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CARRO: proibida instalação de farol xênon em veículo

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proibiu a instalação de faróis de gás xenônio em veículos que não saírem de fábrica com esse dispositivo. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União na última terça-feira (7).

Até então essa alteração era permitida mediante autorização prévia do Departamento de Trânsito nos estados e deveria constar no documento do veículo (CSV).

O Contran diz que veículos que tiveram instalados esse tipo de farol com a devida alteração do Detran, “com CSV emitido até a data da entrada em vigor desta resolução” poderão circular “até a data de seu sucateamento, desde que o equipamento esteja em conformidade com a resolução 227/2007”, que dispõe sobre o sistema de iluminação dos veículos. Por sucateamento, explica a assessoria do órgão, entende-se o quanto o veículo durar. Em caso de necessidade, esses também poderão substituir o equipamento por outro similar.

Lista de proibições
A nova resolução do Contran (384/2011), emitida no último dia 2, inclui a instalação do farol xênon em uma lista de outras alterações em veículos vetadas pelo órgão, dispostas no artigo 8º da resolução 292, de 2008 (veja abaixo). Agora, entre as proibições, figura o item “instalação de fonte luminosa de descarga de gás em veículos automotores, excetuada a substituição em veículo originalmente dotado deste dispositivo”.

A assessoria de imprensa do órgão confima que o veto vale apenas para instalação do farol de xênon após a fabricação dos veículos -os que já saem da linha de montagem com o dispositivo poderão continuar circulando com ele e substituí-lo por equipamento similar quando necessário.

Segundo o Código Nacional de Trânsito, o desrespeito à regra pode resultar em multa de R$ 127,69 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

O Manobrista embriagado…

Artigo: A política e a bebida

O repórter Jorge Bastos Moreno escreveu ontem (24), em ‘O Globo’, a mais deliciosa matéria desse final de semana.

O hábito dos políticos com a bebida.Eis o seu texto:
“Se a Lei Seca estivesse em vigência há 30 anos, o senador Aécio Neves, flagrado semana passada numa blitz no Rio, não estaria sozinho, mas numa galeria de ilustres homens públicos que prestaram relevantes serviços ao país. Pela carteira de habilitação vencida e, principalmente, pela recusa do teste do bafômetro – reação confessa de ingestão de bebidas.

Homens públicos que sempre fizeram da política sua única atividade profissional geralmente são muitos desorganizados e delegam a terceiros a atualização de seus documentos. E a habilitação nunca esteve entre suas prioridades, até porque quase nunca dirigem.

Mas o quesito que chama mais a atenção da opinião pública, o de ter ingerido álcool, é, paradoxalmente, a coisa mais comuns entre os políticos. Beber é da atividade. Se não, como atravessar noites debatendo com aliados e adversários e, também, em casa, aliviar o estresse do dia a dia.
Aliás, uma das máximas da política é não confiar em quem não bebe. Não conheci um bom político que não bebesse. E bem. Entre eles, vários ex-presidentes, ex-governadores e ex-chefes do Poder Legislativo.

Se todo mundo bebe, por que somente o ex-presidente Lula carregou a fama? Por preconceito a um operário que chegou à Presidência da República? Claro que não. Seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, como veremos adiante, também era bom de copo, assim como seus antecessores.

A fama de Lula só ultrapassou o círculo fechado da política porque o petista nunca cometeu a hipocrisia de esconder de ninguém que bebia. Então, Lula não foi profissional na arte de beber? Hipocritamente falando, não. Nem ele nem Aécio Neves. Por isso sempre foram os mais visados.

Como temente a Deus e partidário da tese de que “aqui se faz, aqui se paga”, tenho uma convicção mais mística sobre as razões de Lula ter pagado um preço por um hábito que é, na verdade, praticado pela maioria dos políticos e pelo próprio povo brasileiro (ainda semana passada, pesquisas revelaram que a população está bebendo mais).

É forte o que vou dizer agora, mas me baseio nos fatos, naquilo que Ulysses Guimarães dizia: “Sua Excelência, o fato”. Contra fatos, não há argumentos: Lula, estranhamente, sempre foi preconceituoso com a bebida, por mais que gostasse dela. Amigos mais íntimos atribuem isso a traumas sofridos na infância.

Quando se afastou do governo Itamar Franco, entre outras alegações, Lula dizia que o presidente preterira a indicação do renomado jurista Raymundo Faoro pela “daquele pinguço do Maurício Corrêa”, que, por uma dessas peças da vida, veio a presidir o Supremo Tribunal Federal na gestão do petista. Corrêa, como presidente do STF, infernizou a vida de Lula, lembram?

Outra prova do preconceito de Lula contra a bebida ocorreu na campanha de 1998, contra Fernando Henrique. Em vários comícios, inclusive um na Praça da Sé, em São Paulo, Lula tentava desqualificar o prestígio internacional do adversário dizendo que seus maiores amigos eram “um maníaco sexual ( Bill Clinton ) e um cachaceiro ( Boris Yeltsin)”. Bem, quando o “NYT” fez o mesmo com ele, Lula quis expulsar o correspondente do jornal.

Mas as famas de Lula e de Aécio são totalmente injustas se olharmos para a famosa galeria dos bons de copo, que, entre tantos ilustres, inclui o próprio FH, Ulysses, Tancredo Neves, Itamar, Severo Gomes, Sepúlveda Pertence, Nelson Jobim, José Eduardo Dutra, Jarbas Vasconcelos, Sérgio Cabral, Miguel Arraes, Marcello Alencar, Hélio Garcia, Marcelo Déda, Jaques Wagner, e vou parar por aqui para não ser injusto com os que não estão nessa seleta relação. Escolhi, propositadamente, os mais corretos, até para deixar claro que beber não é crime. Crime é roubar. E, geralmente, o político corrupto não perde a sobriedade para não perder uma jogada. Eles quase não bebem. Daí a desconfiança na política contra os abstêmios.

Fernando Henrique sempre foi um bebedor sofisticado, discreto. Poucas vezes foi flagrado “mais alegre”, a não ser em duas ocasiões que, até a publicação desta matéria, permaneciam no círculo restrito da política. Uma vez, como senador, em Porto de Galinhas (PE), com os falecidos Ulysses Guimarães e Carlos Wilson. Os três tentavam dominar um “bugre”. Até hoje, não se sabe quem estava mais bêbado.

Em outro episódio, também no litoral nordestino, FH, na Praia do Francês (AL), chegou a ficar quase nu num mergulho. Foi fotografado pelas costas com a bunda de fora. A autora da foto, procurada agora por mim para ilustrar este texto, disse que a vítima sempre soube da existência da foto, mas nunca se preocupou com ela, nem nas campanhas eleitorais, pois sabia que estava entre amigos. Além do mais, a própria imagem deixava claro ter sido acidente banal e não uma exibição. Eu queria ter essa autoconfiança do FH.

Já Ulysses era bebedor profissional, tão profissional que era difícil percebê-lo bêbado. Já tinha a vantagem de falar normalmente com a língua enrolada e de não ter sentido de direção: só, não conseguia chegar nem a sua casa – o que era comprometedor para quem bebia, no seu caso era característica bem conhecida. Dos políticos que conheci, Ulysses talvez fosse o que melhor sabia beber bem e sofisticadamente, e, repito, embriagar-se sem parecer bêbado. Poderia contar aqui algumas histórias de Ulysses. Mas é absolutamente desnecessário. Ou vocês acham que um homem que criou a “turma do poire” – aguardente de pera mais forte que a nossa cachaça, que derruba o freguês só pelo perfume embriagador – precisa de mais histórias? Integrante daquele clube que mandava no país na época, Ibsen Pinheiro certa vez revelou: “Boa, só a turma, o poire é muito ruim.” Que blasfêmia! Não havia um chefe político dos locais mais distantes do país que não recebesse Ulysses com uma garrafa de poire.

Tancredo Neves não ficava para trás. Sua preferência eram os vinhos. Certa vez – e esta história foi espalhada por Ulysses – numa bebedeira na casa de uma amiga em Brasília, às vésperas da Semana Santa, Tancredo subiu na mesa e, solenemente, fez um convite geral:
– Minha São João del Rey é paradoxalmente a cidade mais profana e religiosa do Brasil: tem o melhor carnaval e a melhor Semana Santa! Por isso, convido a todos para irem comigo.
No dia seguinte, a pedido de Tancredo, Ulysses telefonou aos convidados alegando que o colega pegara gripe forte e voltaria ao Rio, onde morava. A propósito: Tancredo, como deputado, senador e governador de Minas Gerais, sempre morou no Rio. Deve ser coisa de DNA”.

Carros elétricos poderão matar mais

Nos EUA, lei obriga automóveis elétricos a produzir ruído para alertar os pedestres e diminuir os riscos de um acidente.

Grupo de trabalho das Nações Unidas quer agora uniformizar o barulho emitido pelos motores.

Carros elétricos silenciosos serão em breve coisa do passado nos Estados Unidos. O motivo é uma lei para melhorar a segurança dos pedestres, sancionada em janeiro de 2011 pelo presidente Barack Obama. A lei obriga automóveis elétricos e híbridos a gerarem um mínimo de ruído, como forma de aviso sonoro para cegos, deficientes visuais e transeuntes idosos.

Segundo estudos da autoridade de segurança do trânsito dos Estados Unidos (NHTSA), a probabilidade que ocorra uma acidente grave com um automóvel híbrido silencioso é duas vezes maior do que com um carro com motor de combustão convencional.

O número assusta até os mais fervorosos defensores da eletromobilidade na Alemanha. O governo em Berlim pretende, até 2020, colocar ao menos um milhão de carros elétricos nas ruass e estradas do país. Caso nenhuma providência seja tomada, é possível que a segurança do trânsito venha realmente a ser comprometida, afirma o professor de acústica Wolfgang Foken, da Universidade de Zwickau.

“Eu presumo que o risco de acidentes com carros elétricos certamente vai aumentar.” O engenheiro especializado em acústica de automóveis afirma, no entanto, que isso não vale para todas as situações no trânsito. “Carros elétricos são muito silenciosos principalmente na hora de dar a partida, no acionamento da marcha à ré ou para estacionar. Em todas as manobras feitas abaixo de 25 km/h o ruído é quase nenhum”, diz Foken.

Por esse motivo, associações de cegos nos EUA defendem a obrigatoriedade da emissão de ruídos, e não são poucos os fabricantes de automóveis que já trabalham no desenvolvimento de ruídos artificiais. Já disponível no mercado, o carro elétrico Leaf, da Nissan, vem equipado com um gerador de som no compartimento do motor. Da mesma forma, o Prius, veículo híbrido da Toyota, produz ruídos desenvolvidos por designers de som.

Para que as montadoras não exagerem, há até mesmo um grupo de trabalho sobre o tema nas Nações Unidas em Genebra. Os funcionários da ONU estão definindo normas que deverão ser aplicadas a todos os veículos movidos à energia elétrica – sejam eles motocicletas, automóveis, caminhões ou ônibus.O principal objetivo dos inspetores da ONU: o novo som dos carros elétricos deve ser uniforme. Ruídos artificiais incomuns poderiam antes assustar do que alertar os cegos.
Rosana Paula/Blog do Zequinha

TAXISTA: profissão regulamentada

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou projeto que regulamenta a profissão de taxista.

Além da inscrição do motorista na Previdência, a proposta exige dos taxistas curso de relações humanas, direção defensiva, primeiros socorros, mecânica e elétrica básica de veículos.

O projeto também obriga o taxista a atender aos clientes “com presteza e polidez, trajar-se adequadamente e manter o veículo em boas condições de funcionamento e higiene”. Por outro lado, enquadra a profissão na legislação trabalhista e garante aos taxistas um piso salarial. O projeto será apreciado pelo plenário da Casa.

De autoria de Confúcio Moura (PMDB-RO) e relatado pelo deputado federal Osmar Serraglio (PMDB/PR), o projeto reconhece o exercício da profissão de taxista e dá outras providências.

Por Lauro Jardim

Juiz bêbado atropela e mata jovem motoqueiro

O motociclista Henrique Maria da Silva, de 23 anos, morreu após ser atropelado pelo juiz de direito Aristófanes Vieira Coutinho Júnior, de 46 anos, em Fortaleza, na madrugada desta segunda-feira. O magistrado, segundo a polícia, estava embriagado.

O acidente ocorreu por volta das 3 horas, na Avenida Washington Soares. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), após a colisão o rapaz foi arrastado, ainda vivo, por cerca de cem metros e a motocicleta dele, por um quilômetro. Silva morreu a caminho do hospital.

Policiais rodoviários chegaram ao local pouco depois e encontraram o juiz no carro. Ele teria dito que não percebeu que havia arrastado a motocicleta.

Levado à delegacia de plantão, no 2º Distrito Policial, o juiz prestou depoimento, mas não foi preso em flagrante pela prerrogativa do cargo que ocupa. Ele foi indiciado por homicídio culposo, cuja pena varia de um a quatro anos de prisão.

No teste do bafômetro realizado na delegacia, cerca de uma hora depois do acidente, apontou um índice de 0,82 mg de álcool por litro de sangue. A partir de 0,4, a alcoolemia já é considerada embriaguez.

Em depoimento, Coutinho Júnior declarou à polícia que vinha de uma “comemoração no interior”, mas negou que estivesse em alta velocidade. Também foram ouvidas cinco testemunhas. O local do acidente é uma rodovia estadual com limite, em alguns trechos, de 80 quilômetros por hora.

Juiz auxiliar da 27ª Vara, Aristófanes Vieira não foi trabalhar nesta segunda-feira. O juiz estaria “muito abalado” e sob medicação. Ainda pela manhã, no entanto, o magistrado se apresentou ao ao presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desembargador José Arísio Lopes da Costa. Em nota, o TJ lamentou o episódio e disse que irá adotar providências visando à instauração dos procedimentos legais cabíveis tomando como base a lei orgânica da magistratura e as disposições previstas no Código Penal brasileiro.

Morre Affonso Camargo, o ‘pai do vale-transporte’

Morreu nesta quinta-feira em Curitiba, aos 81 anos, o ex-deputado federal Affonso Alves de Camargo Neto (PSDB). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do PSDB, por volta das 10h25. A causa da morte ainda não foi divulgada. Affonso Camargo era o mais antigo representante do Paraná no Congresso Nacional e ficou conhecido como “o pai do vale-transporte”, slogan que utilizava nas campanhas políticas.

Affonso Camargo não se reelegeu para deputado federal nas eleições de 2010 e decidiu se aposentar da vida política depois de 54 anos. Ele foi o deputado federal mais votado do Paraná em 2002.

Camargo chegou ao Congresso em 1978, mas a carreira política teve início em 1956. Ele exerceu o cargo de senador por duas vezes – o primeiro mandato foi como biônico durante a ditadura militar – e foi deputado federal por quatro legislaturas. Ocupou o cargo de vice-governador (no primeiro mandato de Ney Braga) e também foi ministro por três vezes.

Camargo foi indicado para ser ministro dos Transportes por Tancredo Neves. Com a morte de Neves, José Sarney manteve a indicação. Ele foi ministro dos Transportes e das Comunicações no governo do ex-presidente Fernando Collor.

Affonso Camargo também se candidatou a presidente da República, em 1989. Ficou em 11º lugar em uma disputa entre 22 candidatos. Recebeu 379.286 votos, ou 0,52% do total.

Veículos longos proibidos de circular em feriados

Determinação da Polícia Rodoviária Federal foi publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira.

Veículos longos estão proibidos de circular em rodovias federais de pista única durante feriados nacionais. A determinação da Polícia Rodoviária Federal foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira e já está em vigor.

A nova regra considera o intenso fluxo de veículos durante os períodos de festa e o aumento do risco de acidentes. O descumprimento da proibição constitui infração grave, com punição de 5 pontos na carteira de habilitação, e vale multa de 120 Ufirs (R$ 127,69).

A determinação vale para Combinações de Veículos de Carga – CVC (caminhões que puxam dois ou mais reboques), Combinações de Transporte de Veículos – CTV (caminhões-cegonha) e Combinações de Transporte de Veículos e Cargas Paletizadas – CTVP (veículos especiais que transportam cargas de dimensões diferenciadas, como trator e guindaste), mesmo com Autorização Especial de Trânsito (AET).

Decretada prisão de gaúcho envolvido em acidente em Punta del Este

A Justiça uruguaia aceitou a abertura de processo e decretou, na noite deste domingo, a prisão preventiva do gaúcho Marcelo Tellechea Cairoli (foto), de 30 anos. Na madrugada de sábado, ele se envolveu em um acidente no balneário de Punta del Este que resultou em uma morte e deixou um jovem gravemente ferido.

A juíza Adriana Graziuso, do Juizado Letrado de Segundo Turno de Férias de Maldonado, admitiu a abertura de processo contra Cairoli por homicídio culposo e delito por lesões graves. A prisão pode ser revogada por uma instância superior da Justiça uruguaia.

Conforme o chefe de imprensa da Chefatura de Polícia de Maldonado, comissário Raúl Eula, o motorista brasileiro deverá ser levado da Seccional 1ª da Polícia de Maldonado para o Cárcere de Las Rosas. A penitenciária fica cerca de 10 quilômetros de Punta, na Ruta 39, entre San Carlos e Maldonado.

O acidente ocorreu em torno das 4h20min de sábado. Segundo a Chefatura de Polícia de Maldonado e os sites dos jornais El País e El Observador, a Mitsubishi Dakar conduzida por Marcelo Cairoli teria colhido a motocicleta pilotada pelo uruguaio Rodolfo Damián Sosa Presa, 20 anos, no cruzamento das ruas 17 e 27. Conforme as mesmas fontes, a camioneta teria arrastado a moto, parando a cinco quadras de distância.

Rodolfo segue hospitalizado em estado grave, enquanto sua acompanhante na moto, Jennifer Mariño Osano, 18 anos, foi sepultada. A dupla morava no Departamento de Maldonado.

Segundo o comissário Eula, Marcelo Cairoli estava embriagado. Um teste realizado no motorista indicou 15,9 decigramas de álcool por litro de sangue — cinco vezes acima do limite tolerado pela lei uruguaia.

A defesa deverá sustentar que Cairoli estava na preferencial e que quem não parou foi o piloto da moto. O motorista teria ficado em estado de choque e foi retirado do carro por um médico de Santa Vitória do Palmar antes que morresse carbonizado. Segundo fontes da defesa, a passageira da moto bateu no vidro, o que acionou os airbags, tirando a visão do que se passava. Pela versão da defesa, a moto não foi arrastada por várias quadras como informado pela polícia.

ZERO HORA

Celular “tijolão” faz 20 anos no Brasil

Esquecer o celular em casa e imaginar ficar sem a comunicação pessoal por várias horas é motivo de transtorno para muitos usuários.

Tanto que não são poucos os que preferem pegar o carro, fazer um retorno entediante e destrancar todas as fechaduras para buscar o aparelhinho. É quase impossível, hoje, imaginar a vida sem o telefone móvel. Mas já foi assim, e não faz tanto tempo.

A comunicação móvel completa duas décadas no Brasil neste mês, com aproximadamente 200 milhões de linhas habilitadas (mais de uma por habitante) e importância crescente para ampliar o acesso à internet no país.

O então ministro de Infraestrutura, Ozires Silva, jamais poderia imaginar há 20 anos um cenário como esse quando telefonou para Jarbas Passarinho, que comandava o Ministério da Justiça, e fez a primeira ligação de celular no Brasil. Eram os últimos dias de 1990 e o serviço estreava timidamente na Telerj Celular (atual Vivo) para os corajosos – e ricos – que estavam dispostos a pagar US$ 20 mil para experimentar a novidade.

Já faz muito tempo que as operadoras deixaram de cobrar pela habilitação da linha e, desde 2005, existem mais celulares que telefones fixos no país.

Em 2010, a telefonia móvel ultrapassou outra barreira e se tornou, também, o principal meio para acesso à internet no país. O Brasil deve fechar o ano com mais de 20 milhões de conexões de internet móvel, segundo indicam números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em contrapartida, as linhas de banda larga fixa somavam 12,8 milhões no fim de setembro – dado mais recente disponível.

Ao longo das duas últimas décadas, as redes de telefonia móvel deixaram de ser apenas uma forma de comunicação de voz e ganharam a capacidade de transmitir dados em alta velocidade, permitindo o acesso à internet. Ao mesmo tempo, os aparelhos de celular se transformaram em minicomputadores – com capacidade de processamento de dados muito maior que a dos PCs de pouco tempo atrás. Os telefones também ficaram mais leves, adquiriram novos formatos e cores. Os modelos de hoje em nada lembram os “tijolões” que desembarcaram no Brasil nos anos 1990. Lançados como analógicos, chegaram ao padrão tecnológico de terceira geração (3G) e continuam a evoluir.

“O celular ganhou importância política, econômica, social e familiar”, resume o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg. A declaração pode parecer surpreendente vinda de alguém que relutou em ter seu primeiro telefone móvel. “Fui uma das últimas pessoas a ter celular no Brasil. Eu morava no exterior (trabalhava como embaixador) e achava que não era bom ter um celular e poder ser localizado a qualquer hora pelos jornalistas”, recorda ele, entre risos.

A postura discreta de Sardenberg, entretanto, estava mais próxima da exceção que da regra. Em geral, quem tinha condição de adquirir um celular gostava mesmo era de exibi-lo – quem não se lembra daquelas capinhas de couro que prendiam o aparelho ao cinto da calça? E nem sempre era para ter acesso constante ao aparelho.

Podia ser pior: havia quem pendurasse um aparelho de brinquedo na cintura só para fazer de conta que tinha um telefone móvel. Ou quem fazia questão de falar bem alto para deixar claro que estava no celular.

O telefone móvel se popularizou e deixou de ser motivo de exibicionismo, mas continua ditando moda. Tirar fotos, fazer vídeos e, mais recentemente, navegar nas redes sociais são apenas algumas das possibilidades abertas pelo aparelho. “De todas as novidades que os celulares trouxeram, o comportamento das pessoas foi o que mais surpreendeu”, afirma Edson Bortolli, diretor de produtos da Motorola- um dos primeiros fabricantes de aparelhos a desembarcar no país.

O executivo, que estava na Telebrásna época da privatização, trabalhava na área de telefonia pública quando as operadoras lançaram os primeiros planos na modalidade pré-paga. “Pensei: é a morte do orelhão”, recorda.

Não foi bem isso que aconteceu. De fato, os pré-pagos foram os propulsores da telefonia móvel – representam mais de 80% dos assinantes do serviço. No entanto, as tarifas praticadas ainda são altas, o que cria uma situação curiosa: muitos assinantes usam o celular só para receber chamadas e recorrem ao bom e velho orelhão quando precisam ligar para alguém.

Nos últimos anos, gerou-se outra distorção local. Os brasileiros perceberam que é mais barato ligar para um assinante da mesma operadora e, a partir daí, passaram a ter um chip de cada empresa de telefonia móvel. Essa prática ajudou a multiplicar o número de linhas habilitadas no país.

“Ninguém acreditava que a densidade da telefonia móvel passaria muito dos 40% no Brasil”, diz Eduardo Tude, sócio da consultoria Teleco, especializada em telecomunicações. Neste ano, o índice chegou a 104 celulares para cada cem habitantes.

Sob qualquer ângulo, os números exibidos pelo mercado brasileiro superam com folga as previsões feitas pela própria Anatel. Em 1997 (ano em que foram vendidas as licenças para as operadoras da banda B, que introduziram a concorrência no setor), o órgão regulador projetava um cenário segundo o qual o país alcançaria 23 milhões de celulares em 2003. O número real foi o dobro disso. Daí em diante, o ritmo de crescimento só aumentou.

Contribuiu para isso uma queda acentuada nos preços dos aparelhos de celular e dos equipamentos usados nas redes das teles. No início da década, o governo fez uma opção pelo padrão tecnológico GSM, que tem mais escala no mercado internacional e, por isso, oferece preços mais baixos. “A melhora da economia brasileira e a estabilidade das taxas de câmbio também tiveram importância para que o mercado crescesse dessa forma”, diz Luís Minoru, diretor de consultoria da PromonLogicalis, integradora de sistemas de tecnologia.

Mais do que isso, a forte competição entre as teles fez do telefone móvel um bem acessível a milhões de brasileiros que nunca puderam ter uma linha fixa. “O celular era um artigo de luxo. Hoje, não é mais”, afirma Tude, da Teleco.

Talita Moreira/Valor

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