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Caso Banrisul:empresário estaria envolvido em 11 empresas

Nota atualizada :

Foi oficializada hoje a demissão do ex-superintendente de marketing do Banrisul, Walney Fehlberg. Ele tinha 34 anos de carreira. Fehlberg é suspeito no caso da fraude contra o banco.

O ex-superintendente e outras três pessoas, incluindo diretores de agências de publicidade, foram presos na semana passada por suposto desvio de dinheiro do setor de marketing do Banrisul, mas tiveram a liberdade provisória concedida pela Justiça.

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A força-tarefa da Operação Mercari, que investiga o desvio de verbas de marketing no Banrisul, acusa Davi Antunes de Oliveira de ser associado a mais de uma dezena de empresas que terceirizavam serviços das agências de publicidade DCS e SLM.

A reportagem do site Sul21 diz  que o empresário é peça central no esquema de superfaturamento de materiais publicitários, atuando decisivamente na terceirização e “quarteirização” dos trabalhos. O valor excedente era dividido entre os participantes do esquema – além de Davi, integravam o grupo o superintendente do Banrisul, Walney Fehlberg, o sócio da DCS, Armando D’Elia Neto, e o representante da SLM, Gilson Storck.

Investigado por suspeita de desvio de recursos, por meio de superfaturamento de trabalhos de marketing contratados com agências de Publicidade, o Banrisul, em 2009, investiu mais de R$ 99 milhões em publicidade, bem acima dos R$ 50 milhões previstos no orçamento. No período anterior (outubro de 2008 a outubro de 2009), o valor gasto com as agência de publicidade SLM e DCS foi de R$ 42 milhões. Para este ano, a previsão de recursos destinados ao marketing é de R$ 77 milhões. Os contratos com a SLM e a DCS estão na primeira prorrogação, válida até outubro de 2010, podendo ser prorrogados por outras quatro vezes.

Os maiores desvios constatados pela investigação da Operação Mercari, estão na organização de estandes em feiras e na confecção de materiais de divulgação do banco, como placas de publicidade (frontlights) e banners. Dos valores destinados à confecção de estandes em eventos, cerca de 30% teriam sido desviados pelo esquema. Uma planilha, interceptada durante troca de e-mails dos investigados, é o principal documento a sustentar as conclusões preliminares da Operação. O valor inicialmente citado como resultante dos desvios é de R$ 5.296.241,69. Este valor deverá ser reavaliado com base nas provas colhidas pelos mandados de busca e apreensão.

11 empresas

Davi Antunes de Oliveira, acusado de ser o operador do esquema, é apontado pelo MP como proprietário de fato de uma série de empresas contratadas para a terceirização dos serviços. Ele permanece sócio em apenas uma delas – a Conexão Sul Comunicação Visual Ltda. Os investigadores suspeitam que Armando D’Elia Neto (da DCS) seja sócio de fato da Conexão Sul. Entre as outras empresas ligadas ao esquema – e das quais Davi participaria ativamente – estão a Renove Mídias Alternativas Ltda e a Selftur Serviços de Informação em Multimídia Ltda. Os endereços dessas duas empresas foram incluídos na lista de 10 mandados de busca e apreensão, solicitados pela Operação Mercari. Ao todo, 11 empresas teriam sido incluídas no esquema, com participação efetiva de Davi Antunes de Oliveira em todas elas.

Quatro pessoas que aparecem como sócias dessas empresas seriam, na verdade, empregados de Oliveira, usadas para evitar a associação direta com o empresário. Essas empresas seriam subcontratadas pela SLM e pela DCS. Ao invés de executarem os serviços, elas repassariam o trabalho para outras empresas, por valores muito abaixo dos originalmente pagos pelo Banrisul.

Conversas telefônicas

A Polícia Federal ingressou na investigação quando escutas telefônicas apontaram a participação de Davi Antunes de Oliveira no desvio de recursos em obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). As conversas indicavam que o empresário financiava obras próprias com recursos federais. Este fato motivou a entrada da PF no caso.

As suspeitas sobre Walney Fehlberg, então superintendente de marketing do Banrisul, cresceram na medida em que foi constatado súbito aumento no patrimônio do investigado, como a aquisição de um automóvel e a realização de reformas nas suas duas residências, em Porto Alegre e Xangrilá. Walney foi detido em junho em um aeroporto de São Paulo com US$ 20 mil – valor insuficiente para caracterizar flagrante de crime de evasão de divisas. Porém, existem outros indícios de desvio de recursos, como uma escuta registrada no dia 13 de junho de 2010. Nessa conversa Davi teria dito a Walney que ele, Davi, teria viajado “com muito mais”, referindo-se aos US$ 20 mil encontrados com Walney.

Acesso ao processo

O departamento jurídico do Banrisul teve acesso, nesta segunda-feira (13) a dados sigilosos da Operação Mercari, que apurou fraudes no setor de marketing do banco. O acesso à documentação foi garantido por meio de autorização judicial. A medida está de acordo com a estratégia definida pelo banco, na semana passada, de diminuir o impacto negativo do caso, posicionando-se como colaborador nas investigações do Ministério Público.

“É preciso deixar muito claro que o banco é vítima nessa situação”, afirma Fábio Medina Osório, advogado contratado para defender os interesses do Banrisul. “Como vítima, tem direito de habilitar seus interesses, e isso nos motivou a pedir acesso aos dados (da investigação), até mesmo para podermos atuar como assistentes de acusação. A posição do banco é de responsabilizar todos que tenham atuação materialmente comprovada no caso”. Antes de revelar novas iniciativas do banco, Medina prefere aguardar que o MP decida se irá oferecer denúncia sobre o caso. “Na prática, o Ministério Público não tem prazo para apresentar denúncia”, afirma.

Fonte:Operação Mercari: empresário estaria envolvido em 11 empresas

Igor Natusch/Sul21

PF descobre superfaturamento no marketing do Banrisul!

Nota atualizada :

A Polícia Federal (PF) informou que o funcionário do Banrisul, detido hoje durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na investigação do suposto desvio de dinheiro do banco, já havia sido preso em São Paulo, há menos de dois meses, por suspeita de evasão de divisas. Sem dar mais detalhes, o Superintendente da PF no Rio Grande do Sul, Ildo Gaspareto, contou que o superintendente de Marketing do banco foi abordado com dólares em um aeroporto do Estado. Walney Fehlberg foi liberado por meio de um recurso judicial, mas acabou sendo detido durante a manhã desta quinta-feira, outra vez com dinheiro sem origem comprovada, explicou a Polícia.

Além de Fehlberg, foram recolhidos os representantes das agências de publicidade SLM, Gilson Storke, e DCS, Armando D’Elia Neto. Os três, segundo a PF, acabaram sendo detidos em flagrante por suspeita de envolvimento com crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro e não pela investigação do caso relativo ao banco. Os valores apreendidos com eles podem superar R$ 2 milhões, entre dólares, euros e reais. O dinheiro está sendo contado na sede da PF de Porto Alegre. A expectativa é que o sigilo do caso seja quebrado e mais detalhes possam ser divulgados.

A polícia foi até a casa dos três depois de meses de investigação apurando suposto esquema que superfaturava ações de marketing contratadas junto às agências publicitárias. Essas empresas, conforme a PF, subcontratavam os verdadeiros executores do trabalho encomendado. Parte dos valores acertados com o banco ficava com os atravessadores. Um desses subcontratados não recebeu pelos serviços que desenvolveu. Vítima de calote, ele resolveu procurar o Ministério Público de Contas para revelar a fraude.

De acordo com o delegado regional executivo da PF, a investigação vai apurar se a testemunha-chave foi vítima ou participava do esquema. José Antônio Dornelles confirmou que o homem pode ser beneficiado com delação premiada, caso continue colaborando e a investigação entenda ser necessário o benefício. O homem, que não teve a identidade revelada, não pediu proteção da Polícia.

O dinheiro supostamente desviado do Banrisul somou R$ 10 milhões. O destino do recurso é desconhecido mas vai ser investigado, informou Gasparetto. O objetivo da PF é fazer com que o dinheiro retorne ao banco.

PF não tem indícios de que valores foram usados em campanha política
Durante a entrevista coletiva, o delegado Gasparetto explicou que se houver algum indício de que os valores foram usados com políticos, um relato do caso vai ser encaminhado ao Ministério Público Eleitoral. O superintendente, no entanto, afirmou que até o momento não há indícios de recursos para campanhas ou de agente com foro privilegiado na suposta fraude.

Operação há um mês das eleições
O superintendente da PF explicou que há prazos para serem cumpridos e que não podem ser adiados. Ildo Gasparetto informou ainda, sem dar detalhes, que pessoas estavam sendo ameaçadas e garantiu que não há conotação política na atuação da Polícia Federal. O fato de as eleições ocorrerem no início do próximo mês não podem impedir a atuação policial, disse. Nesta quinta, a governadora Yeda Crusius postou em seu perfil no twitter estranhar que a operação seja realizada há poucos dias das eleições.

Por que a Polícia Civil não foi convidada?
Segundo o delegado Gasparetto, em vários outros momentos a Polícia Civil participa de operações conjuntas com os agentes federais. Disse que outros dois órgãos gaúchos participam do trabalho, referindo-se ao Ministério Público de Contas e o Ministério Público Estadual, que acabou solicitando os 11 mandados de busca e apreensão realizados hoje em Porto Alegre (10) e Gravataí. “A Polícia Federal está mais preparada para combater esse tipo de crime”, comentou.

A PF entrou no caso depois de verificados indícios de crimes de evasão de divisas, ocultação de bens e valores e sonegação fiscal, explicou. Parte do inquérito deve ficar com a Justiça Federal e a outra parte com a Justiça Estadual.

Não há indícios de ligação com a fraude no Detran, segundo PF
O delegado Gasparetto, para explicar o possível esquema de desvio de dinheiro no Banrisul, citou como exemplo a fraude no Detran, em que foi verificado que uma empresa contratava outra para desenvolver trabalhos encomendados pelo órgão. Ele foi questionado se a semelhança era só no modo de atuação ou se algum dos investigados no Caso Banrisul também participou da fraude no departamento de trânsito. O policial então explicou que não há indícios dessa ligação.

Como se formou a força-tarefa
A força-tarefa apreendeu computadores, dinheiro e documentos. Foi constituída pela Polícia Federal, Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público de Contas e investigou os últimos 18 meses de contrato entre o banco e empresas de publicidade. A Justiça Estadual, acionada pelo Ministério Público Estadual, autorizou o compartilhamento de informações com o Ministério Público de Contas, que requereu ao Tribunal de Contas do Estado inspeção especial no Banrisul – já determinada.

A operação foi denominada Mercari. origem da palavra marketing, que significa, em latim, “comprar para vender”.

…………………………………………………………………………………..Polícia Federal descobre superfaturamento na produção de ações de marketing do Banrisul!

Uma força-tarefa da Polícia Federal, do Ministério Público Estadual e do Ministério Público de Contas investiga possíveis desvios de recursos da área de marketing com prejuízo ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul — Banrisul.

A suposta organização criminosa, integrada por alto funcionário do banco, diretores de agências de publicidade e prestadores de serviços pode ter causado prejuízo de mais de R$ 10 milhões nos últimos 18 meses.

A investigação dá conta de que as ações de marketing do banco, contratadas junto a agências publicitárias, eram superfaturadas. As campanhas eram terceirizadas a empresas que, por sua vez, subcontratavam os reais executores dos serviços. Estes cobravam preços muito menores do que aqueles pagos pelo banco.

Já estão presos três envolvidos no escândalo do Banrisul. Com eles foram encontrados mais de R$ 2 milhões.

Os presos, até o momento, são o superintendente de Marketing do Banrisul, Walney Fehlberg (foto), um representante da agência SL&M, Gilson Storke, e um diretor da DCS, Armando D’Elia Neto  Com elas foram apreendidos cerca de R$ 2 milhões sem origem identificada.

A agencia DCS trabalha há sete anos com o banrisul e a SLM há três anos.

Segundo a Polícia Federal, a Justiça Estadual, acionada pelo Ministério Público Estadual, autorizou o compartilhamento de informações com o Ministério Público de Contas, que requereu ao Tribunal de Contas do Estado inspeção especial no Banrisul — já determinada —, bem como com a Polícia Federal. Os crimes apontados seriam evasão de divisas, ocultação de bens e valores e sonegação fiscal.

O nome da operação, Mercari, origem da palavra marketing, significa, em latim, “comprar para vender”, comércio.  Ao todo, são 11 mandados de busca e apreensão, sendo 10 deles na Capital e um em Gravataí. Participam da ação cerca de 76 policiais.

O procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, afirma que mais detalhes da Operação Mercari só poderão ser revelados a partir das 14h desta quinta-feira:

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