O medicamento contra o câncer de próstata foi desenvolvido pela Dendreon, uma empresa de biotecnologia de Chicago. A medicação prolongou a vida dos homens que o usaram em um teste clínico decisivo, anunciou a empresa nesta terça-feira.
Os resultados muito aguardados podem abrir caminho para que o remédio, sob a marca Provenge, seja a primeira dita “vacina” terapêutica contra o câncer a obter licença nos Estados Unidos, depois de sucessivos fracassos em testes de medicamentos desse tipo.
Vacinas terapêuticas como o Provenge não têm por objetivo prevenir a doença, como o fazem as vacinas usadas na infância. Operam, em lugar disso, como forma de treinar o sistema imunológico do corpo a atacar o câncer, depois que o paciente adoece.
“O teste parece ter provado o conceito de que as vacinas contra o câncer podem funcionar e de fato funcionam”, disse Jeffrey Schlom, especialista em vacinas no Instituto Nacional do Câncer.
Mas o sucesso do teste pode conduzir à retomada das queixas sobre a Food and Drug Administration (FDA, agência federal norte-americana que regulamenta alimentos e remédios), que dois anos atrás se recusou a aprovar o Provenge apesar de um de seus painéis de assessoria ter endossado o medicamento.
A FDA informou que desejava mais provas de que o remédio funcionava, e que esperaria pelos resultados de um teste em curso. Os resultados desse teste foram anunciados na terça-feira.
A decisão da FDA dois anos atrás despertou sérias críticas entre pacientes de câncer de próstata e investidores da Dendreon, que afirmaram que a agência não estava sendo razoável e negava aos pacientes um tratamento que poderia funcionar. As tensões se tornaram tão graves que houve um momento no qual dois especialistas em câncer de próstata, que haviam recomendado ao governo não aprovar o remédio, compareceram a uma conferência acompanhados por guarda-costas, alegando que haviam sido ameaçados.