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PSOL quer alianças e sonha com uma prefeitura

VALOR ECONÔMICO
Por Vandson Lima | De São Paulo

Belém (PA), Macapá (AP) e Rio de Janeiro (RJ). Nestas três cidades o PSOL deposita suas maiores esperanças de, pela primeira vez desde sua fundação, em 2004, ver um de seus quadros no comando de um município. Sob nova direção, do deputado federal Ivan Valente (SP), o PSOL pretende em 2012 se abrir para um arco de alianças maior do que as siglas mais à esquerda com quem normalmente se coliga, como PCB e PSTU.

O movimento é idêntico ao feito lentamente pelo PT durante a década de 1990 e que desembocou na indicação de José Alencar (então no Partido Liberal) a vice de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 – a maioria dos nomes de destaque do PSOL saiu das fileiras petistas.

Um de seus maiores entusiastas é o senador Randolfe Rodrigues, destaque da sigla por sua atuação no Congresso em 2011. “Eu sou da máxima de que é preciso firmeza de princípios e flexibilidade na tática. Não tem como disputar eleição a uma capital sem política de alianças. Ou é isso ou o PSOL renuncia a fazer política no Brasil”, avalia. A palavra do senador pesa. Em 2010, ele surpreendeu aliados e concorrentes recebendo a maior votação do Amapá, 203.259 votos, quase metade dos pouco mais de 421 mil eleitores do Estado. Para se ter uma ideia, nem o governador eleito, Camilo Capiberibe (PSB), conseguiu atingir essa marca no segundo turno.

“O PSOL está em um momento de ajuste bipolar. Precisa se decidir entre ser vanguardista ou plural”

“O PSOL está em um momento de ajuste bipolar. Precisa se decidir entre ser vanguardista, que seria uma espécie de PSTU turbinado, sem densidade eleitoral e social, ou ser plural e dialogar com outras forças políticas”, diz Randolfe. Em Belém, o ex-prefeito pelo PT Edmilson Rodrigues aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto e uma aliança com o PCdoB está em curso. No Rio de Janeiro (RJ), o deputado estadual Marcelo Freixo pode contar com o PV em sua chapa – o ex-deputado Fernando Gabeira (PV) é, segundo Valente, um dos entusiastas do acordo. E em Macapá (AP), o candidato será o vereador Clésio Luis, que aparece com 11% nas pesquisas, mas salta para 27% quando relacionado ao do senador Randolfe, de quem é suplente. Lá, a chapa pode agregar o PPS, PCdoB, PTC, PV e PPL.

Líder nas sondagens realizadas até agora, Randolfe diz que cogitou a candidatura, mas só a levaria à frente se tivesse o apoio do governador do Estado. Valente, pragmático, descarta a ideia. “Como senador, Randolfe tem mais visibilidade do que teria como prefeito de Macapá, que é uma cidade pequena”, observa.

Dias antes da convenção do partido, em dezembro, Randolfe e a ex-senadora e candidata à Presidência da República em 2006 Heloísa Helena (AL) conversavam quase diariamente sobre o evento. “Não sabíamos se valeria mais a pena participar ou esperar para ver o que havia sido decidido lá”, diz.

O senador foi à convenção. Heloísa Helena, não. “A flexibilização na política de alianças foi o que de melhor se aprovou na convenção”, avalia. Randolfe sabe do que fala. Em 2010, foi desautorizado pela executiva nacional de fazer parte formalmente da coligação que lançou Lucas Barreto (PTB) ao governo do Amapá. “É claro que haverá algum controle por parte da executiva agora, mas essa mudança de postura em relação às coligações é fundamental para o crescimento do PSOL”, diz.

Sua atuação destacada no Senado e a cabeça aberta para o diálogo com outras forças políticas tornaram Randolfe cobiçado por partidos como PCdoB e PT, de onde saiu em 2005. “Permaneço no PSOL porque acredito que o partido mudará sua postura, abrirá o diálogo e buscará ser grande. Saí de um partido [o PT] que disputava o poder no Brasil e quero essa postura dirigente no PSOL”, defende.

“Permaneço no PSOL porque acredito que o partido mudará sua postura e buscará ser grande”

O senador alega que foi o desvio ético, não a política de alianças, que tirou o PT de seu rumo original. “Tanto foi que não rompemos em 2002, quando o vice de Lula era Alencar, do PL, uma contradição completa com o que o PT sempre defendeu. E ninguém deixou de fazer campanha”, diz. O novo presidente do partido segue a mesma linha. “O que aconteceu foi que rebaixaram o programa do PT para chegar ao poder. Precisamos proteger o PSOL nesse sentido, mas essa ‘pureza de esquerda’ é defendida apenas por setores minoritários do partido”, atesta.

Valente não titubeia em afirmar que o PSOL “tem vocação para o poder e para crescer”. Randolfe vai mais longe e prega que o PSOL busque nomes qualificados – e insatisfeitos – em outros partidos. “O PSOL não pode ser arrogante e achar que todos os quadros bons de esquerda estão conosco. Tem gente ótima no PT, PSB e outros. Tem uma dúzia de nomes que, se viessem para o PSOL, seria maravilhoso”, avalia. Entre os nomes admirados pelo senador estão Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Taques (PDT-MT), Pedro Simon (PMDB-RS) e Ana Rita (PT-ES).

Nem só de acordo e avanço foi feita a convenção do PSOL. Randolfe aponta dois incômodos que levou do evento. “Primeiro, achei o ambiente muito pouco politizado, com pouco debate concreto sobre o Brasil. Senti uma distância enorme entre o que é debatido no parlamento e as discussões na militância”, avalia.

O segundo ponto, considerado mais grave pelo senador, é a resistência do partido em se aproximar efetivamente da ex-senadora Marina Silva. “Não se pode prescindir de dialogar com a Marina e mesmo de convidá-la a vir pro PSOL, se mostrar receptivo às ideias dela”, acredita. Em 2010, Heloísa Helena defendeu que o PSOL apoiasse a candidatura de Marina à Presidência. O partido rejeitou a ideia, lançou Plínio de Arruda Sampaio como candidato e Heloísa, então presidente da sigla, renunciou ao cargo e se afastou do cotidiano partidário.

Valente diz que procurará reaproximar Heloísa Helena da sigla, mas é cauteloso em relação à possibilidade de convidar Marina a entrar no PSOL. “Podemos caminhar juntos na questão ética, mas ela defende o modelo econômico vigente, ao qual somos contrários. A questão não é falta de convite, é programática”, avalia.

Presidente do PSOL no Rio Grande do Sul e provável candidato do partido à Prefeitura de Porto Alegre, Roberto Robaina diz que “se Marina continuar a defender um modelo econômico que se iniciou com Fernando Henrique Cardoso [PSDB] e continuou com Lula, a chance de aproximação com o PSOL é zero”. Em 2008, a ex-deputada federal Luciana Genro (RS) obteve a melhor votação do partido em uma disputa por prefeitura, ao receber 9,2% dos votos na disputa por Porto Alegre. Na ocasião, o partido se coligou com o PV. Entretanto, como o pai dela, Tarso Genro (PT), foi eleito governador do Estado em 2010, a legislação proíbe que Luciana dispute nova eleição enquanto o pai estiver no exercício do mandato.

Delegado Protógenes nega ser filiado ao PDT

Em nota emitida em seu blog hoje pela manhã o delegado Protógenes Queiroz diz o seguinte:

Ao povo brasileiro e aos internautas, o blog do Azevedo diz que “o delegado federal Protógenes Queiroz acaba de assinar ficha de filiação no PDT de São Paulo” e que esse evento foi “confirmado pelo presidente estadual do PDT e secretário-geral da sigla nacional, Manoel Dias”. Recebo a notícia com respeito e surpresa, pois não sou filiado a nenhum partido político e a minha condição ideológica atual é disseminar e resgatar o debate à ética, moral, os símbolos nacionais e sobretudo o combate à corrupção.

O meu sentimento não expressa nenhuma pretensão política, mas admito que há uma forte pressão popular crescente nas ruas, nos eventos que participo e nas milhares de mensagens que recebo no blog e no site de relacionamento sugerindo a candidatura política. Contudo, além de atender a solicitação de diversas entidades e instituições para ministrar palestras em várias cidades brasileiras, tenho me ocupado em reunir elementos e documentos para minha defesa nos procedimentos instaurados contra mim.

Os partidos políticos e segmentos partidários procuram o Protógenes pela  importância  do trabalho desempenhado ao londo de mais de dez anos na Polícia Federal, tendo em vista a importância que representa para sociedade brasileira no momento atual em que o Brasil vive uma crise de desrespeito às instituições e Poderes da República.

O reconhecimento inicial originou do Psol e acompanhado pelo PDT, os quais firmaram compromisso com o movimento que está em curso – ” O combate à corrupção e a luta social pelo resgate da dignidade no exercício do Poder “.

Protógenes que ganhou notoriedade ao comandar a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, desfruta de status de líder ético e já vinha sendo apontado como candidato à Presidência da República pelo PSOL. O delegado Protógenes está para ser expulso da Polícia Federal.

Heloísa Helena diz que voto de legenda é imoral

A ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), eleita vereadora mais votada em Maceió, criticou hoje a legislação eleitoral e disse que o voto de legenda é “imoral”, por causa do coeficiente eleitoral. Segundo ela, “esse casuísmo” permite que um candidato muito bem votado, ceda a vaga para outro muito menos votado. “A soma dos votos de legenda é imoral. Eu poderia ter sido a campeã de votos, com 18 mil votos, e não ter sido eleita”, justificou Heloísa, em entrevista à TV Pajuçara, afiliada da Rede Record.

A ex-senadora agradeceu os votos que recebeu e se disse surpresa com a vitória consagradora.  Ainda sobre a eleição, ela afirmou que não é justo que um candidato com cinco mil votos não tenha conquistado uma cadeira na Câmara e outro, que tenha pouco mais de 400 votos, tenha sido eleito, por conta do coeficiente do partido.

Heloísa Helena se referiu ao candidato Ricardo Barbosa (PSOL), que conquistou 453 votos. Ele conseguiu se eleger por conta da grande votação dela, 29.516 votos, quase o dobro de votos do segundo colocado, o vereador reeleito, Galba Novaes (PRB-PTB), que conseguiu 15.241 votos.

A Tarde

PSOL errou ao aceitar doação da Gerdau

Assinado por alguns dirigentes do PSOL, circula um manifesto contra a decisão do partido, em Porto Alegre, de aceitar contribuição do “capitalista” Jorge Gerdau Johannpeter para a campanha de Luciana Genro.

Diz o Manifesto:  “Como se não bastasse ser o primeiro diretório a defender a aliança com partidos burgueses nessas eleições, o PSOL gaúcho aceitou a doação de R$ 100 mil reais da GERDAU. Vale destacar que a GERDAU é o 13º maior produtor de aço do mundo.

A denúncia é do Vice Presidente Estadual do PSOL da Paraíba, David Lobão. É fundamental que desde as inúmeras cidades de todo o país, aonde PSTU e PSOL somaram em aliança eleitoral, esse ato seja repudiado de conjunto pela frente de esquerda.

Leia aqui Manifesto na Íntegra

O candidato a prefeito do Rio e deputado federal Chico Alencar (PSOL) (na foto com Luciana)  acha que “foi um erro” e “é uma contradição” o seu partido aceitar uma contribuição do Grupo Gerdau para a campanha da candidata à prefeitura de Porto Alegre, a deputada federal Luciana Genro, filha do ministro da Justiça, Tarso Genro (PT).

De acordo com ele, a gaúcha Gerdau ofereceu R$ 100 mil para todos os candidatos à prefeitura de Porto Alegre. Ele ressalvou que “não há vedação estatutária” do partido a aceitar a contribuição e elogiou Luciana como “deputada seríssima, incorruptível”. Mas disse que “é melhor trilhar um caminho franciscano”.

Segundo Alencar, o PSOL defende o financiamento público de campanha. Ele explicou também que diferencia doações pelo porte da empresa, sendo contrário a receber recursos das grandes empresas. “A gente acredita na democratização da economia”, disse. “Grandes empresas têm muito mais força de lobby”, afirmou. Ele disse, porém, que aceitaria doações de pequenos comerciantes. Disse que estabeleceu um teto de gastos para sua campanha de R$ 400 mil, mas prevê gastar só R$ 250 mil.

Maceió: Heloísa Helena pode se tornar inelegível

Na eleição para prefeito de Maceió (AL), a disputa mais importante até agora ocorre em torno de uma candidata a vereador.

Explica-se: a candidata em questão é a presidente do PSOL, a ex-senador Heloisa Helena, cuja sorte na eleição pode ter repercussão na sucessão do presidente Lula.

HH foi condenada por sonegação fiscal, decisão já transitada em julgado, e pode ser declarada inelegível, segundo o entendimento de adversários e advogados.

Em Maceió há quem afirme que a ex-senadora desistirá de concorrer à vereança, o que o PSOL desmente categoricamente. Seu nome foi lançado com o objetivo de obter mais de 30 mil votos e assegurar a eleição de pelo menos dois senadores para o partido.

A derrota de uma candidatura a vereador em Maceió poderia ser fatal para os projetos futuros do PSOL e da ex-senadora, que, nacionalmente, obtém um desempenho nas pesquisas que chama a atenção dos presidenciáveis dos outros partidos, inclusive de um fenômeno eleitoral como Lula.

Dependendo do cenário, HH alcançou de 12% (com José Serra, Ciro Gomes e Marta Suplicy na disputa) a 20% (no cenário em que Ciro aparece em primeiro e Aécio Neves em terceiro) das intenções de votos de uma pesquisa do instituto Datafolha realizada em março último.

Lula ficou especialmente impressionado com os 17% que Heloisa Helena teve no Rio, cidade, assim como Brasília, com grande número de funcionários públicos. Na última eleição presidencial, os barnabés foram seduzidos pelo discurso estatista da senadora. Com metade dos votos de HH no Rio, Lula poderia ter evitado o segundo turno contra o PSDB. Nacionalmente a ex-senadora teve 6,85% dos votos válidos, em 2006, o equivalente a 6,5 milhões de eleitores.

Heloisa Helena caiu nas garras do Leão em 2000, quando a Receita Federal expediu uma certidão de dívida ativa e, em 2003, ajuizou um processo de execução fiscal contra ela. Como deputada estadual, Heloisa Helena recebeu rendimentos denominados “ajuda de gabinete” e “ajuda de custo”, mas nunca declarou nada ao Imposto de Renda da Pessoa Física. À época – de 1996 a 1998 -, conta seu advogado, André Maimoni -, fora a própria Heloisa Helena quem chamara a atenção para o fato, mas em vez de declarar ao IRPF, se limitou a prestar contas do uso do dinheiro.

Executada, a ex-senadora recorreu ao Judiciário. Ganhou na primeira instância, em Maceió, e na justiça federal da 5ª Região (Recife), mas a Receita Federal recorreu ao STJ, instância em que a presidente do PSOL sofreu derrotas acachapantes. Para o STJ, tanto a “ajuda de gabinete” como a “ajuda de custo” não eram “remuneração esporádica”, portanto, sem a ” mínima aparência de indenização (…).

Heloisa Helena fez dois recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas não teve sorte. A senadora não fala sobre o assunto, mas é certo que se julga vítima de perseguição política, pois nenhum outro deputado na mesma situação teve igual tratamento.

Valor

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