólogos britânicos da revista National Geographic concluíram que os faraós egípcios eram grandes apreciadores de suas propriedades. Pesquisadores concluíram o fato ao estudarem escritos antigos e vestígios da planta achados em inúmeras tumbas.

O antropólogo britânico Charles Dolphin concluiu e publicou em sua obra A História da Cannabis, que os Imperadores Liu Chi-nu e Shen-Nung, dos primeiros séculos da China, foram consumidores da erva. Fatos são relatados por historiadores chineses, onde falavam de sua mágica em forma de fumaça. A própria história de seu povo traz um fato interessante sobre a criação do papel, antes feito do cânhamo.

Charles Dolphin também descreve que a Rainha Vitória, da Inglaterra, assim como a nobre sociedade inglesa que fazia parte de seu ciclo de amizades, foram adoradores dos efeitos da “diamba” – como era chamada a maconha pelos escravos africanos. Os fatos são contados em diários e agendas, guardadas no Palácio de Buckingham. Nos dias de hoje, os príncipes Harry e William continuam a tradição, segundo o polêmico jornal inglês The Mirror, que publicou imagens dos filhos da realeza.

Os quatro garotos de Liverpool, Beatles, enfumaçaram o palácio, certa vez, no auge de seu sucesso, em visita à Rainha Elizabeth. Os próprios artistas relatam o fato em pelo menos 60 livros sobre Paul McCartney, e a história da banda.

A artista plástica Yoko Ono, viúva de Jonh Lennon fez uma série de fotos na cidade de Nova Iorque. As imagens retrataram o líder dos Beatles consumindo a erva,  e hoje fazem parte de suas exposições pelo mundo.

Jack Herer, escritor e sociólogo americano, afirma que Abraham Lincoln, o primeiro presidente dos Estados Unidos, foi consumidor da erva, além de incentivar massivamente a sua plantação. Mais tarde, o presidente dos EUA George Washington foi um dos maiores plantadores da cannabis em terras norte-americanas. O contemporâneo ex-presidente Bill Clinton, deixou para a humanidade uma das frases mais cômicas relacionadas ao assunto, onde afirmou “Fumei, mas não traguei”. O atual presidente Barack Obama já admitiu que fumou “algumas vezes”.

Segundo o professor de Filosofia da Universidade de Oxford Fritz Allhoff, o poeta, dramaturgo e ativista francês Victor Hugo admitiu em escritos particulares e para os amigos parisienses que seus efeitos ajudavam suas criações, transmitidas do coração ao papel. William Shakespeare, escritor e poeta inglês, também a utilizava para mesmo fim. Oscar Wilde também a idolatrou.

Carl Segan, renomado cientista e escritor, foi um grande defensor do seu uso em inúmeras campanhas ao redor do mundo. O pai da psiquiatria, Sigmun Freud, admitiu que era seu “calmante preferido”, tema esse abordado pelo psicólogo inglês John Gray, no livro Freud, meu Herói .

Os escritores de obras de suspense e terror clássicos Edgar Allan Poe e Stephen King apreciaram a embriaguez da cannabis, assim como o filósofo Fredreich Nietzshe. Além dele, o novelista e crítico social Henry Charles Bukowski foi um dos maiores maconheiros da história, afirma o pesquisador Brian Preston, em sua publicação, Planeta Maconha.

Considerado um dos maiores atletas de todos os tempos, o americano Michael Phelps, foi flagrado por um paparazzi fumando maconha. O fato teve grande repercussão na mídia mundial, após publicação.

CINEMA

Entrando no universo da sétima arte, o jornalista californiano Jeff Henne pesquisou e encontrou nomes de famosos que fazem uso da cannabis. Henne conviveu décadas nos cenários e escritórios de Hollywood e observou o mundo paralelo. A pesquisa do repórter relata renomados diretores, como Francis Ford Coppolla, Hitchcock, Martin Scorsese, Oliver Stone, Quentin Tarantino. Além desses, a pesquisa inclui nomes como Ridley Scott, David Lynch, David Cronemberg, Stanley Kubrick , George Lucas e Steven Spilberg – que tragaram a fumaça “da verdinha”.

Os atores Julia Roberts, John Belushi, John Wayne, Luke Perry,  Arnold Schwarzenegger, Peter Fonda, Richard Pryor, Jack Black, Steve Martin, Macaulay Culkin, Wesley Snipes, Burt Reynolds, Harrison Ford, Cameron Diaz e Johnny Depp são exemplos do quanto a cannabis está inserida em Hollywood.

MÚSICA

Jeff Henne também cita nomes da música, inclusive existem nomes brasileiros. O mesmo jornalista esteve no Rio de Janeiro onde passou as férias de 2006. Ele admite que a lista de maconheiros é tão extensa de famosos, que poderia ilustrar uma centena de páginas. Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Rita Lee são citados na pesquisa.

Ainda no Brasil, a banda Planet Hemp defende seu uso e mudanças na lei, através das letras de Marcelo D2 e outros  membros.

HISTÓRIA

Os efeitos relaxantes e medicinais da curiosa e milenar planta cannabis sativa ainda causam polêmica e discussão na sociedade médica mundial sobre seus benefícios e malefícios. Os derivados da matéria-prima do cânhamo, facilmente se misturam com a história da humanidade. Há relatos chineses do seu uso recreativo e medicinal há mais de 2000 anos antes de Cristo, assim como das antigas sociedades dos Sumérios, Babilônicos e Egípcios. E tem, entre seus defensores, personalidades famosas na sua odisséia.

Uso da erva como ingrediente na produção de materiais náuticos se destacou ainda no Velho Mundo. Há antropólogos e historiadores que afirmam: as cordas que se misturavam entre mastros e velas de navios ingleses, portugueses, espanhóis e holandeses, eram feitos do cânhamo, na época da conquista oceânica. O fato é relatado no Tratado Sobre o Canamo, publicado em Portugal no século XVIII. Na publicação, são citados fatos como: portugueses chegaram ao Brasil através da força do cânhamo – ou melhor, a força de suas cordas navais.

DROGA!! Brasil campeão do crack

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Estudos da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp revelam que o Brasil perde apenas para os Estados Unidos em números de usuários de cocaína em pó e crack: 2,8 milhões entre nós contra 4,1 milhões entre os americanos. Isoladamente, o Brasil é o maior mercado mundial de crack e o segundo maior de cocaína.

No ano passado, o Fundo Nacional Antidrogas usou apenas R$ 21,6 milhões dos R$ 332,5 milhões do orçamento para ações de prevenção, repressão, tratamento e reintegração de dependentes. Nos últimos nove anos, o Fundo tinha dotações autorizadas de R$ 590,6 milhões e foram aplicados apenas R$ 143,1 milhões desse total (24,2%).

Justiça nega acesso à internet a Fernandinho Beira-Mar

 Gestão financeira

O TRF da 3ª região negou acesso à internet ao traficante Fernandinho Beira-Mar, preso em Campo Grande/MS. Por unanimidade, o tribunal reiterou a negativa de acesso à rede mundial de computadores ao réu preso em instituição prisional de segurança máxima. A decisão atendeu a parecer do MPF, que alegou que o acesso dos presos de alta periculosidade à internet é completamente inviável.

Beira-Mar pedia que, durante 2 anos, pudesse utilizar a internet para realizar curso superior à distância de gestão financeira da Universidade Católica Dom Bosco. Os advogados do traficante alegavam que o preso tem direito ao ensino dentro da penitenciária e que a educação contribui para a ressocialização do condenado.

O pedido havia sido indeferido pela 5ª vara Federal de Campo Grande, mas os advogados recorreram da decisão. Em resposta, o diretor da penitenciária explicou que ela conta com computadores ainda não instalados sendo “impossível proporcionar ao preso acesso à educação e ao mesmo tempo manter a rígida segurança, inerente ao sistema penitenciário federal”.

Em seu parecer, a PRR – Procuradoria Regional da República da 3ª região a alta periculosidade dos detentos como fator de impedimento do acesso. A PRR ponderou ainda que seria necessário contratar um profissional de informática e que a medida teria que ser válida a todos os detentos. A Procuradoria destacou que o acesso à internet permitiria que o preso se comunicasse livremente com qualquer pessoa, possibilitando que continue a comandar a organização criminosa e determinar o cometimento de toda sorte de delitos.

A PRR da 3ª região sugeriu que os advogados do traficante solicitem à instituição de ensino que encaminhasse as aulas, bem como eventuais exercícios e materiais de estudos, por meio de gravação, “de forma que não haja necessidade de acesso à internet”.

  • Processo: 0024837-51.2010.4.03.0000

Novo Código Penal descriminaliza uso privado de drogas

A comissão de juristas responsável pelo anteprojeto do novo Código Penal definiu que a proposta descriminalizará o uso de drogas. Pelo texto aprovado na manhã desta segunda-feira (28), caberá ao Poder Executivo regulamentar a quantidade de substância que uma pessoa poderá portar e manter sem que se considere tráfico. O anteprojeto será submetido ao trâmite legislativo regular após a conclusão dos trabalhos da comissão.

A quantidade de droga deve corresponder ao consumo médio individual de cada tipo de droga pelo período de cinco dias. A regulamentação dessa quantidade específica ficará a cargo de órgão administrativo de saúde pública, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O cultivo para consumo próprio também não será criminalizado.

A presunção de consumo para uso pessoal é relativa. Isso significa que, mesmo portando quantidade de droga menor que a regulamentar, a pessoa poderá ser condenada por tráfico caso se comprove, por outros elementos, que a substância não se destinava ao seu uso pessoal. Da mesma forma, quantidade superior poderá ser considerada como para consumo próprio, caso o acusado consiga comprovar essa destinação.

Crimes mantidos

Pela proposta da comissão, continua sendo crime o uso público e ostensivo de substâncias entorpecentes, assim como nas proximidades de escolas e na presença de crianças e adolescentes.

A pena para esse crime será a mesma atualmente aplicada aos usuários de drogas: advertência sobre os riscos do consumo, prestação de serviços à comunidade e comparecimento a cursos educativos.

Também continua crime a indução, instigação ou auxílio ao uso indevido de droga, com prisão de seis meses a dois anos. O compartilhamento de droga eventual e sem objetivo de lucro, com pessoa do relacionamento do agente, também é punível, com pena entre seis meses e um ano mais multa.

A comissão ainda irá deliberar sobre as causas de redução de pena para o tráfico. O restante da estrutura dos tipos penais relacionados não sofreu alteração significativa. Na mesma sessão, a comissão também tratou debullyingstalking, “flanelinhas” e constrangimento ilegal para tratamento médico.

Danúbia, mulher do Traficante Nem, a Xerifa da Rocinha

Na Favela dizem que o Tráfico traz riqueza e poder, claro que somente dentro da favela, mas o tráfico também traz belas mulhers não só de dentro da Comunidade mas também de fora dela. Danúbia de Souza Rangel era a  mulher de Antônio Bonfim Lopes ( o Nem), bela como uma atriz de Tv Danúbia desfrutava do Glamour que o marido lhe dava dentro e fora da Rocinha como casas de Luxo, festas caras, roupas de grife….

Fotografias mostram Danúbia, que gostava de ser chamada de Xerifa da Rocinha, em momentos de ‘só love’ com o ex-chefão e até beijando outra mulher

Um álbum com fotos de momentos românticos de Danúbia de Souza Rangel, de 27 anos, com seu namorado, o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi apreendido, na manhã de domingo, por PMs do Serviço Reservado do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na casa da ‘xerifa’ da Rocinha, como a mulher do ex-chefão da favela de São Conrado gostava de ser chamada.

No minidiário de capa rosa, ao qual o jornal MEIA HORA teve acesso, há ainda poses dela com amigos em festas, na praia, no baile funk e até beijando outra mulher na boca. Todas as 47 imagens são acompanhadas de versos das músicas “Velha Infância”, gravada pelos Tribalistas, e “Superfantástico”, sucesso na década de 80 com o grupo infantil Balão Mágico.

As fotos mostram o alto padrão de vida do casal, sempre coberto de joias douradas e com mais de um celular preso à cintura. Nem não economizava nas compras de braceletes, cordões, anéis e pulseiras de metais preciosos para ele e para a amada. Os mimos dados pelo bandido que foi o chefe da Rocinha por seis anos e comandava a facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) serviam para lavagem de dinheiro do tráfico, segundo a polícia.

Algumas fotos do álbum foram feitas num baile funk na Rocinha, onde o casal gostava de beber uísque e trocar carinhos em público. A casa em que o “diário da princesa de Nem” foi apreendido tinha aparência simples, mas era cheia de móveis e eletrodomésticos caros. O bandidão costumava passar dias lá, apesar de ter uma mansão na favela.

Beijar outra mulher na boca era liberado, Nem?

O ex-chefão Nem tinha fama de ciumento na Rocinha. Mas, pelo visto, o bandido não se importava que a namorada Danúbia beijasse outra mulher, já que no álbum ela aparece num momento boca a boca com uma amiga – a foto, que está acompanhada do verso “a nossa velha infância”, da música dos Tribalistas, ainda é repetida no fim do livrinho, numa página que reúne várias imagens, numa espécie de melhores momentos da ‘princesa’.

Mas um homem que teria cantado Danúbia enquanto ela passeava de moto pela Rocinha foi impiedosamente agredido pelo traficante e seu bando.

O Disque-Denúncia recebeu, desde a prisão de Nem, quatro informações sobre o paradeiro de Danúbia, que teria saído com parentes da favela poucas horas antes de o maridão ser capturado por PMs do Batalhão de Choque. Ela ainda teria mudado o visual: cortou o cabelo curto e pintou de preto.

Polícia está de olho nela

Segundo o delegado Rafael Willis, da Divisão de Capturas Polinter, Danúbia é investigada no inquérito que apura a ligação de familiares de Nem por associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ela chegou a ter a prisão preventiva decretada, mas conseguiu um habeas corpus, no mês passado, antes de ser encontrada pela polícia. “Investigamos todos que faziam parte do comércio de entorpecentes da Rocinha e ela está incluída. Não há mandado aberto, mas a Danúbia foi denunciada e vamos monitora-lá”, disse Willis.

‘Xerifa’ era a Viúva Negra

Danúbia fazia questão de ser chamada de xerifa da Rocinha, mas ela também era conhecida por um apelido que odiava: Viúva Negra. Isso porque, antes de namorar Nem, ela foi mulher do traficante Luiz Fernando Sales da Silva, o Mandioca, da Maré. Após a morte dele, a ex-loura acabou ficando com o substituto de Mandioca, um bandido chamado Marcélio de Souza Andrade, também morto em confronto com a polícia.

Com Informações do: Crime News e Meia Hora.


 

Jornalista da Época entrevistou o traficante Nem antes de ser preso

A jornalista Ruth de Aquino, de Época, entrevistou o traficante Nem antes de ele ser preso pela polícia. Ela se surpreendeu com o ex-dono da Rocinha, educado e com convicções políticas e socais surpreendentes.

Nem defende as UPP e condena o tráfico. Reconhece sua dívida com a sociedade. Quer pagá-la. Não admitia crack na favela, a droga que destrói famílias, comentou ele.

Meu encontro com Nem

RUTH DE AQUINO

Era sexta-feira 4 de novembro. Cheguei à Rua 2 às 18 horas. Ali fica, num beco, a casa comprada recentemente por Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, por R$ 115 mil. Apenas dez minutos de carro separam minha casa no asfalto do coração da Rocinha.

Por meio de contatos na favela com uma igreja que recupera drogados, traficantes e prostitutas, ficara acertado um encontro com Nem. Aos 35 anos, ele era o chefe do tráfico na favela havia seis anos. Era o dono do morro.

Queria entender o homem por trás do mito do “inimigo número um” da cidade. Nem é tratado de “presidente” por quem convive com ele. Temido e cortejado. Às terças-feiras, recebia a comunidade e analisava pedidos e disputas. Sexta era dia de pagamentos. Me disseram que ele dormia de dia e trabalhava à noite – e que é muito ligado à mãe, com quem sai de braços dados, para conversar e beber cerveja. Comprou várias casas nos últimos tempos e havia boatos fortes de que se entregaria em breve.

Logo que cheguei, soube que tinha passado por ele junto à mesa de pingue-pongue na rua. Todos sabiam que eu era uma pessoa “de fora”, do outro lado do muro invisível, no asfalto. Valas e uma montanha de lixo na esquina mostram o abandono de uma rua que já teve um posto policial, hoje fechado. Uma latinha vazia passa zunindo perto de meu rosto – tinha sido jogada por uma moça de short que passou de moto.

Aguardei por três horas, fui levada a diferentes lugares. Meus intermediários estavam nervosos porque “cabeças rolariam se tivesse um botãozinho na roupa para gravar ou uma câmera escondida”. Cheguei a perguntar: “Não está havendo uma inversão? Não deveria ser eu a estar nervosa e com medo?”. Às 21 horas, na garupa de um mototáxi, sem capacete, subi por vielas esburacadas e escuras, tirando fino dos ônibus e ouvindo o ruído da Rocinha, misto de funk, alto-falantes e televisores nos botequins. Cruzei com a loura Danúbia, atual mulher de Nem, pilo-tando uma moto laranja, com os cabelos longos na cintura. Fui até o alto, na Vila Verde, e tive a primeira surpresa.

LOGÍSTICA  A Rocinha é uma das maiores favelas do Rio. Entre os bairros ricos da Zona Sul e a Barra da Tijuca, é um ponto estratégico para o crime (Foto: Genilson Araújo/Parceiro/Ag. O Globo)LOGÍSTICA
A Rocinha é uma das maiores favelas do Rio. Entre os bairros ricos da Zona Sul e a Barra da Tijuca, é um ponto estratégico para o crime (Foto: Genilson Araújo/Parceiro/Ag. O Globo)

Não encontrei Nem numa sala malocada, cercado de homens armados. O cenário não podia ser mais inocente. Era público, bem iluminado e aberto: o novo campo de futebol da Rocinha, com grama sintética. Crianças e adultos jogavam. O céu estava estrelado e a vista mostrava as luzes dos barracos que abrigam 70 mil moradores. Nem se preparava para entrar em campo. Enfaixava com muitos esparadrapos o tornozelo direito. Mal me olhava nesse ritual. Conversava com um pastor sobre um rapaz viciado de 22 anos: “Pegou ele, pastor? Não pode desistir. A igreja não pode desistir nunca de recuperar alguém. Caraca, ele estava limpo, sem droga, tinha encontrado um emprego… me fala depois”, disse Nem. Colocou o meião, a tornozeleira por cima e levantou, me olhando de frente.

Foi a segunda surpresa. Alto, moreno e musculoso, muito diferente da imagem divulgada na mídia, de um rapaz franzino com topete descolorido e riso antipático, como o do Coringa. Nem é pai de sete filhos. “Dois me adotaram; me chamam de pai e me pedem bênção.” O último é um bebê com Danúbia, que montou um salão de beleza, segundo ele “com empréstimo no banco, e está pagando as prestações”. Nem é flamenguista doente. Mas vestia azul e branco, cores de seu time na favela. Camisa da Nike sem manga, boné, chuteiras.

– Em que posição você joga, Nem? – perguntei.

– De teimoso – disse, rindo –, meu tornozelo é bichado e ninguém me respeita mais em campo.

Foi uma conversa de 30 minutos, em pé. Educado, tranquilo, me chamou de senhora, não falou palavrão e não comentou acusações que pesam contra ele. Disse que não daria entrevista. “Para quê? Ninguém vai acreditar em mim, mas não sou o bandido mais perigoso do Rio.” Não quis gravador nem fotos. Meu silêncio foi mantido até sua prisão. A seguir, a reconstituição de um extrato de nossa conversa.

Acho que em menos de 20 anos a maconha vai ser liberada no Brasil. Já pensou quanto as empresas iam lucrar? “

UPP “O Rio precisava de um projeto assim. A sociedade tem razão em não suportar bandidos descendo armados do morro para assaltar no asfalto e depois voltar. Aqui na Rocinha não tem roubo de carro, ninguém rouba nada, às vezes uma moto ou outra. Não gosto de ver bandido com um monte de arma pendurada, fantasiado. A UPP é um projeto excelente, mas tem problemas. Imagina os policiais mal remunerados, mesmo os novos, controlando todos os becos de uma favela. Quantos não vão aceitar R$ 100 para ignorar a boca de fumo?”

Beltrame “Um dos caras mais inteligentes que já vi. Se tivesse mais caras assim, tudo seria melhor. Ele fala o que tem de ser dito. UPP não adianta se for só ocupação policial. Tem de botar ginásios de esporte, escolas, dar oportunidade. Como pode Cuba ter mais medalhas que a gente em Olimpíada? Se um filho de pobre fizesse prova do Enem com a mesma chance de um filho de rico, ele não ia para o tráfico. Ia para a faculdade.”

Religião “Não vou para o inferno. Leio a Bíblia sempre, pergunto a meus filhos todo dia se foram à escola, tento impedir garotos de entrar no crime, dou dinheiro para comida, aluguel, escola, para sumir daqui. Faço cultos na minha casa, chamo pastores. Mas não tenho ligação com nenhuma igreja. Minha ligação é com Deus. Aprendi a rezar criancinha, com meu pai. Mas só de uns sete anos para cá comecei a entender melhor os crentes. Acho que Deus tem algum plano para mim. Ele vai abrir alguma porta.”

Prisão “É muito ruim a vida do crime. Eu e um monte queremos largar. Bom é poder ir à praia, ao cinema, passear com a família sem medo de ser perseguido ou morto. Queria dormir em paz. Levar meu filho ao zoológico. Tenho medo de faltar a meus filhos. Porque o pai tem mais autoridade que a mãe. Diz que não, e é não. Na Colômbia, eles tiraram do crime milhares de guerrilheiros das Farc porque deram anistia e oportunidade para se integrarem à sociedade. Não peço anistia. Quero pagar minha dívida com a sociedade.”

Drogas “Não uso droga, só bebo com os amigos. Acho que em menos de 20 anos a maconha vai ser liberada no Brasil. Nos Estados Unidos, está quase. Já pensou quanto as empresas iam lucrar? Iam engolir o tráfico. Não negocio crack e proíbo trazer crack para a Rocinha. Porque isso destrói as pessoas, as famílias e a comunidade inteira. Conheço gente que usa cocaína há 30 anos e que funciona. Mas com o crack as pessoas assaltam e roubam tudo na frente.”

Recuperação “Mando para a casa de recuperação na Cidade de Deus garotas prostitutas, meninos viciados. Para não cair na vida nem ficar doente com aids, essa meninada precisa ter família e futuro. A UPP, para dar certo, precisa fazer a inclusão social dessas pessoas. É o que diz o Beltrame. E eu digo a todos os meus que estão no tráfico: a hora é agora. Quem quiser se recuperar vai para a igreja e se entrega para pagar o que deve e se salvar.”

Ídolo “Meu ídolo é o Lula. Adoro o Lula. Ele foi quem combateu o crime com mais sucesso. Por causa do PAC da Rocinha. Cinquenta dos meus homens saíram do tráfico para trabalhar nas obras. Sabe quantos voltaram para o crime? Nenhum. Porque viram que tinham trabalho e futuro na construção civil.”

Policiais “Pago muito por mês a policiais. Mas tenho mais policiais amigos do que policiais a quem eu pago. Eles sabem que eu digo: nada de atirar em policial que entra na favela. São todos pais de família, vêm para cá mandados, vão levar um tiro sem mais nem menos?”

Tráfico “Sei que dizem que entrei no tráfico por causa da minha filha. Ela tinha 10 meses e uma doença raríssima, precisava colocar cateter, um troço caro, e o Lulu (ex-chefe) me emprestou o dinheiro. Mas prefiro dizer que entrei no tráfico porque entrei. E não compensa.”

Nem estava ansioso para jogar futebol. Acabara de sair da academia onde faz musculação. Não me mandou embora, mas percebi que meu tempo tinha acabado. Desci a pé. Demorei a dormir.

Saúde: Quando o viciado é o médico

Há quem pense que, por compreender os riscos e os perigos das drogas melhor que ninguém, os médicos estejam livres de sua influência. Mas talvez o fato de tê-las estudado em profundidade seja na verdade a razão de esse mal estar tão disseminado na categoria. Ter acesso fácil, conhecer os sintomas do abuso e saber como escondê-los torna os médicos usuários perigosos.

Uma pesquisa feita na Inglaterra, publicada no jornal médico The Lancet, mostra que um número elevado de médicos, principalmente aqueles em formação, consome drogas como maconha, cocaína, LSD, ecstasy e anfetaminas, além de beber em  excesso. Cerca de

11% dizem fumar maconha regularmente e até 13% já fizeram uso de cocaína, ecstasy, LSD e anfetaminas. A maioria disse beber e se drogar por prazer. A pesquisa, no entanto, tocou em um ponto importante. Esses mesmos médicos que dizem fazer uso social das drogas demonstram níveis de ansiedade e depressão altíssimos — especialmente as mulheres: 45% (os homens somam 21%). Quando se trata de substâncias prescritas, quase 17% dos médicos declararam apresentar problemas relacionados ao uso de psicotrópicos e admitiram já ter feito uso de algum deles sem prescrição ou acompanhamento adequado (com destaque para os benzodiazepínicos, os “remédios para dormir”).

O autor do livro A Verdade sobre as Drogas, doutor Patrick Dixon, afirma que um médico viciado representa uma ameaça significativa à saúde pública, porque a vida de seus pacientes será colocada em risco. Cerca de 10% têm dificuldades em executar suas funções por causa do vício. Nos Estados Unidos, uma pesquisa de cinco anos mostrou que 12% dos médicos se viciam em drogas. Por essa razão, desde 1970 funciona por lá um programa de reabilitação.

Mas como garantir que os responsáveis por nossas vidas estejam sóbrios quando nos tratam? Precisamos primeiro entender que mecanismos são acionados quando alguém se entrega a qualquer tipo de excesso. O médico é, na maioria das vezes, ativo, ambicioso, competitivo, compulsivo, entusiasta e individualista — e por isso se frustra facilmente em suas necessidades de realização e reconhecimento. Isso pode ser suficiente para produzir ansiedade, depressão. Na maioria das vezes, em lugar de buscar cuidados psicológicos, ele se automedica com álcool e drogas. Alguns chegam ao extremo: suicídio. A morte é, por definição, familiar a quem pratica a medicina. Os médicos sabem exatamente o que fazer para eliminar a si próprios.

Um livro escrito por L. Wekstein (Handbook of Suicidology) mostrou que os elevados índices de suicídio encontrados entre estudantes de medicina e médicos estão relacionados à perda da onipotência, da onisciência e da virilidade idealizadas por muitos e à crescente ansiedade pelo temor em falhar.

Como foi minha experiência de quase 30 anos na profissão? Morremos de medo de falhar porque desempenhamos uma função única na vida das pessoas. Quando frustramos alguém, a queda é grande não somente para quem recebe a notícia. Nesse momento, faz diferença ter uma sólida formação e equilíbrio familiar e social. Caso contrário, simplesmente enlouqueceríamos. Conheço médicos incríveis que são totalmente dependentes de álcool e drogas, muitas vezes a ponto de precisarem tomar uma dose

para se “calibrar” antes de iniciar os trabalhos logo pela manhã…Acho que os médicos precisam relaxar e descansar mais. A verdade é que nunca fomos muito bons em cuidar de nossa própria saúde. A grande maioria tem um forte senso de dever e coloca os pacientes acima da própria saúde. Nós, médicos, deveríamos, acima

de tudo, buscar a construção de uma rotina pautada pela qualidade de vida, com equilíbrio entre as horas trabalhadas e as dispensadas ao lazer e à higiene mental.

No caso de quem já cruzou a linha do vício, faz-se necessária a criação de programas de apoio, com o duplo papel de ajudá-lo a alcançar a sobriedade e de dar garantias aos colegas, aos hospitais e ao público em geral de que poderá praticar um atendimento seguro. No estudo americano, três quartos dos médicos tratados tiveram resultados favoráveis ao longo de cinco anos. Tais programas parecem oferecer uma combinação adequada de tratamento e apoio para administrar a dependência.

Em um caso relatado nos Estados Unidos — muito parecido com algo que vivi no Brasil —, um jovem médico, totalmente dependente de álcool e drogas, pede ajuda a um colega. Este sugere que ele tome um remédio “para dormir”. O que o jovem médico faz? Toma o frasco inteiro… Termino com uma frase que circula há tempos nos hospitais: “Nenhuma forma de tratamento é efetiva com um paciente morto”.

* Cardiologista, faz parte da equipe do Instituto do Coração e dirige a Escola de Ciências da Saúde e Medicina na Universidade Anhembi Morumbi, ambos em São Paulo

Fonte:ALFA

OXi: composição da droga tem pouco querosene ou cal

 

Laudo concluído dia 24 de maio pela Polícia Federal, contraria a informação de que querosene ou gasolina são usadas na composição do chamado oxi.

Análises de amostras do entorpecente apreendidas pela PF revelam concentrações inferiores a 1%. Bem como apontam baixíssima porção de cal. Resultado: acredita-se que esses resíduos tenham origem do processo de extração da coca.

Baseada nessas descobertas, a PF agora é taxativa: o oxi não é uma nova categoria de droga e, sim, provem de substâncias já conhecidas como crack e pasta de cocaína. Mas então, por que seu efeito é tão devastador? “Justamente pela absurda concentração de pasta base de cocaína – foram encontradas nas amostras até 85% da droga. E não de solventes ou cal como tem sido aventado”, explica Ronaldo Silva Junior, perito que assina o laudo da PF.

Sonia Racy

Narcotráfico no Peru, fora do debate presidencial, preocupa o Brasil

O narcotráfico está em forte crescimento no Peru, mas o tema não está sendo debatido na campanha eleitoral. Em junho, a ONU deve apontar o país como o maior produtor mundial de cocaína, superando a Colômbia. Segundo fotos de satélite, a produção da folha de coca, antes concentrada nos vales andinos, já chegou à Amazônia peruana, bem perto da fronteira com o Brasil.

Nenhum dos dois candidatos à Presidência tem propostas claras de como enfrentar o narcotráfico. Esse é o assunto que mais preocupa o Brasil na relação com o Peru. As autoridades brasileiras já perceberam a escalada do problema na extensa fronteira de quase 3.000 km entre os dois países. Em janeiro, a Polícia Federal capturou o chefe do tráfico do lado peruano, em operação na qual houve confronto armado.

Valor

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