Pedro Parente vai deixar o grupo RBS



Em entrevista a revista AMANHÃ, o executivo justifica a saída da função no final deste ano e revela que recusou convite para presidir o grupo RBS.

Há sete anos, Pedro Parente realizou uma virada pessoal e profissional quando deixou a vida pública e assumiu uma função executiva no Grupo RBS.

Parente havia sido um dos membros mais destacados do governo Fernando Henrique, primeiro como ministro-chefe da Casa Civil e, no final do segundo mandato, como comandante do bem-sucedido ministério do apagão. Assumiu a vice-presidência executiva da RBS incumbido de liderar uma ampla mudança na gestão da companhia – o que incluía uma complexa reestruturação financeira.

Nesta quarta-feira (06), sete anos depois, a RBS divulgou um comunicado informando que, no dia 31 de dezembro de 2009, Pedro Parente deixará a função que exerce atualmente – vai manter-se apenas no Conselho de Administração e, eventualmente, prestará consultoria ao grupo.

Parente foi o responsável pela reestruturação financeira do grupo RBS, o que conseguiu sem promover uma enxurrada de demissões.

No ano passado, conduziu as negociações completadas com a venda de 12,64% do controle da RBS para o grupo Gávea, do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Fraga e Parente foram companheiros no governo FHC.

Nesta entrevista a Revista Amanha, Parente diz que o motivo de sua saida são razões pessoais. – Minha relação com a empresa é absolutamente excelente. Temos uma relação de respeito mútuo. Foi uma decisão em que todos ponderaram e que eu tomei de forma muito serena.
– Desde que fizemos a reforma na estrutura do grupo, em setembro, quando mudamos o Conselho e houve a chegada do Gávea (Fundo Gávea, que adquiriu uma participação de cerca de 15% da RBS), ficou muito claro que a vice-presidência executiva, como existia anteriormente, teria que mudar de alguma forma.

– Pensamos se não seria o caso de eu ascender a presidente e o Nelson ocupar a posição de presidente do Conselho, exclusivamente. Conversamos muito sobre isso.

Houve então o convite da empresa para que eu assumisse a presidência. Mas o que pesou, para mim, foi o fato de que eu teria que prorrogar meu contrato por pelo menos quatro anos. E seguiria numa rotina pessoal que já vinha me onerando bastante. Eu tenho residência em Porto Alegre e em São Paulo. Ao aceitar a presidência da RBS, eu iria contra um desejo meu de redução deste ritmo de viagens.

– Aumentaria a demanda, por eu estar em Porto Alegre e passar a ter os compromissos de natureza institucional que eu não tenho hoje, pois são responsabilidade do Nelson (Sirotsky, presidente da RBS).

Amanha

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