Mesmo após ter feito declarações públicas afirmando que não tem mais interesse em disputar a Presidência da República e que prefere disputar uma vaga no Senado, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, ainda continua sendo cotado e até mesmo sendo pressionado pelo PSDB para ser pelo menos candidato à vice na chapa encabeçada pelo governador de São Paulo e pré-candidato presidencial do partido, José Serra.
As novas investidas do PSDB em Aécio ocorrem num momento em que a diferença entre Serra e a candidata do PT, ministra Dilma Rousseff, vem caindo nas últimas pesquisas eleitorais. O fato dominou o cenário político em Brasília neste começo de semana.
Partidos da base de oposição ao governo federal, como o DEM e PPS, pretendem entrar em contato com o governador mineiro para tentar convencê-lo a entrar na disputa em nível nacional. O deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) disse que vai se reunir com Aécio na próxima quinta-feira.
“Temos de convencer o governador. Vamos aproveitar as homenagens a Tancredo Neves para conversar mais uma vez com ele”, afirmou o deputado.
Antes de aceitar a ideia de uma chapa “puro-sangue”, era praticamente certo que o DEM indicasse o candidato à vice. Um dos nomes citados era o do governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (desfiliado do Democratas), mas a divulgação do escândalo conhecido como “mensalão de Brasília” tirou a legenda da disputa.
Dando início à romaria de líderes oposicionistas que tentarão sensibilizar o governador Aécio Neves para que aceite compor como candidato a vice numa chapa encabeçada pelo colega paulista José Serra, o líder do DEM, deputado Paulo Bornhausen (SC), disse hoje que numa eventual vitória tucana, o mineiro seria como um “sócio” do presidente eleito. “Eu diria que seriam dois presidentes tocando o Brasil para frente”, afirmou Bornhausen. “Aécio Neves jamais será um vice, ele será um sócio do presidente”.
Além de Aécio Neves, outro nome comentado para ser vice de Serra é o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).