O Baú da Felicidade Crediário pode ser a primeira empresa do grupo a ajudar Silvio Santos a cobrir o rombo estimado em R$ 2,5 bilhões no Panamericano. O grupo já procura redes de varejo.
Informações obtidas pelo Brasil Econômico revelam que o empresário contratou uma consultoria para sondar possíveis interessados na compra das 130 lojas da varejista.
Estão na mesa duas possibilidades: a primeira, preferência do grupo, é vender a totalidade das lojas.
A outra — e mais provável dada a peculiar distribuição das lojas do Baú — é uma venda fracionada, ou seja, empresas diferentes comprariam quantidade de lojas variadas.
Há quinze dias a Lojas Cem, do interior de São Paulo, foi procurada pela consultoria responsável pelas negociações. Somente nesta região, o Baú concentra 27 pontos de venda que reforçariam o poder da Lojas Cem, que tem hoje 185 lojas também no interior paulista.
No entanto, no perfil da empresa comandada pela família Dalla Vecchia parece não haver espaço para aquisições e a rede não levou as conversas adiante. A varejista anda na contramão do mercado e prioriza o crescimento orgânico, ou seja, por meio de abertura de lojas. Oficialmente a rede nega a aproximação.
Mas se a Lojas Cem não quer, tem quem queira. “Vamos entregar na semana que vem uma proposta de compra de 50 lojas do Baú”, diz Márcio Pauliki, presidente da Mercadomóveis, varejista de eletroeletrônicos com 150 unidades espalhadas por Paraná e Santa Catarina.
O Baú tem 85 lojas no estado paranaense, mas para Pauliki não há necessidade de comprar toda a rede local. “Escolhemos 50 pontos que não vão interferir nas vendas das lojas que já temos no Paraná”, diz.
A compra das lojas do Baú também pode ser estratégica para a Cybelar. A varejista tem 85 lojas no interior de São Paulo e ganharia novo impulso com os pontos de venda de Silvio Santos.
Segundo apurou o Brasil Econômico ela será uma das próximas a ser procurada pela consultoria do Baú. “Sempre vamos olhar todos os negócios, faz parte do mercado”, diz Ubirajara Pasquotto, presidente da Cybelar.
Apesar do Baú ser um negócio interessante para varejistas locais, grandes companhias como Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Máquina de Vendas também podem entrar na briga pela rede, todas elas estiveram envolvidas em recentes negociações de aquisições e fusões e continuam demonstrando disposição para comprar.
Dívida
Apesar do interesse do mercado, uma dívida da antiga Dudony, adquirida pelo Baú em 2009, pode atrapalhar as negociações. Segundo o mercado, a empresa não teria conseguido quitar um passivo fiscal que na época da aquisição somava R$ 100 milhões.
Com este débito nas costas, a negociação pode ficar ainda mais dura para Silvio Santos. Procurado, o Baú informou que a empresa não está à venda.
Brasil Econômico
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