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Senadora diz que foi ‘traída’ por assessora

A jornalista e produtora cultural Liane Muhlemberg se viu obrigado a pedir  demissão do gabinete da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), após divulgação, pela revista “Veja” de que projetos de sua ONG, o Instituto de Pesquisa, Ação e Mobilização (Ipam), receberam recursos de emenda parlamentar do deputado Jilmar Tatto (PT-SP).

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse nesta segunda-feira que se “sentiu traída e enganada” pela assessora Liane Muhlemberg que se beneficiou de emendas parlamentares ao orçamento para a ONG (organização não governamental) Ipam (Instituto de Pesquisa, Ação e Mobilização), da qual era presidente. A parlamentar disse que desconhecia tanto a ligação da ex-funcionária com a ONG e quanto a liberação de emendas orçamentárias para instituição e, por isso, não vê problemas em continuar na relatoria-geral da CMO (Comissão Mista de Orçamento).

“Se eu desconhecia [o fato] e nunca fiz nenhuma emenda, nem nenhuma gestão para liberação de recursos a qualquer entidade estou à vontade [para permanecer na relatoria da CMO]”, disse a senadora.

Serys acrescentou que, desde que foi nomeada, a assessora nunca fez qualquer menção de que era presidente de uma ONG. “Sobre isso não se conversa, se exonera”, ressaltou.

Liane, que também trabalha com projetos sociais, negou qualquer irregularidade nos repasses, apresentou prestações de contas e documentos sobre os eventos e afirmou não ser filiada do PT.

O Ipam funciona numa sala do setor comercial Norte de Brasília. “Vou sair para tirar a senadora do foco. Não é justo que, por minha causa, ela fique numa situação embaraçosa. Tenho certeza que só divulgaram essa minha história porque a senadora é relatora do Orçamento.

Agora, não tem nada, nada e nada de ilegal”, disse Liane Muhlemberg, que criou o Ipam em 1997. Em 2010, nove projetos do Ipam receberam R$ 1,8 milhão de emendas de três deputados: R$ 1,1 milhão de Jilmar Tatto (PT-SP); R$ 650 mil de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)l; e R$ 100 mil de Geraldo Magela (PT-DF). O dinheiro já foi liberado e executado.

Seis emendas captaram recursos no Ministério do Turismo e as outras três no da Cultura. A fase agora é de prestação de contas. A jornalista está lotada no gabinete de Serys há três anos. Ela trabalha na produção de material institucional da petista, como informativos sobre o mandato da senadora.

Liane, que tem 67 anos, afirmou ser conhecida no circuito cultural e que jamais recebeu emendas da petista.

A jornalista Liane Muhlemberg, ex-assessora da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), exonerada sob acusação de desvio de verbas do Orçamento [leia nota abaixo], é uma das principais criadoras do grupo de rock Barão Vermelho, na década de 1980.

Sua participação já foi reconhecida publicamente por Roberto Frejat.

Liane foi figura importante no Rock Brasil. Seus dois filhos, os atores Ana e Arthur, inclusive, estão no elenco do filme “Bete balanço”. Arthur era muito amigo de Cazuza.

A servidora garantiu que nunca usou sua influência para obter emendas de políticos para seus projetos: “Seria antiético me aproveitar dessa situação. Se tivesse uma moral mais elástica, poderia pedir. Mas não faço”.

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