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Ritual Satânico: crime revelado pela internet

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil prendeu na tarde desta terça-feira(17), quatro acusados de envolvimento na morte da adolescente Cintia de Oliveira, de 16 anos, encontrada no cemitério do Bengui, em Belém.

Entre os acusados, há dois menores de idade (uma garota de 16 e um adolescente de 15) e dois adultos. Os adultos são: Ezequiel Abreu Calado e Nancy Danielly da Silva Amorim, ambos de 18 anos.

Ezequiel é o principal acusado de premeditar e executar o crime. De acordo com informações da polícia, Nancy Amorim teria ajudado o homicida ao atrair a vítima ao encontro de Ezequiel, no cemitério do Bengui.

O caso:

A estudante Cíntia Oliveira, de 16 anos, foi encontrada morta num cemitério na periferia de Belém, há um mês. Segundo a perícia, a jovem morreu por estrangulamento. Esta semana, as investigações avançaram com uma denúncia que chegou do sul do país.

Um rapaz de Porto Alegre procurou a polícia depois de desconfiar de um grupo de jovens de Belém, com quem ele mantinha contato pela internet. Ao saber da morte de Cíntia, o estudante gaúcho decidiu gravar a conversa que teve com um dos suspeitos do crime.

Segundo a polícia, a voz que está na gravação é de Ezequiel Calado (foto), que foi preso ontem.

Testemunha: foi tu que ‘finalizou’ com a moça, mesmo? Deu fim a…?

Suspeito: nós três.

Testemunha: mas foi uma coisa rápida, indolor assim, ou ela sofreu um pouco?

Suspeito: só pra ti ter noção, o primeiro soco que eu dei na testa dela foi tão forte que rasgou a minha mão.

Além disso, riu ao contar que desferiu um golpe na cabeça dela, usando uma cruz. Ao final da gravação, o jovem também ameaça matar a diretora Ângela Pantoja, da escola em que estuda (Escola Maria Luiza Nunes, no Bengui) e outros dois jovens.

Por telefone, o rapaz que fez a denúncia contou detalhes da conversa com Ezequiel. “Eles falam sempre, né? Que são vampiros, que fazem rituais. Eles fazem apologia ao demônio no caso, eles fazem rituais satânicos. E são ligados ao vampirismo, né?”.

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Segundo a polícia, Ezequiel confessou ter assassinado Cíntia. Na casa dele, a polícia apreendeu máscaras e dentes de vampiro. Policiais também investigam o envolvimento de Nancy Amorim, amiga de Ezequiel, e de dois menores. Ezequiel e Nancy estão presos temporariamente.<

“A motivação praticamente está definida, temos a certeza de que mais duas pessoas participaram do crime e tão logo a gente chegue à conclusão da autoria e materialidade, pediremos à Justiça as medidas legais cabíveis”, declara Eduardo Rollo, delegado.

Os pais de Cíntia não se conformam com a morte da filha. “Não sei por que tanta barbaridade, porque fizeram isso com ela”, comenta Joel Raiol de Oliveira, pai de Cíntia. ”Uma tristeza muito grande. Não tenho como me recuperar dessa tristeza”, declara Robertina Soares Silva, mãe de Cíntia.

Além da gravação, que possui um diálogo de horror, que fala em matar pessoas em rituais de vampirismo e feitiços, o delegado Eduardo Rollo também possui no inquérito policial, o depoimento de uma adolescente que teria participado de uma reunião do grupo gótico paraense que planejou o crime.

No depoimento, a testemunha conta com detalhes como tudo foi planejado e a motivação do crime. De acordo com ela, a vítima foi morta porque seria homossexual e estaria apaixonada ou mesmo tendo um relacionamento amoroso com a adolescente, de 16 anos, apreendida ontem pela polícia. A menina detida pela polícia é ex-namorada de Ezequiel, o que teria despertado a ira dele e do grupo, que resolveu executá-la. A vítima teria enviado várias cartinhas de amor à adolescente apreendida, declarando que ela “era o seu amor, a sua vida”. As cartas, que eram enviadas quase diariamente, foram apreendidas pela polícia.

O trecho mais assustador do depoimento da testemunha revela que o adolescente de 15 anos apreendido ontem havia ameaçado beber o sangue do irmão da adolescente de 16 anos (também apreendida), um menino de menos de 1 ano de idade. Em determinado trecho do depoimento, a testemunha conta à polícia que o adolescente prometido que “ia beber seu (do bebê) sangue porque o sangue de criança é melhor e é puro”. A ameaça do adolescente apreendido teria a intenção de ameaçá-la a fazer parte do grupo gótico.

Menina morta em cemitério após ritual satânico

A estudante Rosane Nunes Lopes (foto), de 16 anos, foi encontrada morta domingo à tarde no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, com duas facadas no peito e o corpo retalhado. Moradores de Nilópolis, os parentes só reconheceram o corpo da adolescente, na segunda-feira à noite, no Instituto Médico-Legal do Rio. Eles passaram o fim de semana peregrinando pela Baixada Fluminense e colando cartazes em busca de notícias da menina, que havia desaparecido sábado. O corpo da adolescente foi abandonado nos fundos do cemitério no meio de um matagal.

Os parentes acreditam que a menina tenha sido sacrificada em um ritual satânico, conduzido pelo namorado. O corpo de Rosane tinha vários desenhos possivelmente feitos a punhal. No domingo, amigos da garota, preocupados com o sumiço, revelaram à família que ela mantinha há seis meses encontros secretos com um skinhead – integrante de um grupo de jovens carecas e geralmente violentos – de 24 anos, morador de Anchieta.

O casal freqüentemente se encontrava em cemitérios, onde ingeria bebidas alcoólicas e namorava. Segundo os amigos, ele mantinha relações com várias meninas em um quarto nos fundos da casa da mãe dele. Zaninha, como Rosane era chamada pela família, contava que, nas paredes, havia inscrições como “Lúcifer, o melhor rei dos reis”.

Zaninha saiu de casa à tarde para ir a uma lan house. Foi vista pela última vez subindo na garupa de uma moto. Segundo os amigos, há algumas semanas ela contou que queria terminar com o namorado. Mas eles haviam feito um pacto.

Assim que souberam do romance secreto de Rosane, através de amigos, parentes foram à casa do suposto namorado em busca de notícias de Rosane. No próprio domingo, o rapaz foi prestar depoimento como testemunha do desaparecimento na 57 DP (Nilópolis). Até então, o corpo estava desaparecido. Assumiu que fornecia bebida alcoólica para a adolescente, que mantiveram relações sexuais e a viu bêbada.

O rapaz, que conheceu Rosane através do MSN, afirmou, no entanto, que não a via há três semanas. E que passou o fim de semana na companhia de uma outra “ficante”, de 18 anos, moradora da Gávea.

Roteiro sinistro pela Internet

Para a família, uma menina gentil, simpática e amorosa. Para os amigos, uma adolescente envolvida em uma trama que misturava pacto de morte, sexo, adoração ao demônio e bebedeiras. Criada em uma família evangélica, Zaninha tinha horário para chegar em casa e jamais havia dormido uma noite fora de casa. Sua nova distração era praticar Le Parkour, esporte francês em que pessoas usam a habilidade do corpo para transpor obstáculos como rampas.

Foi através de um território livre, a Internet, que a garota – integrante de uma tribo chamada emo, que reúne adolescentes que usam visual escuro e adoram rock romântico – conheceu o novo namorado, skinhead. Possessivo, segundo as amigas, ele a convenceu a obedecer a um pacto. Caso não fosse mais fiel a ele, Zaninha morreria. A aventura do início deu lugar ao medo. Segundo amigos, no sábado, Zaninha tinha saído resolvida a terminar o namoro. Ela recebia ameaças anônimas por Orkut

Clarissa Monteagudo – Extra

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