Arquivo do dia: junho 30, 2010

Quem é o vice para o Serra?

A vida política do deputado federal Antônio Pedro de Siqueira Indio da Costa (DEM-RJ), 39, ex baterista de banda de rock,sempre esteve ligada ao ex-prefeito do Rio e candidato do DEM ao Senado, Cesar Maia.

Filho da família abastada e do high society carioca, o novo vice na chapa do candidato tucano à Presidência, José Serra, começou na vida pública no início dos anos 90.

Seu pai, Luiz Eduardo Indio da Costa, é um dos arquitetos mais reconhecidos do Brasil. Foi dele o projeto do Rio Cidade do Leblon, que recuperou o bairro mais nobre do Rio. O irmão de Indio, o designer Luis Augusto, também é muito bem sucedido. Ainda no campo pessoal, ganhou projeção sua relação com a cantora Rafaella Cacciola – filha do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso em Bangu 8 desde julho de 2008 por crime contra o sistema financeiro.

Ele passou a integrar um grupo de jovens que ficou conhecido como Juventude Cesar Maia: universitários, moradores da Zona Sul ou da Barra da Tijuca, áreas nobres do Rio, com perfil ambicioso e que atuaram como ‘prefeitinhos’ durante a primeira das três administrações do líder do DEM na cidade do Rio. Desse grupo também saíram outros políticos que tiveram projeção na política carioca, como o atual prefeito da cidade, Eduardo Paes. Indio é um dos poucos que se mantêm fiel a Cesar até hoje.

O indicado do DEM começou a atuar na vida pública em 1993, no Conselho Municipal de Desenvolvimento da Cidade do Rio de Janeiro. No ano seguinte, foi nomeado prefeitinho do Parque do Flamengo. Depois de dois anos se dedicando à manutenção dos parques projetados por Burle Marx, Indio foi promovido a administrador regional de Copacabana e Leme, onde se projetou para a primeira eleição que participou.

Foi eleito vereador em 1996 pelo PFL, com 19.473 votos, ficando em 14º entre os 42 vereadores eleitos. Reelegeu-se em 2000, dessa vez pelo PTB, com 17.352 votos, mas praticamente não exerceu o mandato.

Foi nomeado secretário municipal de administração da segunda gestão de Cesar Maia na prefeitura do Rio (2001-2004). Em 2004, participou de nova eleição à Câmara Municipal do Rio. Dessa vez, ficou em terceiro entre 50 vereadores eleitos, com 58.781 votos. Mas novamente chamado pelo prefeito para assumir a Secretaria de Administração.

Data justamente dessa época o pior momento da carreira política de Indio. Como secretário, ele foi responsável por um processo de licitação de merenda escolar que foi considerado fraudulento e resultou na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara do Rio.

Presidida pela vereadora tucana Andrea Gouvêa Vieira, a comissão pediu o indiciamento de Indio por suposto envolvimento com as irregularidades. O relatório foi enviado para os ministério públicos estadual e federal, ao Tribunal de Contas do Município e à Delegacia de Polícia Fazendária. Promotores estaduais chegaram a instaurar um inquérito em que ele figurou como investigado, mas o procedimento acabou sendo arquivado em 2008.

A crise aparentemente não afetou seu desempenho eleitoral. Indio, em 2006, tentou vaga na Câmara dos Deputados e foi eleito para o seu primeiro mandato com 91.538 votos. Sua atividade parlamentar foi discreta no início, mas depois ele começou a se destacar como sub-relator da CPI mista dos Cartões Corporativos.

Durante a tramitação do projeto de iniciativa popular que propunha a proibição de candidatos condenados pela Justiça, o chamado Projeto Ficha Limpa, Indio voltou a se projetar como relator da proposta na Câmara.

Nas eleições municipais de 2008, a relação pessoal do vice de Serra chegou a ficar estremecida com Cesar Maia. Na época, ele articulou muito para ser indicado como candidato do DEM à sucessão do prefeito, que saía com popularidade em baixa. Cesar barrou a ambição do pupilo e lançou como candidata a também deputada federal Solange Amaral, que teve desempenho pífio, ficando na sexta posição, com 128.596.

Estadão

Serra terá Indio da Costa como vice

A novela da escolha do vice do candidato à Presidência José Serra (PSDB) terminou oficialmente nesta tarde, com o anúncio da escolha do deputado Índio da Costa (DEM-RJ) para compor a chapa.

Índio tem 39 anos e é do RJ

O nome foi anunciado pelo presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), em São Paulo, após encontro com Serra, e pegou de surpresa a maioria dos presentes na Convenção Nacional do Democratas (DEM), em Brasília.

Os líderes do DEM ouvidos pelo Brasil Econômico destacaram como pontos fortes da escolha conjunta entre as duas maiores legendas da oposição o papel desempenhado pelo indicado como relator do projeto Ficha Limpa.

Pesou também a ideia de renovação ao se escolher um parlamentar jovem (39 anos) e pertencer ao terceiro maior colégio eleitoral do país, o Rio de Janeiro, onde o PSDB tem posição frágil.

Índio da Costa foi escolhido depois da pesada reação do DEM contra a indicação na sexta-feira (25) do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para o posto.

Nos bastidores da convenção, que aguardava o anúncio com a não confirmada chegada de Maia e Serra ao hotel onde está sendo realizada, a impressão é de que o fator midiático do nome de Índio da Costa foi levado em conta.

Também foi considerada a indicação uma vitória pessoal do ex-prefeito do Rio Cesar Maia e do presidente do DEM. Costa já foi secretário de administração do Rio no governo Cesar Maia e é deputado de primeiro mandato.

Segundo informou o deputado ACM Neto (BA), a decisão foi tomada após a avaliação de vários nomes ao longo das últimas horas.

Brasil Econômico/Sílvio Ribas

Laboratórios não poderão mais bancar viagens de médicos

imagem meramente ilustrativa

Médicos brasileiros só poderão viajar para congressos com as despesas pagas pela indústria farmacêutica se forem prestar serviço de cunho científico, como dar uma palestra ou um curso.
Com isso, ficará proibido o patrocínio de viagens para o profissional que só for assistir a um evento. Nesta semana, cerca de cem médicos brasileiros estão em Orlando (EUA), assistindo ao congresso de diabetes, a maioria a convite de laboratórios.

A proposta, inspirada em um modelo que vigora há 11 anos em Portugal, está sendo costurada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), a AMB (Associação Médica Brasileira) e a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa). Será apresentada na plenária do conselho, no dia 16 de julho.
O presidente do CFM, Roberto D’Ávila, diz que a restrição a viagens é um caminho sem volta. Se não houver acordo com a indústria, ela virá em forma de resolução.

Antônio Britto, presidente da Interfarma, está de férias e não foi encontrado ontem para falar sobre o assunto. Ele tem dito, porém, que a entidade está empenhada em fechar o acordo, por considerar essencial que a relação entre indústria e médicos fique dentro do campo ético.

REGRAS TRANSPARENTES
Nos últimos anos, estudos têm demonstrado que, ao aceitar favores da indústria, o médico fica mais predisposto a retribui-los, prescrevendo seus produtos.
“Só pode pagar passagem, hospedagem e inscrição para quem vai falar [no congresso]. Por que [a indústria] paga a minha ida e não paga o do colega ao lado? Por causa dos meus olhos verdes? O critério é a caneta. Ou pagam para quem já prescreve os produtos deles ou para quem não prescreve e precisa ser cativado”, diz D’Ávila.

A ideia, ele explica, não é fechar as portas à indústria, mas criar regras transparentes. “A indústria pode ajudar de maneira genérica, dando, por exemplo, um subsídio para a comissão científica do evento. Com isso, a inscrição custaria a metade.”
Para José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, já há leis que tentam disciplinar essa questão, inclusive uma declaração da Associação Médica Mundial da qual o Brasil é signatário.
“Não precisamos de novas leis. Precisamos que sejam cumpridas as existentes, que são absolutamente claras.”

Ele diz que a indústria precisa do médico para se desenvolver. E que esse precisa dela para acompanhar as novas tecnologias. “Precisamos encontrar o equilíbrio dessa relação, que é positiva, e evitar que seja má utilizada.”

CLÁUDIA COLLUCCI/FSP

PSDB quer a musica “Eu gosto de mulher” fora da campanha

O PSDB entrou na semana passada com pedido junto ao Tribunal Superior Eleitoral para que se proíba, durante o período eleitoral, a execução da música “Eu gosto é de mulher”, da banda de rock Ultraje a Rigor. Os tucanos temem que a música seja usada com propósitos eleitorais pela campanha de Dilma Rousseff, do PT.

Há um verso da música que diz: “Mulher dona-de-casa, mulher pra presidente”. Na verdade, entre os principais candidatos na disputa, José Serra é minoria de gênero. Além de Dilma, a outra principal adversária do tucano na corrida eleitoral, a senadora Marina Silva, do PV, também é mulher.

A informação é do site Jus Brasil.

Veja a letra da música do Ultraje a Rigor:

Eu Gosto De Mulher

Vou te contar o que me faz andar
Se não é por mulher não saio nem do lugar
Eu já não tento nem disfarçar
Que tudo que eu me meto é só pra impressionar
Mulher de corpo inteiro
Não fosse por mulher eu nem era roqueiro
Mulher que se atrasa, mulher que vai na frente
Mulher dona-de-casa, mulher pra presidente (trecho questionado)
Mulher de qualquer jeito

[…]

Querem cancelar 55 mil demissões voluntárias

Dois projetos em tramitação na Câmara propõem reintegrar servidores públicos 14 anos após terem aderido a programas de demissão voluntária, informam as repórteres Denise Madueño e Lu Aiko Otta. O primeiro projeto beneficia 15 mil ex-funcionários da administração direta, de autarquias e de fundações.

Considerando-se salário médio de R$ 7.500, a proposta representaria gasto extra de R$ 1,4 bilhão por ano. O outro projeto permite recontratar 40 mil ex-funcionários “arrependidos” que trocaram o trabalho em estatais como Banco do Brasil e Petrobrás. Os defensores das iniciativas argumentam que os servidores foram coagidos a aderir aos programas de demissão.

O relator do primeiro projeto na Comissão do Trabalho, Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), disse que, em 1996, houve uma “sanha demissionária” na administração, iludindo os servidores e induzindo-os a tomar decisão precipitada. O autor do projeto, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), disse que o governo não forneceu os empréstimos e o treinamento prometidos no programa. (Págs. 1 e Nacional A4)

Os gastos do governo com o pagamento de aposentadorias podem ter um crescimento de pelo menos R$ 2,4 bilhões por ano caso o Congresso aprove a Proposta de Emenda à Constituição nº 46. A PEC, em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, restaura a aposentadoria integral para juízes, procuradores e defensores públicos.

O privilégio foi derrubado na reforma da Previdência. “O problema maior é que regressamos a um cenário anterior à reforma, passando a conceder um benefício para um grupo que já está numa posição mais alta”, diz o economista do Ipea Marcelo AbiRamia Caetano.

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