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Datafolha : Fogaça e Tarso empatados

Pesquisa Datafolha sobre as eleições no Estado, encomendada pelo Grupo RBS, mostra empate entre os candidatos ao Piratini José Fogaça ( a esquerda) (PMDB) e Tarso Genro ( a direita) (PT).

De acordo com o levantamento, no cenário em que estão incluídos todos os pré-candidatos, Tarso aparece com 31% das intenções de voto e Fogaça, 30%.

A pesquisa, realizada entre os dias 30 e 31 de março, mostra outros três cenários, em todos Fogaça e Tarso estão empatados. Nos cenários em que está incluída, a governadora Yeda Crusius ( no centro da foto) (PSDB) aparece em terceiro lugar, com 8%. Na consulta espontânea – quando não são apresentados os nomes dos candidatos -, 74% dos entrevistados responderam não saber em quem votar.

No cenário em que estão todos os candidatos, Tarso obtém seu melhor desempenho entre os eleitores de 16 a 24 anos (37%) e entre aqueles com renda mensal entre dois e cinco salários mínimos (35%). Fogaça chega a 30% das intenções entre aqueles de mais alta renda. Yeda está melhor colocada entre os entrevistados com 60 anos ou mais, com 14%.

Serra lidera entre os eleitores do RS

Em relação à rejeição dos pré-candidatos, 45% dos entrevistados responderam que não votariam de jeito nenhum no primeiro turno em Yeda.

O Datafolha também entrevistou os eleitores do Rio Grande do Sul sobre a disputa pela Presidência. José Serra (PSDB) lidera com 45% das intenções de voto, seguido de Dilma Rousseff (PT), com 27%. Na pesquisa espontânea, 59% responderam que não sabem em que votar para presidente.

Como esta é a primeira pesquisa do Datafolha para o Grupo RBS depois da definição dos principais candidatos, não foram feitas simulações de segundo turno. A partir dos próximos levantamentos serão feitas simulações de segundo turno entre os candidatos que ocupam as primeiras posições.

Rigotto e Paim lideram disputa ao Senado

Na disputa para o Senado, os candidatos Germano Rigotto (PMDB) e Paulo Paim (PT) estão tecnicamente empatados segundo levantamento do Datafolha.

Conforme a pesquisa, o ex-governador aparece com 46% das intenções de voto e o petista com 45%. Em terceiro e quarto lugares estão Ana Amélia Lemos (PP), com 31%, e Eliseu Padilha (PMDB), com 13%.

Na eleição de 3 de outubro, os eleitores votarão em dois candidatos ao Senado. Na pesquisa estimulada, 35% dos entrevistados responderam que ainda não sabem em quem votar e 21% disseram que votariam em branco ou nulo.

Na Região Metropolitana, 45% dos entrevistados preferem Rigotto, 43% votam em Paim e 29% escolhem Ana Amélia. No Interior, 46% citam Rigotto, 46% Paim e 32% Ana Amélia.

No cruzamento por sexo, Rigotto e Paim obtêm melhor desempenho entre os homens. O candidato do PMDB tem 50% das intenções de voto de homens e 42% de mulheres. Paim tem 51% de homens e 39% de mulheres. Já Ana Amélia aparece melhor colocada entre o eleitorado feminino: 35% a 27% dos homens.

Rigotto consegue melhor desempenho entre os entrevistados de 16 a 24 anos (56%) e com renda acima de cinco salários mínimos (50%). Já Paim recebeu o maior percentual de intenções de voto entre os eleitores com 60 anos ou mais (47%) e com renda entre dois e cinco salários mínimos (52%). No cruzamento por escolaridade, a candidata do PP aparece melhor colocada entre os eleitores com curso superior (40%).

De acordo com o Datafolha, o grau de interesse pelas eleições para presidente da República e governador é maior do que para senador e deputados federal e estadual.

A pesquisa foi feita entre os dias 30 e 31 de março, e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

ZERO HORA

Lula: Tarso Genro será o candidato no RS

Tarso, Lula e Dilma na cerimônia

Tarso, Lula e Dilma na cerimônia

O presidente Lula esteve nesta sexta-feira no Rio Grande do Sul para implementação da Rodovia do Parque a nova via de 22,34 quilômetros de extensão tem prazo de conclusão de 30 meses e será realizada com R$ 932,6 milhões em recursos do PAC.

A rodovia será dividida em três trechos, que irão do entroncamento da BR-116 com a RS-118, em Sapucaia do Sul, ao entroncamento da BR-116 com a BR-290, em Porto Alegre. Estão incluídos na obra viaduto, pontes e passagens inferiores rodoviárias e ferroviárias.

O presidente Lula se referiu à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata à sua sucessão e assumiu a candidatura do ministro da Justiça, Tarso Genro, ao governo gaúcho.

O episódio ocorreu nesta sexta-feira (18) durante entrevista à Rádio Guaíba. “Estamos preparados para lançar Tarso Genro, lançar a Dilma e ganhar a eleição”, afirmou Lula. “É possível que a gente construa um time capaz de ganhar e acho que é possível construir em torno de Dilma esse time”, prosseguiu, referindo-se à necessidade de alianças.

Ao falar da perspectiva da construção de um milhão de casas, o presidente voltou a mencionar a chefe da Casa Civil. Inicialmente disse que esse número cria um paradigma, pois, segundo ele, forçará qualquer governo que venha depois dele a “fazer mais, a fim de não ficar atrás do que um simples torneiro mecânico fez pelo País”. “Espero que a Dilma faça o dobro e faça melhor.”

Em outro trecho da entrevista, Lula descartou a hipótese de uma corrida armamentista na América do Sul, mas justificou os investimentos que o Brasil está fazendo na área militar pela necessidade de proteger suas extensas fronteiras e seu mar.

“O Brasil é País de paz, mas precisamos mostrar os dentes se alguém quiser brigar conosco”, disse, para sustentar que a defesa das riquezas nacionais não pode ser feita só com palavras.

Lula lembrou ainda que, nos anos 70, o Brasil produzia tanques e, hoje, tem dificuldade até para fazer a manutenção de seus equipamentos militares. Ele prometeu recuperar o “poder de defesa” do País.

Camera2

RS: Yeda culpa Tarso por crise política

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), associou a crise política do governo a supostas ações do ministro da Justiça, Tarso Genro, candidato virtual do PT para 2010.

Dizendo-se vítima de um massacre quase diário desde que tomou posse, a tucana reiterou que há uma “tentativa de golpe” no estado e afirmou que a disputa eleitoral do ano que vem foi antecipada pelos adversários políticos.

Sem citar o nome de Tarso, Yeda deu a entender que vê a mão do ministro por trás do vazamento das denúncias que tem sofrido. Há alguns meses, Yeda demonstra descontentamento com as informações que são passadas para a imprensa sobre o processo contra os 33 réus da fraude de R$ 44 milhões no Detran, descoberta pela Polícia Federal em novembro de 2007.

Outras informações foram divulgadas sobre os 13 inquéritos decorrentes da Operação Solidária, que investiga em segredo de Justiça superfaturamento e beneficiamento de empresas em licitações de merenda escolar e de obras públicas.

CH

RS: Tarso Genro confirma ser candidato

O ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou sexta-feira que sua candidatura pelo PT ao governo do Rio Grande do Sul é “absolutamente provável”. Tarso ainda garantiu que, se tiver de disputar prévias internas no partido, deve obter uma “maioria dos votos”.

– Devo fazer mais de 60% na convenção, se antes não der acordo com os companheiros que estão se apresentando (como pré-candidatos) – disse Tarso à Reuters, ponderando que não tem divergências de plataformas políticas com os demais concorrentes da legenda, os quais estariam tentando se fortalecer internamente no partido.

Segundo o ministro, o PT gaúcho fechará até o fim deste ano uma aliança com seus parceiros para as eleições de 2010. O ministro da Justiça destacou que partido tentará fechar alianças com o PCdoB, PSB e PDT, além de buscar o apoio de partidos menores.

Tarso ainda disse que são poucas as possibilidades de o PT e o PMDB se unirem para a disputa do governo gaúcho.

O PT já governou o Rio Grande do Sul com Olivio Dutra (1999-2002), e Tarso saiu derrotado em duas tentativas de comandar o estado, mas foi prefeito de Porto Alegre por duas vezes.

Battisti fala com exclusiviade à Isto É

O terrorista italiano Cesare Battisti, que se encontra preso há dois anos, concedeu entrevista exclusiva à revista IstoÉ desta semana dizendo-se inocente da acusação de matar quatro pessoas, o que lhe rendeu a condenação de prisão perpétua na Itália.

Ele faz rasgados elogios, claro, ao ministro Tarso Genro (Justiça), que o transformou em “refugiado político”;  conta sua rotina na penitenciária da Papuda, em Brasília, e revela que foi de um suposto “agente secreto francês” a idéia de fugir para o Brasil, espécie de porto seguro para foragidos da justiça no seu ramo de atividade: após a obtenção do “refúgio político”, o ex-padre colombiano Olivério Medina ganhou status de “embaixador” das Farc junto ao governo Lula e ainda arranjou colocou  sua mulher na Secretaria de Aquicultura e Pesca da Presidência da República.

A direção de IstoÉ decidiu antecipar para hoje a circulação da revista, que sempre chega às bancas às sextas-feiras.

CH

Brasil concede refúgio a escritor italiano

Por entender que existe o elemento de “fundado temor de perseguição, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio ao escritor Cesare Battisti, de 52 anos.

O italiano foi condenado prisão perpétua por duas sentenças, com processo de extradição passiva executória. No pedido de extradição, a Itália alega quatro homicídios que o escritor teria cometido entre 1977 e 1979.

O voto do ministro foi dado nesta terça-feira (13), depois de analisados os argumentos do recurso impetrado contra a negativa do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), em novembro passado.

No voto, Tarso cita o Estatuto dos Refugiados, de 1951, e a Lei 9.474, de 1997, que prevê como motivo de refúgio fundado temor de perseguição por motivos de raça (…) ou opinião política.

Battisti fugiu da Itália em 1979, viveu no México, passou 11 anos como
exilado político na França, mas teve o benefício cassado. Chegou ao
Brasil em 2004, também foragido, em busca de um último porto. Foi preso
no início de 2007.

Battisti nega sua participação nos crimes. Hoje, luta em uma
cela na Papuda contra uma hepatite B progressiva e uma úlcera gástrica,
que o mantém com fortes restrições alimentares. Só come frutas, legumes
e verduras. Pesa pouco mais de 60 kg. Não vê televisão, mas lê os
principais jornais brasileiros. Inscreveu-se em um curso de informática
para iniciantes só para acessar computadores. Recebe a visita da filha
com frequência, do irmão e de amigos franceses.

Está finalizando seu último livro, que será intitulado Pé de Muro, onde acabará de contar sua saga parcialmente descrita em outra publicação, feita nos anos em que viveu na França, chamada Minha fuga sem fim. De lá, veio para o Brasil, onde está preso desde 2007 na penitenciária do Distrito Federal.

Ato dos militares no Rio termina com protesto contra tortura

Uma manifestação de estudantes e membros do movimento “Tortura nunca mais” protestaram nesta quinta (7) em frente à sede do Clube Militar, no Rio, onde militares se reuniram no seminário “A Lei de Anistia – alcance e conseqüências”.

Aos gritos de “Tortura nunca mais, pela vida, pela paz”, os manifestantes aguardavam a saída do militar da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) do 2º Exército, em São Paulo, no período de 1970 e 1976.

Ustra, que não quis dar entrevista durante o evento, deixou o evento por outra saída, desviando-se do protesto.

Presidente do Clube Militar, o general de reserva Gilberto Figueiredo não poupou críticas ao ministro da Justiça, Tarso Genro. Na opinião de Figueiredo, Tarso quis “lamber feridas que já estavam quase cicatrizando”.

Entre as “feridas”, o general citou o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, o escândalo do mensalão, os “dossiês produzidos por aloprados” e “indícios de ligações de membros da cúpula governamental com as Farc”.

“Este último episódio faz lembrar uma estranha afeição dos companheiros do ministro com o seqüestro e seqüestradores, um dos crimes mais infames, ao lado da tortura que o ministro tanto abomina”, disse Figueiredo. Em entrevista ao site G1 na terça-feira, o ministro Tarso genro negou que tenha proposto a revisão da Lei da Anistia:

“O Ministério da Justiça nunca propôs, e não é da sua competência, qualquer ação ou juízo ou qualquer manifestação junto ao Ministério Público para produzir processos contra esses agentes”, disse o ministro.

E explicou: “O que eu disse naquela audiência pública foi simplesmente que o crime de tortura não é crime político, nem aqui e nem nenhum país do mundo. Não pode ser considerado crime político nem no estado de exceção e nem no estado de direito.”

G1

General acusa Tarso Genro de revanchismo

Indignados com as declarações do ministro da Justiça, Tarso Genro, que propõe a revisão da Lei de Anistia, militares da reserva exaltam-se. Acusam-no de “revanchismo”. Nesta quinta-feira, 7, integrantes das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica) estarão reunidos à Av. Rio Branco, 251, sede do Clube Militar, para discutir a Lei de Anistia.

Além disso, surge a informação de que na ocasião seria apresentada uma lista de ministros de Estado e petistas ilustres com “passado terrorista”. Encabeçada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, a suposta lista conteria, inclusive, o nome do próprio Tarso Genro.

O ministro da Justiça pede a revisão da Lei de Anistia, de 1979. Genro quer o julgamento e condenação dos acusados de tortura que atuaram durante a ditadura militar. Por sua vez, Nelson Jobim, ministro da Defesa, avalia que a Lei de Anistia “foi auto-suficiente” e qualquer outra discussão sobre o assunto cabe aos tribunais, não ao Executivo. A legislação permitiu a “auto-anistia”, isentando também os torturadores de serem incriminados.

Presidente do Clube Militar, o general Gilberto Barbosa Figueiredo, desmente a existência da tal “lista de terroristas”…

– Não, não. Isso foi uma especulação divulgada pelo Estadão. A idéia não é essa…

Muito embora, sobre a exposição do general Sérgio Augusto de Avellar Coutinho, que ele classifica como “profundo conhecedor do que aconteceu naquela época”…

– É possível até que ele apresente uma ou outra foto lá, mas, com certeza, isso eu posso afirmar, que essa não vai ser a tônica da apresentação dele nem da dos outros (palestrantes), que são ligados à área jurídica – esclarece.

O general Figueiredo admite haver uma revolta da classe militar em função das recentes declarações de Genro: – Tem os mais exaltados, outros menos. Mas o que predomina é um sentido de revolta contra o ministro (…) ninguém de bom senso acha que essa iniciativa do ministro vá dar em alguma coisa.

– Só pode ser por revanchismo mesmo. É mágoa pessoal superando o que ele, como ministro de Estado, devia ver mais, que é o interesse brasileiro.

Leia entrevista aqui: Tarso é revanchista

Daniel Milazzo/Terra

Militares reagem e criticam ”passado terrorista” do governo

Os militares decidiram dar o troco ao ministro da Justiça, Tarso Genro, por causa da audiência pública convocada por ele na semana passada para debater a punição de “agentes do Estado” que tenham praticado tortura, assassinatos e violações dos direitos humanos durante o regime militar. Revoltados com o que consideram “conduta revanchista” do ministro, oficiais da reserva, com o apoio de comandantes da ativa, patrocinarão uma espécie de anti-seminário no Clube Militar do Rio de Janeiro, na próxima quinta.

Em recente conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, disse que é preciso “pôr uma pedra sobre este assunto”, até porque o tema está saturado e o objetivo da Lei da Anistia foi encerrar um debate que “abre feridas e provoca indignação”. Um general da ativa que acompanha a movimentação dos colegas reformados disse ao Estado que os militares vão se manter calados, mas avisa que a reserva se manifestar.

Segundo este general, o objetivo do seminário de 7 de agosto é debater o que consideram “passado terrorista” de autoridades do governo Lula e de personalidades do PT, discutindo, inclusive, se não seria o caso de puni-los pelos excessos cometidos na luta armada. O que mais irrita oficiais das três Forças é o fato de a maioria deles ter recebido indenizações. A queixa geral é de que eles também mataram e seqüestraram e agora querem provocar os militares.

No seminário, uma das idéias é aproveitar a estrutura do Clube Militar, como agremiação que desde a República Velha vem funcionando como uma espécie de porta-voz do setor, para exibir uma série de slides com fotos e uma biografia resumida de ministros de Estado e petistas ilustres. A lista começa pelo ex-ministro José Dirceu e tem o próprio Tarso Genro em quinto lugar. O segundo posto é dado à ministra da Casa Civil, Dilma Roussef.

O ministro da Comunicação, Franklin Martins, aparece em quarto, logo atrás do deputado José Genoino (PT-SP). Mais atrás, estão os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.

“Será que quem seqüestrou o embaixador norte-americano e o prendeu, dizendo todo dia que ia matá-lo, não cometeu ato de tortura igualmente condenável?”, questionou o presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, em recente entrevista ao Estado. Ele não mencionou Franklin como um dos idealizadores do seqüestro, mas antecipou o tom do seminário.

O general defende a tese de que, se for para julgar quem torturou, como sugeriu Tarso, o julgamento deve ser estendido a todos, incluindo os que estão na cúpula do governo. A lista já circula entre oficiais da ativa e da reserva por meio de mensagens pela internet. Nela, os militares se queixam de que o presidente Lula governa “cercado por remanescentes da luta armada”.

Um dos mais criticados é o secretário de Direitos Humanos, acusado no texto de “agir com muita liberdade e desenvoltura na defesa de posições revanchistas” no desempenho de suas funções. A mensagem conclui que a Secretaria dos Direitos Humanos “foi criada para promover o revanchismo político, afrontar as instituições militares e defender organizações de esquerda”.

Na biografia de Dilma, a mensagem diz que ela “participou da organização de assaltos a bancos e quartéis, foi condenada em três processos e ficou presa no presídio Tiradentes”. Em tom irônico, lembra o depoimento dela ao Tortura Nunca Mais, em que ela relatou ter sido torturada por 22 dias. “Um caso raro que não se sabe por que não foi incluído até hoje no Guinness, pois conseguiu sobreviver durante 528 horas aos diferentes tipos de tortura a que alega ter sido submetida.”

Estadão

Forças Armadas: clima de indignação

Militares classificam evento de “puro revanchismo”

Causou revolta e indignação entre militares da ativa e da reserva a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de instalar audiência pública para definir responsabilidades civis e criminais de agentes do Estado que mataram e praticaram torturas durante o governo militar.

Para eles, isso “é puro revanchismo” e significa reabrir feridas de um problema que foi resolvido com a Lei de Anistia. Mas advertem que, se querem reabrir feridas, que reabram todas, dos dois lados, julgando também autoridades que estão hoje no governo e que praticaram, na avaliação dos militares, atos de tortura e terrorismo.

“Será que quem seqüestrou o embaixador norte-americano e o prendeu dizendo, todo dia, que ia matá-lo não cometeu ato de tortura da mesma forma, igualmente condenável?”, desabafou ao Estado o presidente do Clube Militar, general-de- Exército da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, que marcou para o dia 7 de agosto fórum de debates semelhante ao organizado por Tarso, na sede da instituição, no Rio.

“Se for para julgar quem torturou, vamos julgar todos, inclusive muitos que estão na cúpula do governo hoje e tem até ministro de Estado”, prosseguiu. O ministro da Comunicação de Governo, Franklin Martins, foi um dos idealizadores do seqüestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick.

O general Figueiredo ressaltou que “tortura é reprovável em qualquer situação” e emendou: “Existe uma lei de anistia e a única forma de se punir os militares que praticaram estes atos de tortura, que considero reprováveis, é anular a lei, porque o outro lado também cometeu atos hediondos, em diversas ocasiões, que precisam ser julgados da mesma forma.”

No Palácio do Planalto, o assunto é tratado com muita cautela. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta evitar polêmica e prefere que o tema não volte à baila. Apesar de saber que, além de Tarso e Paulo Vannucci (Direitos Humanos), a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, endossa o debate, Lula não gostaria de ver aberto novo flanco de batalha no governo e teme que, por causa disso, o Brasil vá para julgamento no Tribunal Penal Internacional. O presidente, no entanto, não interferiu diretamente no caso.

No Planalto, o entendimento é que o assunto, em alguma hora, terá de ser enfrentado para ser superado. A maior dificuldade, segundo interlocutores, é que os dois lados têm razão. No governo, porém, todos fazem questão de dizer que não há quem acredite que os arquivos do regime militar tenham sido queimados, como alegam militares.

Embora na cúpula do Exército haja oficiais-generais defendendo que o comandante da Força, general Enzo Martins Peri, se pronuncie contra o posicionamento de Tarso, ele optou por não falar ontem. Hoje, o ministro da Defesa, Nelson Jobim – que também não quis comentar – e o general Enzo viajarão juntos para o Recife, onde participam da posse do novo comandante militar do Nordeste, general Marius Teixeira Neto. No vôo, debaterão o assunto e podem tomar decisão.

FERIDAS

Ontem, a cúpula militar fazia perguntas sobre a atitude de Tarso e queria saber a quem interessa a polêmica. “Onde querem chegar, ao nosso julgamento?”, indagavam oficiais-generais, que ironizavam dizendo que, se entendem que é preciso “lamber as feridas, que procurem as suas também, entre os que assaltaram e mataram inocentes, seqüestraram embaixadores e outros diplomatas e praticaram atos de terrorismo matando civis”.

O presidente do Clube Militar ressaltou ainda que, ao tentar reabrir a discussão, os que estavam “do outro lado” e também praticaram crimes “vão se dar mal”. Segundo o general, quem cometeu ato de tortura certamente não deixou isso registrado em papel nenhum. “Mas os assassinatos, os assaltos a banco, os seqüestros, estão todos registrados”, disse, acentuando que os crimes praticados pelo “outro lado” foram tão abomináveis como os outros.

Tânia Monteiro, BRASÍLIA/Estadao
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