A BMW Motorrad inicia, em março, a produção do modelo F800R em Manaus. A moto com 798 cilindradas será o carro-chefe da montadora alemã para emparelhar no mercado com a japonesa Kawasaki.

As 798 cilindradas da F800R lhe dão aceleração de 0 a 100 km em 3,9 segundos
Assim, a BMW vai disputar a liderança do mercado naked – segmento que agrupa modelos premium com desenho intermediário entre motos de passeio e esportivas. A Kawasaki é produtora da Z750.
A divisão movimenta apenas 10 mil unidades por ano no Brasil, mas ocupar esse mercado significa prestígio junto ao público de alto poder aquisitivo.
Rolf Ep, diretor da BMW Motorrad, relata que a produção em Manaus vai promover uma desaceleração forte no valor da F800R. “A redução de preço vai ser em torno de 25%. Essa moto vale hoje R$ 51,9 mil e estamos trabalhando para ficar perto dos R$ 38 mil”, antecipa o diretor.
O modelo, que hoje é importado, terá 100 unidades emplacadas em 2010. A meta inicial da BMW é concluir 2011 com 800 F800R vendidas. “A F800R vai conquistar clientes de outras marcas, principalmente das japonesas”, confia Ep.
A F800R consolida a estratégia da BMW Motorrad de instalar há um ano em Manaus (AM) a sua primeira linha de montagem de motocicletas fora da Alemanha. Passo estratégico para a companhia crescer no mercado brasileiro de motos premium, acima de 450 cilindradas (cc), cujas vendas no país já haviam atingido a marca das 40 mil unidades em 2008.
A decisão de se instalar no país veio acompanhada por um plano de negócios disposto a tornar as motos da BMW mais conhecidas do brasileiro – consumidor que até então associava a marca aos carros de luxo que a partir da Segunda Guerra transformaram a antiga fabricante de turbinas de avião da Baviera, no sudeste da Alemanha, em uma das principais indústrias automotivas do mundo.
Para viabilizar seu investimento, a Motorrad firmou uma parceria com a Dafra para instalar um núcleo CKD (linha de montagem com peças vindas da matriz) na fábrica da brasileira em Manaus. O núcleo ficou responsável por montar o modelo de entrada da BMW no país, a G650GS.
O processo industrial no Amazonas reduziu o preço da moto de R$ 45 mil para R$ 29,8 mil – fator essencial para ganhar clientes em um mercado emergente, no qual motos de lazer são a menor fatia do segmento duas rodas. A G650GS estacionou nas lojas em janeiro.
“Começamos com uma produção diária de cinco motos, mas a procura foi grande e logo passamos a 14 unidades por dia. Hoje, produzimos de 180 a 200 motos por mês”, comemora Rolf Ep.
Metas superadas
O presidente da BMW Brasil, Jörg Henning Dornbusch, confirma que a procura superou a meta inicial da montadora de vender 3 mil unidades neste ano. Comercialização puxada por uma expansão geográfica para além do eixo Rio-São Paulo como uma aposta no futuro. “Estamos plantando para colher daqui há uns quatro ou cinco anos”, confia.
Mas os primeiros frutos já começaram a ser colhidos neste ano. A Motorrad encerra 2010 com 3,5 mil motos vendidas e 9% do mercado de altas cilindradas. O percentual é o dobro do alcançado no ano passado.
O desempenho é 118% superior ao de 2009, quando a marca vendeu 1.608 motos. A G650GS respondeu até novembro por 1.174 unidades comercializadas em pontos 20 pontos de vendas, oito a mais que no ano passado.
O resultado ajudou a alçar o Brasil a sétima posição entre os mercados mais importantes da divisão duas rodas da BMW, apesar do mercado premium prever fechar o ano com 36 mil motos – volume 10% menor que o pico atingido em 2008.
Brasil Econômico