Vários meios de comunicação do ocidente começaram a revelar, no domingo, o conteúdo de cerca de 250.000 documentos secretos que lhes foram passados pelo site Wikileaks. Observadores temem um desastre diplomático sem precedentes.
Os documentos, divulgados pelos jornais The New York Times (EUA), The Guardian (Reino Unido), Le Monde (França), El País (Espanha) e pela revista Der Spiegel (Alemanha), fazem parte do maior vazamento de mat
Pode demorar vários dias para decifrar as centenas de milhares de documentos secretos dos EUA publicados domingo pelo site Wikileaks, mas já existem vários meios de comunicação do ocidente, associados à operação, começando a revelar o seu conteúdo. Na frente, o New York Times, que publicou em seu site um artigo muito longo em que são destacados os pontos fortes de 250.000 notas diplomáticas enviadas pelo site Wikileaks. Estas notas “oferecem um panorama único das negociações de bastidores, que é praticado por embaixadas em todo o mundo”, escreveu o diário americano.
Os papéis mostram que a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, mandou diplomatas espionarem a liderança da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os alvos estão o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon e representantes de Reino Unido, França, China e Rússia, países com assento permanente do Conselho de Segurança.
Segundo os documentos vazados pelo WikiLeaks, Hillary ordenou que especialistas elaborassem relatórios com detalhes sobre os sistemas de comunicação utilizados pelos principais diplomatas da ONU, incluindo senhas e códigos de segurança usados em redes privadas e comerciais para as contatos oficiais da entidade.
Os documentos afirmam que as principais agências de inteligência dos EUA estão envolvidas na espionagem sobre a ONU. O Serviço Secreto dos EUA, o FBI e a CIA foram acionados pelo Departamento de Estado para “serviços de coleta de informações”. Espionagens sobre oficiais e propriedades da ONU são expressamente proibidas pela convenção de 1946.
Milhares desses arquivos parecem estar oferecendo informações sobre alguns líderes estrangeiros, e fornecem informações sensíveis sobre o terrorismo e a proliferação nuclear. Incluindo a forma como Israel forçou os EUA para ter maior firmeza contra o Irã em 2009, mostram que doadores sauditas continuam a ser os principais financiadores das organizações radicais como a Al Qaeda, ou ainda , que os agentes do governo chinês realizaram uma operação coordenada de ataques a computadores dos EUA e seus aliados.
Eles também observam que o secretário de Defesa, Robert Gates, disse que ataques militares contra o Irã só iria atrasar cerca de três anos a fabricação de suas armas atômicas.
Imediata condenação de Washington
A Casa Branca reagiu imediatamente, neste domingo, condenando as ações do Wikileaks, reafirmando que tal atitude põe vidas em risco. “Tais revelações colocam em risco os nossos diplomatas, membros da comunidade de inteligência, e as pessoas no mundo que se ligam aos EUA para ajudar a promover a democracia e um governo aberto, disse em uma entrevista o porta-voz do presidente Barack Obama, Robert Gibbs.