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TWITTER: mulher condenada por postar que ‘nordestino não é gente’

  • Por Rodrigo Martins/Estadão

A Justiça  Federal de São Paulo condenou a tuiteira Mayara Petruso por postar, no dia da eleição de Dilma, em 2010, que “nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!” A pena é de 1 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão. Porém, será substituída por serviços comunitários, mais multa de R$ 500.

Segundo a Justiça, Mayara alegou que não é preconceituosa e não tinha a intenção de ofender. Foi motivada pelo resultado das eleições e não sabia que seu tuíte teria tanta repercussão, afirmou. Disse, ainda, estar envergonhada e arrependida.

(Ela) pode não ser preconceituosa; aliás, acredita-se que não o seja. O problema é que fez um comentário preconceituoso. Naquele momento a acusada imputou o insucesso eleitoral (sob a ótica do seu voto) a pessoas de uma determinada origem. A palavra tem grande poder, externando um pensamento ou um sentimento e produz muito efeito, como se vê no caso em tela, em que milhares de mensagens ecoaram a frase da acusada”, afirma a juíza Mônica Camargo.

‘Pedagógico’

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), Henrique Mariano, acredita que a condenação da estudante Mayara Petruso por crime de racismo contra o nordestino, através de postagem no Twitter logo depois da eleição da presidente Dilma, em outubro de 2010, terá efeito pedagógico.

“A decisão da juíza da 9. Vara federal Criminal de São Paulo, Mônica Aparecida Camargo deixa claro que as redes sociais não estão à margem da legalidade e reitera que a sociedade brasileira não pode  tolerar este tipo de comportamento preconceituoso contra quem quer que seja”, afirmou ele.

Foi a OAB-PE que ofereceu notícia crime no Ministério Público de São Paulo, requerendo denúncia pela prática do crime de racismo.(Com Angela Lacerda)

Justiça abre processo contra estudante que ofendeu nordestinos no Twitter

A Justiça Federal de São Paulo, após receber denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), anunciou nesta quinta-feira (2) que abriu processo pelo crime de racismo contra a estudante de direito Mayara Penteado Petruso.

Segundo a denúncia, oferecida pela Procuradoria da República em São Paulo, Mayara postou em seu perfil no Twitter mensagem de incitação à discriminação no dia 31 de outubro de 2010. Na ocasião, pouco após a divulgação do resultado do segundo turno das eleições presidenciais, a jovem publicou a seguinte mensagem em seu microblog: “Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a Sp: mate um nordestino afogado!”.

O ato de intolerância foi alvo de inúmeras críticas na própria rede social, assim como nos meios de comunicação. Ao prestar depoimento ao MPF, a menina assumiu que postou os comentários em sua página do Twitter, confirmando ainda ser a criadora do perfil. A denúncia foi oferecida no último 3 de maio e o processo aberto no último dia 4 de maio.

O crime de racismo, disposto no artigo 20 da lei 7716/89, prevê pena de 1 a 3 anos de prisão e multa – pena que pode subir para 2 a 5 anos de prisão e multa, caso o crime seja cometido via meios de comunicação social. O caso tramitou sigilosamente até o recebimento da denúncia pelo Poder Judiciário. O objetivo era preservar o conteúdo das quebras de sigilo telemáticas feitas para confirmar se o perfil realmente era atualizado por Mayara.

Ataques aos paulistas

O MPF-SP recebeu inúmeras mensagens supostamente envolvidas com a intolerância. Apenas duas, no entanto, tiveram a materialidade comprovada – uma delas é a de Mayara. Também foi investigada a postagem publicada por Natália Campello (“o sudeste é um lixo, façam um favor ao Nordeste, mate um paulista de bala 🙂 VÃO SE FODER PAULISTAS FILHOS DA PUTA”). Nesse caso, apesar de apurações feitas e de quebras de sigilo autorizadas pela Justiça Federal, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da suspeita. Sabe-se apenas que a jovem é residente do Recife e que, de lá, provavelmente, postou a mensagem racista.

O MPF requereu que cópias das investigações sobre Natália fossem remetidos à Justiça Federal de Recife para o prosseguimento das investigações. O pedido foi autorizado pela Justiça Federal.

UOL

Indenização à família por racismo em atividade escolar

O Estado de São Paulo foi condenado, no último dia 10, a indenizar em R$ 20.400,00 uma família que sofreu danos morais em razão de atividade proposta pela escola do filho, com conteúdo considerado racista.

Em 2002, a professora do segundo ano da escola estadual Francisco de Assis, passou atividade baseada em texto chamado “Uma família colorida”, escrito por uma ex-aluna do colégio. Na redação, cada personagem da história era representado por uma cor: o pai era azul, a mãe era vermelha e os filhos, rosa. Até que um homem mau, que era preto, aparecia e tentava roubar as crianças.

Depois da atividade, o garoto, que é negro e na época tinha sete anos, passou a apresentar problemas de relacionamento e de queda na produtividade escolar e, segundo laudos técnicos, desenvolveu um quadro de fobia em relação ao ambiente, tendo que ser transferido.

A decisão, que é da 5ª vara da Fazenda Pública de São Paulo, diz que a linguagem e o conteúdo utilizados nos textos são polêmicos, de mau gosto e deveriam ter sido evitados. A sentença diz ainda que houve dano moral por conta da situação de discriminação e preconceito a que o casal e seu filho foram expostos.

O valor fixado corresponde à indenização de 20 salários mínimos para a criança e 10 salários mínimos para cada um dos pais.

John Mayer vetado em programa de Oprah

Imagem: Divulgação

John Mayer está em péssimos lençóis por não medir suas palavras. De acordo com o site “Pop Eater”, o cantor está banido do programa de Oprah Winfrey depois de comentários racistas.

Mayer comentou que nunca teve relações sexuais com uma mulher negra, o que foi considerado racista (?). O assunto repercutiu logo em seguida e John pediu desculpas em seu Twitter, na semana passada.

“Oprah é a pessoa mais inteligente da TV e não vai deixar que John a use ou use seu programa para pedir perdão”, afirmou uma fonte, se referindo ao fato de a apresentadora sempre abrir seu programa para desculpas e comentários de celebridades sobre diversos assuntos.

“Se John realmente quer pedir desculpas por seus comentários racistas, ele deve achar outra pessoa. O único jeito de ele participar do programa de Oprah, que é bastante amiga de Jennifer Aniston, é se John estiver interessado em ter uma conversa mais aprofundada sobre raças, mulheres e fama”, disse a fonte.

Microsoft tira executivo negro da foto


Um enigma vem intrigando um grupo de blogueiros brasileiros. Eles descobriram que os sites da Microsoft da Polônia e dos EUA apresentam diferentes configurações étnicas. Por algum motivo misterioso, o executivo negro que faz parte da equipe americana foi substituído por um louro de pele clara na mesa de reuniões da Polônia.

Site da Microsoft nos Estados Unidos

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O problema é que não foram duas fotos diferentes, tiradas em países diferentes. A imagem é exatamente a mesma. A única coisa que foi substituída foi a cabeça do executivo sentado na poltrona do centro. Se você reparar bem, é possível perceber o quão amadora ficou a montagem, já que o tamanho da cabeça do homem branco é desproporcional ao corpo do

homem negro. Fica mais evidente quando você olha apenas as mãos do homem negro, que permanecem intactas da primeira para a segunda imagem.

Por enquanto, as imagens estão no ar. Clique aqui e aqui para perceber a diferença

Site da Microsoft na Polônia

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A Microsoft retirou do ar o site com a montagem. Em nota enviada a agências internacionais, a empresa se desculpou pelo ocorrido,  e informou que está apurando quem são os responsáveis.

(Dica blog PaintBrushers)

Bruno Ferrari

Danilo Gentili investigado por crime de racismo

O humorista Danilo Gentili, do programa CQC, da Band, será investigado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo pela possibilidade de ter cometido crime de racismo.

Gentili teria postado no mini-blog que mantém no site Twitter, na madrugada do sábado (25), uma mensagem que diz: “Agora, no Telecine, o filme ‘King Kong’, um macaco que, depois de ir para a cidade e ficar famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?.”

Apesar de ter pedido perdão para as pessoas que poderiam ter se ofendido com o texto, ele retificou para a coluna que não pretende suprimir a mensagem do mini-blog, já que “realmente disse aquilo”.

Gentili fez uma nova publicação, onde tenta se justificar: “Alguém pode me dar uma explicação razoável porque posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?”

Não é a primeira vez que o repórter da Band usa o espaço virtual do site de mini-blogs para fazer comentários polêmicos. Em 11 de julho, ele postou um comentário sobre a canção Detalhes: “Quando toca a música ‘detalhes tão pequenos de nos dois’, sempre imagino um casal gay nipônico”. E ainda sobre Roberto Carlos escreveu: “Para quem não sabe nosso Rei Roberto Carlos tem problemas com TOC. Quando ele anda a perna bate no chão e faz TOC, TOC, TOC.”

Jornalista processa Lula por racismo

A declaração do presidente Lula, onde ele coloca a culpa da crise financeira internacional “na gente branca, de olhos azuis” gerou polêmica e pode levar o presidente a se explicar na Justiça.

O jornalista e consultor empresarial Clóvis Victório Mezzomo ingressou nesta quinta (2), no Supremo Tribunal Federal, com uma ação em que pede ao presidente que “justifique porque as causas da crise mundial decorrem de razões genéticas”.

Para Mezzomo, a atitude de Lula foi “racista  e equivocada”. O STF informou que a relatoria do processo ficará a cargo do ministro Celso de Mello. Ainda não há previsão de julgamento ou de notificação do presidente Lula.

Na ação, Clovis volta à infância em Estância Velha (RS), zona de colonização alemã, e conta que trabalhou com “valorosos” homens e mulheres de pele branca e olhos claros. E acrescenta que a sua carreira profissional – de operário, jornalista e empresário – foi bem sucedida graças ao intercâmbio cultural e multirracial que teve ao longo da vida.

– A explicação genérica da crise, isto é, de que a mesma foi obra exclusiva de portadores de gens recessivos, apresenta evidente viés ideológico – afirma.

– A História está repleta de exemplos dramáticos e traumáticos de efeitos da discriminação. Dentre eles, citamos o holocausto sofrido pelo nobre povo judeu. […] São nefastas, deletérias e violentas as consequências da responsabilização das raças, etnias, minorias por determinadas situações – finaliza.

A Presidência da República disse preferir, por enquanto, não se manifestar.

CH

Professora agredida vai parar no hospital

Uma professora de 25 anos foi agredida por uma aluna de 15 no Colégio Estadual Bahia, no bairro Boa Vista, em Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira.

A adolescente alega ter sido ofendida e admite ter empurrado a professora, que bateu a cabeça na parede, desmaiou e foi encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro, onde realizaria exames.

A discussão teria sido motivada por indisciplina da aluna. A agressão ocorreu quando a professora da 4ª série Gláucia Terezinha Souza da Silva foi até a sala de aula da estudante da 8ª série para buscar a aluna e levá-la à direção.

A aluna foi encaminhada ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), que vai apresentar a aluna ao Ministério Público. A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima vai apurar a versão de menina, que diz ter sido alvo de racismo.

RÁDIO GAÚCHA

Gaiatice: livraria exibe Obama com macacos

Foto

Na vitrine da B&N, Obama e os macacos

A célebre rede de livrarias Barnes & Noble, uma das maiores do mundo, pediu desculpas públicas por exibir na vitrine da loja em Coral Gables, Flórida, semana passada, um livro sobre macacos em meios a livros escritos pelo presidente Barack Obama e sobre ele.

A B&N atribui a “um cliente” a “piada cruel, colocando um título inapropriado na vitrine em frente à rua”. Na nota oficial, a rede diz ainda que o livro dos macacos foi removido tão logo “ficamos sabendo” e que “tomaremos providências para isso não se repita”.

Há dias, o tablóide nova-iorquino New York Post pediu desculpas por charge comparando Obama a um macaco.

CH

EUA: Universidades para afro-americanos

Enquanto o Brasil discute as cotas em universidades federais, aprovadas na Câmara no mês passado, os Estados Unidos debatem a existência de instituições somente para negros.

O Estado da Geórgia, no sudeste do país, tem duas universidades estaduais centenárias que atendem apenas os chamados afro-americanos. O jornal The New York Times publica matéria mostrando que um senador causou polêmica ao apresentar um projeto que pretende fundir as duas universidades negras a duas outras, majoritariamente brancas.

O senador Seth Harp, que preside a comissão de Educação Superior da Geórgia, justificou o projeto dizendo que o Estado não tem condições financeiras de sustentar tantas universidades separadamente. Geórgia registra um déficit de US$ 2 bilhões no orçamento.

“Instituições bancadas pelas pessoas que pagam impostos deveriam promover a diversidade e a educação para homens e mulheres de todas as cores e credos. Não existe mais nenhuma razão para universidades só de negros ou só de brancos”, disse Cynthia Tucker, intelectual que escreve artigos em jornais locais. Já quem apóia as universidades separadas por cor diz que elas têm um papel importante na comunidade e no país. “Elas permitiram que um grande número de jovens homens e mulheres que nunca frentariam universidade tivessem acesso à educação”, afirmou Dwayne Ashley, de uma instituição que sustenta bolsas para universidades negras.

O projeto do senador propõe a junção da Savannah State University (só para negros e que existe desde 1890 e tem 3.200 estudantes) com a Armstrong State University. A Albany State University (também só para negros, criada em 1917) com o Darton College.

Renata Cafardo/Estadão

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