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Jogador de vôlei Michael assume ser homossexual‎

Ricardinho (esq.) e Michael (Foto: Alessandro Iwata)

O central Michael, de acordo com o Vôlei Futuro, foi alvo de insultos homofóbicos da torcida da Sada/Cruzeiro na primeira partida da semifinal da Superliga masculina 2010/2011. Depois de um dia de polêmica, Michael atendeu ao iG por telefone, assumiu a sua homossexualidade e fez questão de dizer que, independente de sua orientação sexual, está lutando contra o preconceito. Ele ainda disse ter medo de voltar a jogar no ginásio mineiro.

“Eu não tenho problema. Meus amigos, a minha família, eles me conhecem, eles conhecem o Michael. Eu sou, mas independente da minha orientação sexual, estou aqui, falando sobre esse assunto para que isso não aconteça mais. Eu sei que não vai mudar de uma hora para outra, mas eu tinha que fazer o alerta”, disse.

Michael ainda teve uma retaliação em um possível terceiro jogo da série semifinal, que seria mais uma vez em Contagem.

“Com certeza a gente tem medo de voltar lá, mas sei que estão tomando todas as providências necessárias”

O Vôlei Futuro encara o Sada/Cruzeiro no segundo jogo da semifinal em casa, neste sábado. Se vencer, fará a terceira partida da série na casa do time mineiro, dono de uma campanha melhor na fase de classificação.

No primeiro jogo da série, vencido pelo Sada/Cruzeiro por 3 sets a 2, Michael afirmou ter sido ofendido desde o começo do confronto.

“Foi uma coisa que assustou logo no começo, ter uma manifestação assim, tão grande. Era todo mundo gritando ‘gay, bicha’. Independente da minha orientação sexual, foi um ato de preconceito. Antes já tinham acontecidos casos isolados e a gente sabe que isso faz parte da torcida, mas do jeito que aconteceu foi muito triste e realmente assustador”.

Segundo o meio-de-rede, seus amigos e familiares escutaram as ofensas pela TV (o jogo estava sendo transmitido ao vivo pelo Sportv) e logo se manifestaram. “Foi um desconforto muito grande. Logo depois, meus amigos vieram falar comigo pelo Twitter. Eles disseram: ‘mas que palhaçada é essa?’. A minha família também veio falar comigo e me disse que estava tudo bem, que não tinha nenhum problema. As meninas do time feminino do Vôlei Futuro e os rapazes da equipe, todo mundo se solidarizou”.

Agora, com a reapresentação ao time e a volta aos treinos para a sequência da semifinal, Michael diz que o ocorrido fica em segundo plano. “Agora eu estou focado no time. O que eu tinha que falar eu já falei, o que eu tinha que fazer eu já fiz. Agora é só pensar no jogo de sábado, que é fundamental para a gente na Superliga, e eu quero estar bem. O que poderia ter feito para ajudar eu já fiz”.

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