Arquivo do dia: março 9, 2010

O Poder da meditação

A revista Isto É publicou matéria muito interessante sobre a prática da meditação que reproduzimos abaixo:

A técnica ganha espaço em instituições renomadas e prova ser eficaz contra um leque cada vez maior de doenças. Entre elas, a depressão, males cardíacos e até Aids

FELICIDADE
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A atriz Cláudia Ohana, 46 anos, aderiu ao método há dez anos. Foi uma das formas que escolheu para diminuir a ansiedade, que lhe provoca irritação e dor de estômago. “Depois de uma semana de prática, fico mais tranquila e paciente.” Para ela, a técnica diminui o stress causado pelo excesso de trabalho e pela vida na cidade grande. “É praticamente uma pílula de felicidade”, afirma

O poder da meditação – Parte 1 –

Cilene Pereira e Maíra Magro

Ela chegou ao Ocidente como mais um item da lista de atrações exóticas do Oriente. Hoje, está se transformando em um dos mais respeitados recursos terapêuticos usados pela medicina que conhecemos. Está se falando aqui da meditação, uma prática milenar cujo principal objetivo é limpar a mente dos milhares de pensamentos desnecessários que por ela passam a cada minuto, ajudando o indivíduo a se concentrar no momento presente. É por essa razão que um de seus benefícios é o de ajudar as pessoas a lidar com sentimentos como a ansiedade. Mas o que se tem visto, de acordo com as numerosas pesquisas científicas a respeito da técnica, é que a meditação se firma cada vez mais como uma espécie de remédio – acessível e sem efeitos colaterais – indicado para um leque já amplo de enfermidades: da depressão ao controle da dor, da artrite reumatoide aos efeitos colaterais do câncer.

A inclusão da prática no rol de tratamentos da medicina ocidental é um fenômeno mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, ela figura entre as opções de centros renomados como o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, um dos centros de referência do planeta no tratamento da doença. Também está disponível na Clínica Mayo, outro respeitado serviço de saúde. No Brasil, o método começa a ganhar espaço, boa parte dele assegurado pela Política de Práticas Integrativas e Complementares do SUS, implementada em 2006 pelo Ministério da Saúde. Ela incentiva o uso, pela rede pública, de uma série de práticas não convencionais – como a medicina tradicional chinesa, a acupuntura e a fitoterapia – para auxiliar no processo de cura. “Nessas diretrizes, a meditação está prevista como parte integrante da medicina chinesa”, explica a médica sanitarista Carmem De Simoni, coordenadora do programa.

Em Campinas, no interior de São Paulo, 20 postos de saúde oferecem treinamentos de meditação gratuitos à população. Em São Carlos, também no interior paulista, alguns postos públicos de atendimento começarão a ofertar este ano sessões usando uma técnica conhecida como atenção plena (Mindfulness-Based Stress Reduction, ou MBSR, em inglês), desenvolvida pelo Centro Médico da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. É baseada em exercícios de respiração e consciência corporal que ajudam o indivíduo a focar as percepções no momento presente. “Queremos incluir a prática em 30 unidades de saúde”, diz Marcelo Demarzo, chefe do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos.

“Meditadores têm habilidade singular para cultivar emoções positivas”
Eileen Luders, pesquisadora da Universidade da Califórnia

Outra experiência interessante no Brasil é o uso do método em escolas da rede estadual do ensino médio do Rio de Janeiro. Trata-se de uma iniciativa da Fundação David Lynch, criada pelo cineasta americano, com o objetivo de reduzir a violência nos colégios por meio da prática. Um projeto piloto com cerca de 750 crianças e adolescentes de 10 a 18 anos mostrou que ela contribui para o aumento da concentração e da criatividade. “Muitas relataram ainda benefícios como redução de crises de dor de cabeça”, diz Joan Roura, representante da entidade no Brasil.

O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, decidiu oferecer a prática tanto para pacientes quanto para funcionários, depois de testá-la por dois anos no setor de oncologia. “Nos pacientes em tratamento contra o câncer, notamos uma diminuição na ansiedade e maior disposição para enfrentar a doença”, afirma o médico Paulo de Tarso Lima. Ele é responsável pelo serviço de medicina integrativa no hospital, que promove a adoção de terapias complementares – entre elas, a meditação – para auxiliar no tratamento convencional.

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O movimento que se observa atualmente com a meditação é o mesmo experimentado pela acupuntura cerca de dez anos atrás. Da mesma forma que o método das agulhas, ela conquista o respeito da medicina tradicional porque tem passado nas provas de eficácia realizadas de acordo com a ciência ocidental. Isso quer dizer que, aos olhos dos pesquisadores, foi despida de qualquer caráter esotérico, mostrando-se, ao contrário, um recurso possível a todos – ninguém precisa ser guru indiano para praticá-lo – e de fato capaz de promover no organismo mudanças fisiológicas importantes.

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PREVENÇÃO
Em São Paulo, idosos usam o método como auxílio contra a hipertensão

A profusão de pesquisas que apontam algumas dessas alterações é grande. Os resultados mais impressionantes vêm dos estudos que se propõem a investigar seus efeitos no cérebro. Um exemplo é o trabalho realizado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica “NeuroImage”. Após compararem o cérebro de 22 meditadores com o de 22 pessoas que nunca meditaram, eles descobriram que os praticantes possuem algumas estruturas cerebrais maiores do que as dos não praticantes. Especificamente, hipocampo, tálamo e córtex orbitofrontal. As duas primeiras estão envolvidas no processamento das emoções. E a terceira região, no raciocínio. “Sabemos que as pessoas que meditam têm uma habilidade singular para cultivar emoções positivas”, disse à ISTOÉ Eileen Luders, do Laboratório de Neuroimagem da universidade. “As diferenças observadas na anatomia cerebral desses indivíduos nos deram uma pista da razão desse fenômeno.”

ALÍVIO CONTRA O CÂNCER A prática faz com que os pacientes
sintam menos náuseas após a quimioterapia

Na publicação “Psychological Science”, há outro trabalho interessante. Pesquisadores da Universidade George Mason constataram que a prática proporciona uma melhora significativa na memória visual. Normalmente, uma imagem é armazenada integralmente no cérebro por pouquíssimo tempo. Mas o estudo verificou que monges, habituados a meditar todos os dias, conseguem guardá-las – com riqueza de detalhes – até 30 minutos depois de praticar. “Isso significa que a meditação melhora muito este tipo de memória, mesmo após um certo período”, disse à ISTOÉ Maria Kozhenikov, autora do experimento. Essa habilidade transforma a técnica em um potencial instrumento para complementar o tratamento de doenças que prejudiquem a memória, como o mal de Alzheimer.

O poder da meditação – Parte 2

No Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein, aqui no Brasil, pela técnica de ressonância magnética foram fotografados os cérebros de 100 voluntários, antes e depois de um retiro de uma semana para práticas diárias. “Na análise de uma primeira amostra, observamos que as áreas ligadas à atenção, como o córtex pré-frontal e o cíngulo anterior, ficaram mais ativadas após o treinamento”, afirma a bióloga Elisa Kozasa, responsável pela pesquisa. As regiões cerebrais eram observadas enquanto os voluntários realizavam testes para medir o quanto estavam atentos. “Houve uma tendência de maior número de acertos e mais velocidade nas respostas após a meditação”, explica a pesquisadora Elisa.

CONTROLE EM CENA
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O ator paulista Maurício Souza Lima, 43 anos, sofreu episódios frequentes de síndrome do pânico por mais de cinco anos. Chegou a tomar antidepressivos e tranquilizantes, mas não conseguia se livrar do distúrbio. Depois que a taquicardia e os tremores o atingiram em pleno palco, durante uma apresentação, há dez meses, ele buscou apoio na meditação transcendental. “Nunca mais tive uma crise”

Na área da oncologia, há várias evidências científicas de eficácia. Tome-se como exemplo o estudo feito na Universidade de Brasília pelo psiquiatra Juarez Iório Castellar. Ele investiga os efeitos do método em 80 pacientes com histórico de câncer de mama. Castellar pediu às participantes que preenchessem questionários para medir a qualidade de vida. Por meio da coleta de amostras de sangue e saliva antes e depois dos exercícios meditativos, ele também está acompanhando variações hormonais que indicam a situação da doença. “Um dos dados que já verificamos é que a meditação reduziu os efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas, vômitos, insônia e inapetência”, afirma.

Outra frente de pesquisas tenta decifrar seu impacto nas doenças mentais. Novamente, as conclusões são bem animadoras. Na Universidade de Exeter, na Inglaterra, o pesquisador Willem Kuyken verificou que o método é uma opção concreta para auxiliar no controle da depressão a longo prazo. Depois de 15 meses comparando a evolução de pacientes que meditavam e tomavam remédios com a apresentada por aqueles que apenas usavam os antidepressivos, o cientista constatou que crises mais sérias ocorreram em 47% dos meditadores, enquanto entre os outros o índice foi de 60%. Na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, a técnica provou-se uma aliada no tratamento de crianças com transtorno de hiperatividade e déficit de atenção. “Houve redução de 50% dos sintomas após três meses de prática”, disse à ISTOÉ Sarina Grosswald, coordenadora da pesquisa. Há ainda evidências de benefícios na luta contra transtornos alimentares como bulimia e dependência de drogas. “A meditação relaxa os dependentes e os torna mais fortes para resistir à vontade de consumir drogas”, explicou à ISTOÉ Elias Dakwar, do Instituto de Psiquiatria do Columbia-Presbyterian Medical Center, em Nova York, instituição que passou a usar o método recentemente.

DESCANSO GARANTIDO
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Há apenas três meses, o médico cearense Lúcio Guimarães Xavier, 37 anos, começou a meditar duas vezes ao dia, durante 20 minutos. Ele já nota uma melhora na sensação de bem-estar, na capacidade de concentração e na qualidade do sono. “Costumava ter insônia e hoje durmo muito bem.” Ele também se surpreendeu com o desaparecimento de um tremor nas mãos, que tinha desde criança

O segredo que possibilita efeitos dessa magnitude nestes tipos de patologias é o fato de a meditação ensinar o indivíduo a viver o presente, sem antecipar medos e sofrimentos. “E como o ato de pensar é ‘desligado’, a mente transcende seu estado ocupado e experimenta um profundo silêncio”, explica Sarina Grosswald. “O corpo, por sua vez, fica totalmente relaxado.” É este o mecanismo que também explica parte do seu poder contra a dor. “O método ajuda os pacientes a perceberem a dor e a deixá-la ir embora, sem se prender a ela”, disse à ISTOÉ Paula Goolkasian, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Ela faz parte de uma equipe que estuda intensamente a relação entre dor e meditação e é autora de alguns artigos científicos a respeito do tema.

Permeando todos esses processos, porém, está a redução do stress proporcionada pelo método – e os benefícios advindos disso. O controle da tensão implica mudanças importantes na química cerebral, entre elas a diminuição da produção do cortisol. Liberado em situações de stress, o hormônio tem consequências danosas. Uma delas é a elevação da pressão arterial. Portanto, quanto menor sua concentração, mais baixas são as chances de hipertensão. E como a meditação diminui o stress, acaba reduzindo, indiretamente, a pressão. Este mecanismo explica por que a técnica contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral, causadas, entre outras coisas, por uma pressão arterial acima dos níveis recomendados. Um estudo recente realizado na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, deu uma ideia desse potencial. Durante nove anos, os cientistas acompanharam 201 homens e mulheres com média de 59 anos de idade. Parte foi orientada a meditar todos os dias e o restante recebeu recomendação para mudar hábitos. Os meditadores tiveram 47% menos chance de morrer de um problema cardiovascular em comparação com os outros. Com base nesse resultado, o coordenador da pesquisa, Robert Schneider, considera que a descoberta equivale ao encontro de uma nova classe de “remédios” para evitar essas enfermidades. “Nesse caso, a medicação é derivada dos próprios mecanismos de cura do corpo e de sua farmácia interna”, disse à ISTOÉ.

FORÇA EXTRA Dependentes químicos que meditam ficam
mais fortes para resistir ao apelo das drogas

A ciência registrou ainda mais um impacto positivo da redução do stress promovida pelo método: o auxílio contra a Aids.A doença caracteriza-se pelo ataque do vírus HIV aos linfócitos CD-4 (células que integram o sistema de defesa do corpo). Por causa disso, o corpo fica mais vulnerável a infecções, podendo sucumbir a elas. Mas é sabido que outro inimigo dos exércitos de defesa é o stress: o hormônio cortisol enfraquece seu funcionamento. Por isso, diminuir a tensão é uma maneira de evitar que isso aconteça. Na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, os cientistas testaram a força da meditação para controlar o stress em pacientes com Aids e constataram que, também aqui, ela funciona. Eles selecionaram 48 pessoas soropositivas, divididas em dois grupos: um meditou e o outro, não. Após oito semanas, os que a praticaram não apresentavam perda de CD-4, ao contrário dos outros participantes. Isso revela que a meditação reduziu o stress. Dessa maneira, contribuiu para preservar o sistema imunológico dos pacientes, ajudando a retardar o avanço do HIV.

Uma das mais intrigantes abordagens de pesquisa é a que estuda a relação entre o método e o envelhecimento precoce. Os pesquisadores começaram a fazer essa associação a partir da certeza do vínculo entre o stress – ele de novo – e a ocorrência de uma deterioração celular acentua­da. Partindo desse raciocínio, eles querem saber se a meditação também teria efeito indireto nesse mecanismo, já que atua sobre o stress. Cientistas da Universidade da Califórnia estão investigando se a redução do stress causada pela meditação poderia provocar um efeito benéfico sobre os telômeros – espécie de capa protetora das extremidades dos cromossomos cujo comprimento está associado ao grau de envelhecimento celular. Quanto mais comprido, menor o índice de desgaste. E um dos fatores de desgaste dos telômeros é o stress. Portanto, quanto menos stress, mais preservadas essas estruturas.

SEM EFEITO COLATERAL
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Diagnosticada com um câncer no intestino em 2005, a bióloga pernambucana Marta Gomes Rodrigues, 59 anos, teve de se submeter a diversas sessões de quimioterapia. Com a reincidência da doença pela quarta vez, ela decidiu aliar ao tratamento a prática da meditação. “Os efeitos colaterais dos medicamentos diminuíram e as náuseas acabaram”, diz

No Brasil, o interesse por esse tema, especificamente, também cresce. O médico José Antônio Esper Curiati, do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, coordena grupos de meditação para idosos “Estou medindo os efeitos da prática em aspectos como memória, humor e qualidade do sono”, diz. No Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo, o médico Fernando Bignardi é outro que acompanha os reflexos em indivíduos na terceira idade. “O que notamos de mais imediato é uma mudança na condição emocional”, relata. “Depois há uma melhora no sono, nas condições metabólicas e, finalmente, alterações clínicas que levam à melhora de doenças como hipertensão e diabetes.”

A experiência bem-sucedida incentivou Bignardi a desenvolver uma pesquisa mais ampla. A instituição acompanha a saúde de 1,5 mil idosos para verificar a relação entre estilo de vida, personalidade, cognição e doenças. A intenção agora é analisar como a prática meditativa interfere nessa equação – inclusive na incidência de doenças neurodegenerativas como o mal de Alzheimer. A médica Edith Horibe, presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento, já indica a meditação para seus pacientes. “Sem dúvida, ela permite uma vida mais longa e com saúde”, afirma. “E a técnica não exige mudanças no estilo de vida”, completa Kleber Tani, diretor da seção carioca da Sociedade Internacional de Meditação.

Cubanos dissidentes pedem ajuda a Lula

05.mar.2010/Desmond Boylan/Reuters

Dissidente cubano Guillermo Farinas começou greve de fome após morte de Zapata

Em carta dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entregue à imprensa, um grupo de dissidentes cubanos moderados pediu nesta terça-feira (9) ao presidente brasileiro que interceda para que Cuba libere 20 presos políticos, evitando, assim, a morte do jornalista opositor Guillermo Fariñas, em greve de fome.

“Cremos que o senhor pode interceder junto ao governo de Cuba para pôr fim a uma situação que, além disso, obscurece os esforços destinados a articular uma autêntica comunidade de Estados latino-americanos e caribenhos centrada nos direitos de seus cidadãos”, informa a carta.

“A influência regional do Brasil, sua confiança no potencial transformador da sociedade democrática e seu conceito de estratégia podem ajudar Cuba a compartilhar padrões mundiais em matéria de direitos humanos”, escreveram ainda os cubanos.

Fariñas, jornalista e psicólogo, de 48 anos, iniciou uma greve de fome em Santa Clara, 280 km a leste de Havana, no dia 24 de fevereiro passado, para exigir a libertação de 26 presos políticos com estado de saúde considerado delicado.

O protesto começou um dia depois da morte do preso Orlando Zapata, depois de uma greve semelhante de dois meses e meio, e que coincidiu com a visita de Lula a Cuba, quando “lamentou profundamente” o falecimento.

Os dissidentes, do recém-constituído Comité Pró-Liberdade dos Prisioneiros Políticos Cubanos Orlando Zapata Tamayo, disseram no texto que a reação oficial cubana “faz temer o pior cenário depois de infrutíferas tentativas de dissuasão por parte de ativistas cubanos e diplomatas da União Europeia”.

Esta é a segunda carta que os dissidentes cubanos dirigem a Lula.

No dia 26 de fevereiro, em San Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo cubano não podia ser julgado pela morte do preso político Orlando Zapata. Lula, na ocasião, depois de lamentar a morte de Zapata, afirmou:

– Não podemos julgar um país ou a atividade de um governante em função da atitude de um cidadão que decide fazer uma greve de fome.

O jornal oficial Granma considerou segunda-feira (8) a ação de Fariñas como “chantagem” inaceitável, e o responsabilizou, junto com seus “manipuladores”, pelas consequências da greve de fome.

Agatha Christie: mistério depois da morte



A escritora Agatha Christie continua a criar mistérios até mesmo depois da sua morte. Pelo menos é isso o que falam jornais de todo o mundo após a desc
oberta de joias de mãe da autora em um baú vendido por £100 em 2006. Jennifer Grant comprou um baú muito destruído que havia pertencido a Clara Margaret Miller, mãe de Agatha Christie em um leilão da casa Bearnes Hampton & Littlewood.

De acordo com Jennifer, ela não fazia ideia do que estava dentro do baú no momento da compra, mas quando ele foi entregue, Jennifer percebeu que dentro dele havia uma caixa trancada e o vendedor não fazia ideia de onde estaria sua chave. “Foi motivo de conversa em jantares por anos, mas eu não pensei que tivesse algo dentro dela”, confessou.

No final a curiosidade venceu e Jennifer pediu que um homem que fazia uma reforma em sua casa abrisse a caixa com um pé de cabra. Dentro do baú foram encontradas 52 moedas em uma niqueleira de crochê, além de um anel de diamantes e um broche embaladas em lenços de papel dentro de uma caixa de papelão.

As joias seriam da mãe de Agatha Christie. A autora chegou a descrever as joias. “As valiosas joias de minha mãe consistiam em ‘minha fivela de diamantes, meu crescente de diamantes e meu anel de noivado de diamantes’ … Estavam todos reservados para o futuro, quando minha mãe falecesse”. “Madge herdaria… A crescente de diamantes… Eu herdaria… A fivela de diamantes”, escreveu a autora.

Não se sabe se os itens foram herdados pela autora que escolheu as guardar no baú ou se ela manteve o valor sem saber que as joias estavam dentro dele. O neto da autora, Mathew Prichard disse que o dono do baú “teve sorte e boa sorte para eles”. Ele completou dizendo que ” se essas jóias estivessem a venda ele teria interesse em comprá-las”.

Via Telegraph

Guitarrista do Radiohead faz trilha para filme

Jonny Greenwood, guitarrista da banda Radiohead, está escrevendo a música para o filme do livro Norwegian Wood (Editora Objetiva) do japonês Haruki Murakami. A trilha será baseada no concerto que Greenwood criou para a BBC Concert Orchestra.

O músico falou sobre o processo de criação da música para o site TwentyFourBit. “Eu escrevi a trilha em hotéis e camarins enquanto estava na turnê com o Radiohead”, disse.

Murakami é considerado o melhor escritor japonês contemporâneo e um dos poucos a escrever sobre o país atual e não sobre o antigo Japão dos samurais. O livro Norwegian Wood, que foi lançado em 1987, é sobre as lembranças de Murakami dos anos 60. A obra é recheada de referências pop da época, como o seu próprio título, que é uma música dos The Beatles. O filme é dirigido por Anh Hung Tran e será lançado no Japão em dezembro desse ano.

Alerta: hepatite C em ex-jogadores de futebol

Risco se deve ao uso de complexos vitamínicos em seringas

A hepatite tipo C teve seu auge na década de 70 quando atletas compartilhavam seringas e agulhas para fazerem uso de medicação por via intravenosa para tratar de dores adquirirem mais vitalidade.


Trinta pessoas, duas seringas e três agulhas. Para esterilizar o material, água fervente apenas. “Colocavam uns dois minutinhos na panela, mas era muita gente para tomar os complexos vitamínicos que todos nós usávamos naquela época”, lembra Nilson Pereira Gomes. A cena se repetiu nos vestiários, antes de treinos e jogos, durante os 10 anos como jogador de futebol. Hoje diagnosticado com o vírus da hepatite C, o ex-craque que brilhou no Palmeiras, no Botafogo e no Vitória, na década de 60, participa de uma campanha que será lançada em maio pela Federação das Associações de Atletas Profissionais, cujo objetivo é alertar o grupo para o risco da hepatite. “Pouquíssimos escapam de ter contraído”, constata Nilson. “O problema é que muitos temem ser identificados como pessoas que fizeram doping, mas a aplicação dessas substâncias era completamente usual naquele período.”

A ideia da campanha, que conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Hepatologia, surgiu da explosão de casos nas redes de saúde. O presidente da entidade, Raymundo Paraná, conta ter notado uma alta frequência de ex-atletas, especialmente jogadores de futebol, no ambulatório onde atende, na Universidade Federal da Bahia. “Diante disso, comecei a solicitar que os antigos colegas desses pacientes fossem examinados também. E o resultado foi positivo em muitos casos para a hepatite C, transmitida basicamente pelo uso coletivo de instrumentos contendo sangue de outra pessoa”, explica Paraná. De acordo com o médico, o diagnóstico tardio é comum: “A doença é geralmente silenciosa e só dá sinais depois de 20, 30 ou 40 anos”.

Dessa forma, os médicos chegaram à conclusão de que o Brasil tem uma peculiaridade em relação à população de risco para a doença. “Além dos grupos internacionalmente apontados como vulneráveis, como os usuários de drogas injetáveis, pessoas que fizeram transfusão antes de 1994 ou que se tatuaram em ambientes inseguros, os ex-atletas, sobretudo os que atuaram nas décadas de 70, 80 e 90, entraram nessa lista”, afirma Paraná. Ele ressalta que era muito comum naquele período o uso de drogas lícitas injetáveis, muitas vezes com material mal esterilizado. “Não se tinha essa cultura do descartável, até porque não se sabia muito sobre as doenças transmitidas pelo sangue”, explica o médico. Embora o alerta seja dirigido a todos os ex-atletas, jogadores de futebol são os mais propensos a terem sido contaminados, adverte o hepatologista.

Presidente da Federação das Associações de Atletas Profissionais e tricampeão mundial de futebol, Wilson Piazza, ressalta que o alerta será dirigido não só aos ex-esportistas, mas à população em geral. “Muito se fala em dengue, gripe suína, mas as pessoas se esquecem que a hepatite é uma doença séria e quanto mais cedo descoberta, melhores as chances do indivíduo”, ressalta.

Embora o formato final da campanha não esteja delineado, a ideia do ex-jogador que integrou tanto a seleção brasileira de 1970 quanto a de 1974, é contar com a adesão de ídolos do futebol daquele período para chamar a atenção da sociedade e do governo. “Tentaremos audiências em ministérios e com o presidente da República. Talvez, juntos, possamos divulgar melhor a campanha”, afirma. Nomes de peso, como Pelé e Rivelino, são cogitados.
A manifestação deve ocorrer em 19 de maio, Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. O tipo C mata cerca de 460 pessoas por ano no Brasil.

Álcool

Segundo Paraná, além dos vestiários de atletas, o uso de injeções com o material higienizado precariamente era comum também no carnaval. “As pessoas bebiam e acreditavam que aplicar insulina amenizaria os efeitos do álcool”, explica Paraná.

Aplicações de anestésicos e corticoides nas articulações eventualmente doloridas antes dos jogos também eram corriqueiras. Garrincha se submetia constantemente a esse tipo de tratamento.

Muitos relatos de membros da Sociedade Brasileira de Hepatologia chegaram à cúpula da entidade depois das primeiras reuniões sobre a campanha, segundo Paraná. “Recebemos três e-mails em dois dias. Um profissional do Sul nos avisou que estava tratando 71 ex-jogadores de futebol. Um do Mato Grosso têm 30 ex-atletas doentes. E em Fortaleza, no Ceará, um médico tem seis pacientes que também jogaram futebol no passado”, lembrou Paraná.

Mais pessoas vacinadas

Depois de começar 2010 com um novo protocolo para tratamento da hepatite B, incluindo três medicamentos, o Ministério da Saúde expandiu a população autorizada a tomar a vacina contra a doença gratuitamente na rede pública de atendimento. Antes restrita à faixa etária de 11 a 19 anos, a imunização vai beneficiar grupos específicos, tais como gestantes, doadores de sangue, manicures e homossexuais, independentemente da idade. A decisão saiu em 2 de maio.

Para Ricardo Gadelha, coordenador do programa de hepatites virais do Ministério da Saúde, a ampliação ajudará a evitar a proliferação do vírus B, diagnosticado em 11 mil pessoas por ano, em média. Em nove anos, segundo ele, 4.200 pessoas morreram vítima da doença nos últimos nove anos, transmitida basicamente via relação sexual.

“A hepatite B é assintomática. Então, muitas vezes, o paciente chega com uma cirrose ou uma deficiência hepática muito grande”, explica Gadelha. Quanto ao novo protocolo, o coordenador ressalta que ele foi fruto de um consenso entre especialistas. “Pesquisas internacionais já apontavam que o vírus teria criado resistência ao tratamento comumente usado nos últimos anos”, explica. Gadelha diz que o Ministério da Saúde já fez a compra dos novos remédios para abastecer estados e municípios durante 2010 inteiro. “A distribuição já começou, todos os estados receberam”.

O presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Raymundo Paraná, que participou da modificação no protocolo, ressalta que há queixas em várias partes do Brasil de falta do medicamento, mas não responsabiliza o governo federal. “Aí é preciso haver o comprometimento dos gestores locais também. Se eles não estiverem sensibilizados, dificilmente o paciente será atendido”, afirma. (RM)

É preciso haver o comprometimento dos gestores locais também. Se eles não estiverem sensibilizados, dificilmente o paciente será atendido”
Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia

» Pelo país

55 – Ex-jogadores de futebol com hepatite C são tratados atualmente no ambulatório da Universidade Federal da Bahia

777.714 – Casos de hepatite (A, B, C e D) registrados no Brasil de 1999 a 2008

270 – A média de casos de hepatite (A, B, C e D) registrados por dia no país

» Caso a caso
Veja quais são os grupos contemplados com a vacina

# Gestantes após o primeiro trimestre de gestação
# Trabalhadores da saúde
# Bombeiros e policiais (militares, civis e rodoviários)
# Carcereiros
# Coletadores de lixo hospitalar e domiciliar
# Doadores de sangue
# Homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais
# Pessoas reclusas (em instituições psiquiátricas, instituições para menores,
# Forças Armadas, entre outras)
# Pedicure, manicure e podólogo
# População de assentamentos e acampamentos
# Indígenas
# Potenciais receptores de transfusões e sangue ou politransfundidos
# Profissionais do sexo
# Usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas
# Portadores de DST
# Caminhoneiros

Renata Mariz/CorreioBraziliense

Adriano perde R$ 400 mil de comercial

Adriano vive um drama - (Vipcomm)
As consequências de ter ficado 11 dias desaparecido do Flamengo e, durante este tempo, se envolvido em uma confusão com a noiva, Joana Machado, no morro da Chatuba, não atingiram o atacante Adriano somente dentro de campo.

Além de desfalcar o Rubro-negro na próxima partida da Libertadores da América e de ter sido repreendido publicamente pela presidente do clube, Patrícia Amorim, o ‘Imperador’ também sentirá os efeitos de sua nova ‘escorregada’ nos bolsos.

Segundo a coluna Negócios e companhia, do jornal O Globo desta terça-feira, Adriano deixou de ganhar R$ 400 mil em uma ação comercial e viu a oportunidade ser cancelada de forma definitiva.

A coluna informa que o atacante flamenguista não compareceu a uma sessão de fotos de uma empresa de combustíveis na última sexta-feira e que a mesma, ao ficar ciente do motivo que levou Adriano a dar o cano no compromisso, rompeu o contrato com o jogador.

Negócios e companhia
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