O número de casos de aids aumentou no Brasil entre 1980 e 2009, e o ranking nacional mantém o Rio Grande do Sul e Porto Alegre no topo, proporcionalmente à população.
Os dados, divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde, mostram um preocupante avanço nas ocorrências.
Só no ano passado, 38.538 pessoas foram infectadas no Brasil. O número é maior que o total de novos casos de aids em 2008, que somaram 37.465. Desde 1980, o governo registrou a morte de 229.222 pessoas por aids. Um fato preocupante é que, dos cerca de 630 mil brasileiros que vivem com HIV em todo o país, 255 mil não sabem que estão infectados.
Outro motivo para preocupação é que faixas etárias mais jovens estão sendo afetadas. Segundo Dirceu Greco, responsável pelo departamento de DST-Aids no ministério, há aumento de incidência da doença na população com idade entre 13 e 24 anos, que representa 20% dos novos casos verificados em 2009.
— É possível que tenha caído o debate sobre os riscos da doença. A aids pode parecer como algo praticamente resolvido. E não está — disse.
Em Porto Alegre, a incidência da doença vem subindo desde 2005, quando estava em 80,6 casos por 100 mil habitantes. Em 2008, chegou a 160,5 e, em 2009, a 172,1. Outras 21 cidades gaúchas aparecem na lista das mais atingidas pela aids, proporcionalmente à população, entre cem municípios com mais de 50 mil habitantes. Todas apresentaram aumento no número de registros da doença entre 2008 e 2009.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) salienta que os números não representam o trabalho da atual gestão. Isso porque incluem pessoas que adquiriram a doença há pelo menos 10 anos. O sistema de notificação compulsória (o registro de casos de aids é obrigatório no município) também é considerado responsável porque oferece exatidão nos dados, algo que não se repete em outras cidades brasileiras.
No Rio Grande do Sul, os índices proporcionais à população são os mais altos do país. A taxa de incidência por 100 mil habitantes bateu em 47,5, e também vem subindo desde 2005, conforme os números do ministério. O segundo colocado é Roraima, com 34,9, e o terceiro, Santa Catarina, com 33,1.
Nove dos dez municípios com maior incidência de Aids no Brasil ficam no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Porto alegre tem 172,1 infectados para cada 100 mil moradores, segundo o Ministério da Saúde. Rio do Sul, no interior catarinense, aparece em segundo. O Rio Grande do Sul tem quatro cidades entre as dez, e sete entre as 20 primeiras do ranking de incidência da doença. De 1980 a 2010, 229.222 pessoas morreram de Aids no País, sendo 20.892 em território gaúcho.
Do ponto de vista da Secretaria Estadual da Saúde (SES), os índices ruins decorrem do sistema de notificação. Para a SES, o sistema é muito eficaz no registro dos casos da doença. Mesmo assim, os números preocupam. Por isso, um grupo técnico está sendo criado para analisar os dados, de acordo com a diretora do Departamento de Ações em Saúde da SES, Sandra Sperotto:
— Uma das hipóteses é a qualidade da informação (coletada no Estado), mas , como isso não satisfaz, estamos buscando entender essa realidade aqui no Rio Grande do Sul.
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