A brasileira Simone Moreira, 23 anos, foi presa neste sábado acusada de matar a filha Giuliana Favaro, 2 anos, afogada em um rio na cidade de Oderzo, província de Treviso, no norte da Itália. Na última quarta-feira, a brasileira disse que a filha havia desaparecido enquanto ambas tomavam um sorvete na praça da cidade.
O corpo da criança foi encontrado duas horas depois, por volta da 0h, enrolado em algas e vegetações no rio Monticano. Segundo informações iniciais, Giuliana ainda tinha sinais vitais, mas morreu logo depois do socorro.
A brasileira havia sido interrogada por autoridades italianas ainda na quinta-feira. A suspeita inicial do juiz do caso era de homicídio culposo, mas o magistrado não estava confiante na versão de Simone.
Segundo o juiz, caso Giuliana tivesse caído no rio no local indicado pela mãe, seu corpo deveria ter graves ferimentos – o local indicado é cheio de pedras. No corpo da filha, no entanto, não havia ferimentos que indicassem a queda, conforme informações iniciais da perícia.
Depois do depoimento da brasileira, o juiz decidiu mudar a acusação para homicídio doloso (quando há intenção de matar). A brasileira foi presa e encaminhada para a penitenciária feminina de Belluno enquanto aguarda a autópsia no corpo da filha, que será feita na próxima segunda-feira.
Depois, ela deverá ser ouvida mais uma vez pelas autoridades locais. A hipótese inicial é que ela tenha jogado a filha no rio de outro ponto àquele apontado em depoimento, ou descido até a margem pelo ponto indicado antes de supostamente afogá-la.
Separação
A história de Simone Moreira é igual a de centenas de mulheres brasileiras que buscam a Itália todos os anos: ser modelo, ficar famosa, ganhar em euros e fazer fortuna. Um caminho difícil, conquistado por poucas.
Enquanto não realizava seus desejos, Simone trabalhava em um bar na pequena cidade de Oderzo, no norte do país – cerca de 14 mil habitantes e distante dos centros badalados da moda e das passarelas.
O local de trabalho, um bar chamado Sabor do Brasil, pertence ao ex-marido da brasileira, o italiano Michele Favaro, 43 anos. Depois da separação, Simone havia ficado com a guarda da filha do casal.
Segundo dados preliminares colhidos durante as investigações, Simone teria, supostamente, problemas com álcool, motivados pelo fim do relacionamento.
Para o procurador do caso, Antonio Fojadelli, a personalidade da brasileira causou “perplexidade”. O procurador, no entanto, não entrou em detalhes sobre a declaração, e garantiu que não se pode descartar “nenhuma hipótese”.
Além da autópsia, que deve ocorrer nesta segunda-feira, serão feitas inspeções no carro da brasileira, um Mercedes apreendido pelas autoridades locais. O banco de trás do automóvel ainda conserva a cadeirinha de segurança que a mãe usava para transportar a filha.
Leandro Demori/Direto de Pesaro