O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não tem medo do ridículo e adora uma polêmica. Na quarta-feira, Chávez fez mais uma das suas: seu ministro da Saúde, Jesús Mantilla, anunciou a proibição da Coca-Cola Zero – vendida em dezenas de outras nações – sob a justificativa de proteger a saúde dos venezuelanos.
Conforme o ministro, que não apresentou provas para embasar a decisão, o refrigerante sem açúcar contém “substâncias nocivas”. Mantilla também não citou que substâncias seriam essas, mas possivelmente se referiu aos edulcorantes (adoçantes) artificiais aspartame e Ace-K – considerados “essencialmente inofensivos” pela FDA, órgão do governo dos EUA que libera a comercialização de medicamentos e alimentos.
A Coca-Cola Zero foi lançada na Venezuela em abril passado. O braço venezuelano da empresa – pertencente ao grupo mexicano Coca-Cola Femsa – divulgou comunicado afirmando que o produto não contém quaisquer substâncias prejudiciais à saúde, mas, sem alternativa, começou a retirar as garrafas e latinhas de postos de venda de todo o país.
Em março, o presidente determinou que a fabricante se retirasse de um terreno no bairro de Gramoven, para construir moradias. Em 2005, as autoridades fecharam por 48 horas as fábricas, alegando problemas fiscais. Para analistas, a decisão de banir a Coca-Cola Zero é uma questão política. Chávez mantém relações conturbadas com os EUA, do qual a Coca-Cola é um dos maiores símbolos.