O mais famoso jornal francês, anunciou esta semana ter recebido duas ofertas de compra de investidores, em meio a uma polêmica sobre a intervenção do presidente Nicolas Sarkozy no caso.
Le Monde procura um comprador que consiga recapitalizar um grupo fortemente endividado, com montantes estimados entre € 80 milhões e € 120 milhões.
A primeira oferta associa o mecenas Pierre Bergé, o banqueiro Matthieu Pigasse e o presidente do operador Free da internet, Xavier Niel.
A segunda é constituída por Claude Perdriel, presidente da revista Nouvel Observateur, do operador France Télécom e do grupo espanhol Prisa (jornal El Pais).
Na corrida pelo Le Monde, cada um dos dois concorrentes tenta denegrir a oferta do adversário.
A compra do Le Monde tomou uma dimensão política com a revelação de que o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou que a oferta Bergé-Pigasse-Niel não era de todo desejável.
Alguns observadores veem também a mão da presidência francesa atrás do France Télécom, do qual o Estado possui 26%.
O presidente francês mantém uma relação complexa com a mídia, onde ele dispõe, ao mesmo tempo, de uma importante rede, com alguns donos dos meios entre seus amigos, apesar de ser alvo de numerosas críticas.
Pierre Bergé, que foi um dos apoios financeiros da campanha da socialista Ségolène Royal, que enfrentou Nicolas Sarkozy durante a eleição presidencial de 2007, considerou nesta segunda-feira que um jornal não existe “para responder às ordens do presidente da República”.
A direção do Le Monde precisou também, em comunicado, ter recebido, igualmente “manifestação de interesse” por parte do Grupo Revenu Multimédia (GRM).
Le Monde deve anunciar sua decisão no próximo 28 de junho.