Arquivo do dia: dezembro 30, 2010

Dilma convidou companheiras de cela para posse

Um grupo de 11 antigas militantes de esquerda e ex-companheiras de cela de Dilma Rousseff na ditadura militar está entre os convidados especiais da presidente eleita e acompanhará sua posse no sábado, no Palácio do Planalto.

Juntas com Dilma, elas estiveram presas na década de 70 na Torre das Donzelas, como era chamado o conjunto de celas femininas no alto do Presídio Tiradentes, em São Paulo. Para o local eram levados os presos políticos, depois de passarem por órgãos da repressão como o Dops e o DOI-Codi.

Entre as convidadas, que também estarão no coquetel no Itamaraty, está a economista Maria Lúcia Urban, que, na época, chegou grávida ao presídio e recebeu todos os cuidados de Dilma.

– A Maria Lúcia e a Dilma tinham uma relação muito forte, que se manteve – disse a socióloga Lenira Machado, outra integrante do grupo e responsável pelo convite da posse às outras colegas do Tiradentes.

Maria Lúcia hoje é diretora do Centro de Formação Estatística do Paraná. Lenira trabalha com projetos e programas do Ministério do Turismo.

Dilma ficou presa, foi condenada e passou três anos na cadeia. Antes de seguir para o Tiradentes, foi torturada durante 22 dias seguidos. A chegada da companheira à Presidência da República é motivo de orgulho para as colegas de militância política, ainda que atuassem em grupos de esquerda distintos e com pensamentos diferentes sobre como enfrentar o regime militar.

– Éramos de diferentes organizações, mas ocupávamos o mesmo espaço. Se não fosse a cadeia, jamais teríamos nos encontrado. Essa coisa nos unia – disse Rita Sipahi, que atuou na Ação Popular.

Dilma era da Var-Palmares. Rita é advogada e integra a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

” Naquela época, Dilma já tinha uma presença forte. Era naturalmente uma líder e muito solidária. Quando a vi num cargo importante no governo Lula, não tinha dúvida que chegaria a presidente do Brasil “


Os grupos de esquerda divergiam em especial sobre a adesão ou não à luta armada. Lenira e Dilma tinham uma posição idêntica e defendiam o confronto com os militares.

– Eu e ela concordávamos com a luta armada, embasada na formação de quadros. Não para ser uma simples aventura – disse Lenira, que foi torturada no DOI-Codi e, em 2008, reconheceu seu torturador e o denunciou publicamente.

A jornalista Rose Nogueira, que também estará na festa da posse, ficou alguns meses no presídio e tem muitas lembranças de Dilma. Ela se recorda do apego da petista aos livros. De todos os tipos, de teorias da economia aos clássicos da literatura universal. Nos trabalhos manuais na cela, Dilma tinha predileção, segundo Rose, pelo crochê. Fazia bordados em pano.

– Naquela época, Dilma já tinha uma presença forte. Era naturalmente uma líder e muito solidária. Quando a vi num cargo importante no governo Lula, não tinha dúvida que chegaria a presidente do Brasil – disse Rose, que lembrou ainda do gosto de Dilma pela música.

– Ela gostava de cantar “Chico mineiro” – contou Rose, citando uma música caipira que fez sucesso com a dupla Tonico e Tinoco.

As outras colegas de cela que estarão na posse são: a arquiteta Maristela Scofield; a uruguaia Maria Cristina de Castro, que trabalha no Ministério das Minas e Energia; a psicóloga Lúcia Maria Salvia Coelho; a arquiteta Ivone Macedo; Francisca Eugênia Soares e as irmãs Iara de Seixas Benichio e Ieda de Seixas, de uma família que atuou na oposição aos militares.

O Globo

Morre o vocalista da banda Boney M, ícone da disco music

O cantor da mítica banda de ‘disco music’ Boney M., o holandês Bobby Farrell, faleceu nesta quinta-feira em um quarto de hotel em São Petersburgo, onde estava para fazer shows, anunciou o empresário do artista, John Seine.

Seine não deu detalhes sobre as causas da morte do músico, que chegou a fazer uma apresentação na noite anterior e ia a viajar nesta quinta-feira à Itália para realizar outra montagem.

Farrell, de 61 anos, uniu-se em 1976 ao grupo alemão Boney M., composto por outras três cantoras e que lançou sucessos internacionais como “Sunny”, “Ma Baker“, “Rivers of Babylon” e “Hooray, hooray, It is Holi-holiday”. Chegaram a vender mais de 150 milhões de discos no mundo todo.

O líder da banda dava personalidade ao grupo por seus passos inovadores, que combinavam perfeitamente ao ousado estilo das cantoras.

A passagem de Farrell pela Boney M. foi intermitente: em 1982 deixou a banda para retornar três anos depois, saindo novamente em 1986, quando o grupo de desfez por dois anos.

Em 1989, após voltar aos palcos em 1988, Boney M. se separou definitivamente e Farrell criou sua própria banda que incluía o nome da original.

Casado e com dois filhos, em 1994 – ano que se divorciou – foi condenado por um tribunal holandês por tentar queimar a esposa após borrifar gasolina nela.