Arquivo do dia: dezembro 14, 2010

Narcisismo deixa de ser doença

Os narcisistas, para a surpresa da maioria dos especialistas, estão quase se tornando uma espécie em extinção. Não que eles estejam encarando uma extinção iminente. O destino será muito pior. Eles ainda existirão, mas serão ignorados.

A quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (previsto para ser lançado em 2013, e conhecido como DSM-5) eliminou cinco dos dez transtornos de personalidade que estão listados na edição atual.

O distúrbio de personalidade narcisista é o mais conhecido entre os cinco, e sua ausência tem causado muito alvoroço entre os profissionais da saúde.

A maioria dos leigos tem uma boa ideia do que seja o narcisismo, mas a definição formal é mais precisa do que o significado encontrado no dicionário.

Nossa imagem cotidiana de um narcisista é de uma pessoa muito egocêntrica –a conversa sempre gira em torno dela. Embora não se aplique a pessoas com DPN (distúrbio de personalidade narcisista), essa caracterização é muito ampla. Existem pessoas completamente egocêntricas que não se qualificariam no diagnóstico de DPN.

O requisito principal para o DPN é um tipo especial de autoabsorção: um senso grandioso de autoestima, um sério erro de cálculo de suas próprias habilidades e potenciais que é muitas vezes acompanhado por fantasias de superioridade. É a diferença entre dois estudantes com capacidade moderada que jogam beisebol: um é absolutamente convencido de que será um jogador da liga principal, e o outro espera por uma bolsa de estudos para cursar a faculdade.

É claro, seria prematuro chamar o primeiro estudante de narcisista nesta idade, mas imagine o mesmo tipo de atitude incessante e irrealista dez ou 20 anos mais tarde.

O segundo requisito para o DPN: visto que o narcisista é tão convencido (a maioria são homens), ele automaticamente espera que os outros reconheçam e falem sobre as suas maiores qualidades. Isso é geralmente conhecido como “espelhamento”. Ele não se contenta em saber que é bom. Os outros devem confirmar isso, rápido e com frequência.

Finalmente, os narcisistas, que desejam a aprovação e a admiração dos outros, não têm noção sobre como as coisas parecem da perspectiva dos outros. Os narcisistas são muito sensíveis ao serem ignorados ou menosprezados, mas dificilmente reconhecem quando estão fazendo isso com os outros.

A maioria de nós concordaria que este é um perfil facilmente reconhecível, e é uma incógnita o porquê o manual do comitê sobre distúrbios de personalidade decidiu tirar o DPN da lista. Muitos especialistas da área não estão felizes com isso.

Na verdade, eles também não estão felizes com a eliminação de outros quatro distúrbios, e não têm vergonha de dizer isso.

Um dos críticos mais renomados do comitê sobre distúrbios de personalidade é o psiquiatra de Harvard, John Gunderson, antigo na área, foi quem conduziu o comitê de distúrbios de personalidade para o manual atual.

Questionado sobre o que achou sobre a eliminação do DPN, ele disse que o manual apenas mostrou o quão “ignorante” é o comitê.

“Eles têm pouco conhecimento sobre o dano que podem estar causando”. Disse também que o diagnóstico é importante para organizar e planejar o tratamento.

“É perversa”, disse sobre a decisão, “e creio que é a primeira que elimina metade de um grupo de distúrbios pelo comitê”.

Ele também culpou a chamada abordagem dimensional, um método de diagnóstico de distúrbio de personalidade que é novo para a DSM. Consiste em fazer um diagnóstico global e geral do distúrbio da personalidade para um determinado paciente, e então, selecionar traços particulares de uma longa lista para melhor descrever aquele paciente específico.

Isto é um contraste com a abordagem que tem sido usada há 30 anos: a síndrome narcisista é definida por um conjunto de traços relacionados, e o paciente é classificado naquele perfil.

A abordagem dimensional tem o apelo de um pedido à la carte –você pede o que quer, nada mais e nada menos. Uma coisa é chamar alguém de elegante e bem vestido. Outra coisa é chamar de almofadinha. Cada um desses termos tem significados levemente diferentes e evoca um tipo.

E os médicos gostam de tipos. A ideia de substituir o diagnóstico padrão do DPN pelo diagnóstico dimensional como “distúrbio de personalidade com traços narcisistas e manipuladores” não vai dar certo.

Jonathan Shedler, psicólogo da Faculdade de Medicina da Universidade de Colorado, disse: “Os médicos estão acostumados a pensar em termos de síndromes, e não traços separados. Já os pesquisadores pensam em termos de variáveis, e há simplesmente uma cisma enorme”. Ele disse que o comitê foi formado “por vários pesquisadores acadêmicos que não atuam muito na prática clínica. Vemos ainda outra manifestação do que é chamado na psicologia de cisma na prática da ciência”.

Cisma provavelmente não seja um exagero. Há 30 anos o DSM tem sido o padrão inquestionável que os médicos consultam ao diagnosticar distúrbios mentais.

Quando um novo diagnóstico é introduzido, ou um diagnóstico estabelecido é substancialmente modificado ou excluído, isso não é pouca coisa. Como disse Gunderson, isso afetará a maneira como os profissionais pensam e tratam seus pacientes.

Levando isso em consideração, a falta de informação dos especialistas em distúrbios de personalidade não deverá ser novidade.Gunderson escreveu uma carta coassinada por outros pesquisadores e médicos à Associação Psiquiátrica Americana e à força-tarefa que dirige a DSM-5.

Além disso, Shedles e sete colaboradores publicaram um editorial na edição de setembro da Revista Americana de Psiquiatria.

Em um mundo relativamente pequeno de diagnósticos de saúde mental, esta é uma batalha que certamente vale a pena assistir.

Agora, está claro que é muito cedo para os narcisistas desistirem do seu lugar na lista.

 

O que é Narcisismo:

Narcisismo descreve a característica de personalidade de paixão por si mesmo.

A palavra é derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa Eco, que desesperadamente o desejava. Como punição, foi amaldiçoado de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por afogamento.

Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos desde o nascimento.

Andrew Morrison afirma que, em adultos, um nível razoável de narcisismo saudável permite que um indivíduo equilibre a percepção de suas necessidades em relação às de outrem.

Em psicologia e psiquiatria, o narcisismo muito excessivo é o que dificulta o individuo a ter uma vida satisfatória, é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de Transtorno de personalidade narcisista. Indivíduos com o transtorno julgam-se grandiosos e possuem necessidades de admiração e aprovação de outras pessoas em excesso.

CHARLES ZANOR
DO “THE NEW YORK TIMES”

Charles Zanor é psicólogo em West Springfield, Massachusetts, EUA.

NOKIA: maior fabricante de celulares do mundo faz cortes

A Nokia anunciou nesta terça, 14, que cortará cerca de 800 postos de trabalho na Finlândia a partir de janeiro, como parte do plano de reestruturação da empresa.

A empresa finlandesa, que é o maior fabricante de celulares do mundo, disse em comunicado que dará uma indenização econômica entre 5 e 15 salários, dependendo do período em que cada funcionário trabalha na empresa.

Ainda assim, o responsável de recursos humanos da Nokia na Finlândia, Ville Valtonen, disse que a empresa tentará realocar dentro da Nokia “o maior número possível de funcionários despedidos”, realizando outras tarefas.

A medida faz parte de uma ampla reestruturação organizacional da empresa anunciada em outubro pelo novo CEO, Stephen Elop, que deve somar um corte de 1,8 mil funcionários em todo o mundo.

O objetivo da Nokia é simplificar o processo de criação de novos smartphones baseados no sistema operacional Symbian e modificar a divisão de serviços para impulsionar o seu portal Ovi, que também serve como central de aplicativos.

Hebe terá programa nas segundas-feiras na RedeTV!

Hebe Camargo fechou mesmo com a Rede TV! após 25 anos de SBT. Durante a gravação do especial de final de ano de seu programa na emissora de Silvio Santos, a apresentadora agradeceu, se despediu e disse que era preciso partir para novos desafios.

A ida de Hebe para a Rede TV! ainda é negada pela assessoria do canal. Mas é uma questão de tempo para ser confirmada. Em janeiro já deve sair a nota oficial.  Hebe já está com quase tudo fechado. O programa da loira deve ir ao ar nas segundas-feiras.

De acordo com a coluna “Ooops!”, um dos argumentos para Hebe não renovar com o SBT foi o salário. Com 25 anos de casa, ela não achava correto ganhar menos que novatas como Eliana, que recebe cerca de R$ 360 mil. O SBT tentou cortar o pagamento de Hebe em 50% pelo segundo ano consecutivo. Se em 2008 a loira ganhava cerca de R$ 1 milhão, na última semana a proposta feita foi de R$ 250 mil.

Gerdau incorpora Aços Villares e Prontofer

A Gerdau informou nesta terça-feira (14/12) que o conselho de administração aprovou os protocolos de incorporação de Prontofer Serviços de Construção e Aços Villares pela siderúrgica.

Quanto a incorporação da Prontofer, a relação de troca foi definida em uma ação ordinária ou preferencial de emissão da Gerdau por 22,247601 quotas de Prontofer.

A incorporação resultará em aumento no capital social de Gerdau estimado em R$ 1,322 bilhão, equivalente ao valor do patrimônio líquido contábil de Prontofer, com a emissão de 9 milhões de novas ações ordinárias e 50,485 milhões de novas ações preferenciais para os sócios de Prontofer.

Na outra operação, a relação de troca foi definida em uma ação preferencial de emissão da Gerdau por 24 ações ordinárias de emissão de Villares.

Por sua vez, a incorporação da Aço Villares resultará em aumento no capital social da Gerdau previsto em R$ 144,471 milhões, correspondente ao valor do patrimônio líquido contábil da empresa, com a emissão de 25,9 milhões de novas ações preferenciais para os acionistas da Aço Villares.

A Gerdau vai convocar Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos acionistas para votar as propostas.

Brasil Econômico

Paulo Henrique Amorim faz retratação a Boris Casoy

O jornalista Paulo Henrique Amorim publicou em seu blog Conversa Afiada, no último domingo (12), uma retratação ao também jornalista Boris Casoy, após acordo judicial que põe fim à queixa-crime movida por Casoy contra Amorim. O acordo foi homologado pelo Juizado Especial Criminal de São Paulo (SP).

Segundo o portal Consultor Jurídico, o apresentador do “Domingo Espetacular” se referiu a Casoy como “torturador” em um texto do blog, baseado em uma reportagem da revista Cruzeiro que relacionava o âncora da Band como um dos membros do grupo Comando de Caça aos Comunistas (CCC). O autor da matéria, Pedro Medeiros, já havia esclarecido que alguns nomes que constam como sendo de integrantes do CCC foram publicados sem confirmação.

“Não disse nem poderia dizer que o Sr. Casoy foi ou é torturador. Apenas disse, numa sequência de posts sobre a instalação de um Conselho de Defesa dos Direitos Humanos, que aqueles que se opunham à instalação faziam o papel de defender quem defende a tortura”, escreveu Amorim.

Além de torturador, o jornalista usou o termo “fúria fascista” no texto em que menciona Casoy. Na retratação, Amorim informou que o que “quis dizer é que o Sr. Casoy defendia suas ideias com ‘fúria'”, algo que, para ele, “não é bom nem mau”. “Porém, em respeito à reação deste reputado jornalista, retiro, aqui, a expressão. Até porque não considero que ele seja fascista”, declarou.

Amorim também declarou que “ignorava que Sr. Casoy desde sempre tivesse desmentido” sua filiação ao CCC, e que, dessa forma, não voltará a mencionar o fato. “Comprometo-me a publicar tais esclarecimentos no site Conversa Afiada, com o mesmo destaque”, encerrou.

Em novembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou improcedente a representação do Ministério Público Eleitoral (MPE) contra Amorim, acusado de ter veiculado propaganda eleitoral irregular que beneficiava a então candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), em seu blog. Ao tomar a decisão, a corte alegou liberdade de imprensa e livre acesso à informação, e que a proibição imposta pela lei eleitoral não se aplica à internet.
Fonte:Portal Imprensa e Consultor Juridico

Leia a retratação de Amorim a Casoy

Conforme Acordo Judicial homologado pelo MM Juízo do Juizado Especial Criminal do Foro Central da Comarca da Capital – SP nos autos da queixa-crime no. 050.10.041378-1 proposta por Boris Casoy em face de recente post aqui do Conversa Afiada que menciona o jornalista Boris Casoy, passo a fazer os seguintes esclarecimentos:

1) Sobre o título do post.
Não disse nem poderia dizer que o Sr Casoy foi ou é torturador. Apenas, disse numa sequência de posts sobre a instalação de um Conselho de Defesa dos Direitos Humanos, que aqueles que se opunham à instalação faziam o papel de defender quem defende a tortura. O que está longe de significar que o Sr Casoy pudesse longinquamente ser um torturador ou defensor de torturadores.

2) Sobre a expressão “fúria fascista”.
“Fascista”, aí, não é substantivo, mas adjetivo. Portanto, o que eu quis dizer é que o Sr Casoy defendia suas idéias com “fúria”. O que não é bom nem mau. Mas, entendo perfeitamente que ele se sinta ofendido com o emprego do “fascista” como adjetivo. O que também me incomodaria, embora não considerasse motivo para abrir uma ação criminal. Porém, em respeito à reação deste reputado jornalista, retiro, aqui, a expressão. Até porque não considero que ele seja fascista.

3) Sobre a filiação ao CCC, Comando de Caça aos Comunistas
O post reproduziu reportagem da revista “Cruzeiro”, que relaciona o Sr Casoy como membro do CCC. Eu ignorava que Sr. Casoy desde sempre tivesse desmentido essa filiação – tendo conhecimento desse desmentido apenas posteriormente à publicação do post, conforme foi reiterado na audiência de conciliação. Assim sendo, reitero, agora, que o Sr. Casoy nega que tenha pertencido ao CCC. E, portanto, não voltarei a fazer essa ligação. Comprometo-me a publicar tais esclarecimentos no site Conversa Afiada, com o mesmo destaque.

Paulo Henrique Amorim

STJ mantém exoneração de juiz por peculato

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou recurso em mandado de segurança impetrado por um juiz exonerado do cargo em razão de ter omitido que respondia a processos por peculato, estelionato e apropriação indébita.

Os ministros entenderam que os fatos apurados em procedimento administrativo eram de extrema gravidade e impediam a permanência do juiz na magistratura.

De acordo com o processo, após aprovação em concurso público, o recorrente foi nomeado para o cargo de juiz de direito substituto do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Chegou ao conhecimento da corregedoria do órgão que o então juiz havia sido condenado pelo crime de peculato, com sentença transitada em julgado, quando exerceu o cargo de procurador do município de São Pedro do Sul (RS). Ele também respondia a ação penal por estelionato, por trinta vezes, cumulado com apropriação indébita, por atos praticados quando era advogado da empresa Sadia, no estado de Santa Catarina.

O procedimento administrativo que apurou os fatos concluiu pelo não vitaliciamento do juiz e sua consequente exoneração. Como o mandado de segurança contra essa decisão foi negado, foi interposto recurso para o STJ. O recorrente alegou que os fatos eram anteriores ao exercício da judicatura; que inexistia sentença penal condenatória transitada em julgado por força de revisão criminal que reconheceu a nulidade do processo por peculato; e que a pena de demissão violaria os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

O relator do caso, desembargador convocado Celso Limongi, ressaltou que a Constituição Federal estabelece que a vitaliciedade de magistrado, no primeiro grau, será adquirida após dois anos de exercício. A perda do cargo, nesse período, dependerá de deliberação do tribunal ao qual o juiz estiver vinculado.

O relator também destacou que, em Mato Grosso do Sul, lei estadual determina que a constatação, a qualquer tempo, de fato que comprometa a aprovação do magistrado em estágio probatório é suficiente para fundamentar sua exoneração. Além disso, o edital do concurso exigia detalhada comprovação de que o candidato não estivesse respondendo a processo ou sido punido por falta no exercício da profissão.

Para o relator, a omissão praticada perante a banca e o próprio tribunal estadual compromete irremediavelmente a função judicante. Segundo ele, os fatos delituosos já existentes no momento da inscrição no concurso comprometem o vitaliciamento do juiz.

O desembargador Limongi entendeu que havia perfeita equivalência entre a demissão e a conduta realizada e que o não vitaliciamento tem por consequência lógica a demissão. Ele afirmou que o tema tratado ultrapassa o ordenamento jurídico e alcança a ética e a moral da figura do magistrado. Ao finalizar o voto, ele foi taxativo: “O juiz há de ser visceralmente ético e vocacionado, porque, do contrário, que volte para sua casa!”.

Seguindo as considerações do relator, a Turma negou provimento ao recurso.

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