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Rainha Sílvia investiga laços de seu pai com o nazismo no Brasil

A rainha sueca Silvia, que nasceu na Alemanha e morou no Brasil, iniciou uma investigação sobre os supostos laços entre seu pai e o regime nazista, informou o palácio real neste domingo.

“A rainha, junto com a família Sommerlath, tomou a iniciativa de reunir os fatos sobre as atividades de Walter Sommerlath no Brasil e na Alemanha entre 1930 e 1940″, revela a côrte real.

“A investigação já dura vários meses, mas ainda não há prazo para a divulgação de resultados”, destacou o palácio.

Revelações e acusações sobre o passado de Walter Sommerlath, que morreu em 1990, têm ocupado as manchetes dos jornais da Suécia nos últimos anos.

A rainha, de 67 anos, afirma que até agora, embora seu pai tenha sido membro do partido nazista, não era politicamente ativo e foi forçado a participar, da mesma maneira que outros, para salvar sua carreira.

O anúncio de hoje ocorre após uma investigação do canal TV4 transmitida no ano passado que afirma que Walter Sommerlath se apropriou de uma fábrica alemã pertencente a um judeu em 1939 como parte de um programa de “arianização”.

Sommerlath mudou-se da Alemanha para o Brasil em 1919, com 18 anos, onde conheceu e casou com Alice, a mãe brasileira da rainha.

Membro do partido Nazista a partir de 1934, ele trabalhou em uma filial local de uma companhia siderúrgica alemã antes de voltar para o país natal em 1938 com sua esposa e os dois filhos.

Em 1934 ele passou a gerenciar uma fábrica empregada no esforço de guerra até ela ser destruída cinco anos depois.

Durante a guerra o casal teve os dois filhos, incluindo Silvia ( na foto com o pai). A família voltou para o Brasil em 1947.

Silvia Sommerliath conheceu o futuro rei da Suécia, Carlos XVI Gustaf, na olimpíada de Munique em 1972, quando ela trabalhava como intérprete.

Quando ela se casou em 1976, Walter Sommerlath negou ter sido membro do partido nazista, mas a participação foi confirmada por relatórios da imprensa em 2002.

Da AFP Paris

Loja em São Paulo vende bonecos de líderes nazistas

Bonecos articulados, com mudas de roupas e acessórios personalizados são comuns em lojas de todo o país. Mas um trio em especial, à venda em uma loja na rua da Consolação, no centro de São Paulo, chamou a atenção por um diferencial polêmico: ser a representação fiel de Hitler e de dois outros oficiais da Alemanha nazista.

À venda no aniversário da morte de Hitler, dia 30 de abril, o que mais chamava a atenção era o boneco de Heinrich Himmler, chefe da polícia e figura-chave na organização do Holocausto. Muito detalhado e realista, Himmler vem em uma caixa com outras gravatas, um uniforme adicional e sapatos extras para serem combinados.

Os bonecos incomodaram a comunidade judaica. Alberto Zacharias Toron, advogado criminalista, diz que irá se colocar “à disposição da Federação Israelita para tomar as providências legais cabíveis para se apurar o crime de instigação racista, previsto em lei”.

O dono da loja, Rodolfo Pranaitis, afirma que os produtos “são apenas a representação de figuras históricas. Na própria caixa está escrito que é apenas um boneco e que não há a intenção de ofender as pessoas ou apoiar os crimes cometidos durante a guerra”.

Ele diz ainda que não pretende tirar os bonecos da loja. Himmler sai pela bagatela de R$ 799,00. Já Hitler, menos personalizável (não é possível trocar os sapatos ou a calça do ditador), custa R$ 599,00. A loja conta ainda com bonecos de super-heróis e personagens de filmes. Após analisar as fotos dos bonecos feitas pela reportagem, a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), da Polícia Civil, informou que irá avaliar se a venda deles representa ou não algum tipo de apologia ao nazismo.

Buda é apreendido por apologia ao nazismo

Diz a Wikipédia (enciclopédia livre na internet) que “a suástica ou cruz gamada é um símbolo místico encontrado em muitas culturas em tempos diferentes: dos índios hopi aos astecas, dos celtas aos budistas, dos gregos aos hindus”.

Quando adotada pelo nazismo no século passado, porém, ela foi invertida e inclinada, adquirindo uma aura maldita. Sexta-feira, a representação gráfica virou o centro de uma polêmica no Shopping da Gávea (Zona Sul), com desdobramentos na 15ª DP.

Policiais civis apreenderam um biombo com cerca de dois metros de altura que traz a figura de um Buda com a cruz suástica (não invertida nem inclinada) no peito, na loja de bijuterias e decoração oriental Cheia de Graça. Atenderam a uma denúncia de que a imagem faz apologia ao nazismo.

– Vamos apurar também junto ao fabricante da peça, no Rio Grande do Sul, se há tentativa de propaganda escamoteada – afirmou o delegado Henrique Pessoa, responsável pelo Núcleo de Combate à Intolerância Religiosa.

Estupefatos, os proprietários da loja não compreenderam a ação.

– Isso tudo é de uma ignorância sem comentários. Esse símbolo existe na cultura oriental há mais de 5 mil anos, quando o nazismo nem pensava em nascer. Tentei evitar a confusão, mas não teve jeito: a polícia apreendeu o biombo e eu estou nervosa até agora com essas acusações – desabafou a proprietária Samara Nolding.

De acordo com o marido de Samara, também proprietário da loja, o biombo custa R$ 590 e foi fabricado há cerca de dois meses. O casal é de Florianópolis (SC) e mantém 13 lojas em vários estados.

– É muito ruim você estar 100% certo e sofrer punição como se tivesse cometido algum erro. Esta sensação é horrível e irreparável. Tinha uma festa e Carnaval na escola da minha filha que nós não tivemos como ir – disse José Henrique, que faz questão de ressaltar que é católico.

Autores da denúncia, o deputado estadual Gerson Bergher e a vereadora Teresa Bergher, ambos do PSDB, acompanharam a operação junto com membros da colônia judaica.

– Vivemos em um mundo globalizado e ninguém pode desconhecer o que é a cruz suástica. Criada pelos povos antigos como um símbolo do bem, ela foi incorporada ao nazismo por Adolf Hitler. A sociedade deve denunciar – protestou Teresa.

Alvo da polêmica, símbolo parece… mas não é

A diferença entre a suástica nazista e a que representa o budismo é que a adotada por Adolph Hitler tem as suas pás invertidas e inclinadas a 45 graus. O budismo explica que o símbolo gira no sentido horário e, automaticamente, absorve energia do universo, promovendo a auto-salvação de quem a usa. Ao girar no sentido anti-horário, ela emite energia, oferecendo a salvação ao próximo.

Estudos mostram que já na antiguidade a suástica foi utilizada largamente pelos indo-arianos, hititas, celtas e gregos, dentre outros. Em especial, como símbolo sacro do hinduísmo, budismo e jainismo.

O nome suástica vem da palavra sâncrita svastikah, que significa bem-estar e boa fortuna. O símbolo é basicamente uma linha reta com braços perpendiculares a cada extremidade, seguindo em direções opostas.

Com a alteração estética no símbolo, Adolf Hitler, que era ocultista e sobreviveu a 42 atentados contra a sua vida sem ferimentos, queria representar o roubo da energia do universo para seus propósitos. A ideia era paralisar o tempo e iniciar os mil anos de domínio da Nova Ordem: o 3º Reich.

O líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães inspirou-se num conteúdo místico para elaborar a bandeira nazista, que ficaria marcada para sempre na história da humanidade.

A composição entre o vermelho e o branco indicavam a ideia social do movimento. A temida suástica nazista representava a luta pela raça ariana e o triunfo do ideal trabalho criativo, que, para eles, seria para sempre anti-semítico.

Roqueiro pede desculpas por cantar hino nazista

O roqueiro britânico Pete Doherty ( drogadito, ex-Kate Moos) pediu desculpas nesta segunda-feira depois de ter sido vaiado num show em Munique por cantar o hino nazista “Deutschland, Deutschland ueber alles.”

O incidente com Doherty, vocalista da banda Babyshambles, ocorreu no sábado num show organizado pela rádio Bayerischer Rundfunk, em Munique, e transmitido ao vivo.

Depois das vaias, uma apresentadora pediu que ele deixasse o palco, e ele atirou o microfone nela, segundo relato do jornal local TZ na segunda-feira. A rádio Bayerischer Rundfunk pediu desculpas.

“Ele estava alheio à controvérsia cercando o hino nacional alemão e se desculpa profundamente se causou alguma ofensa”, disse uma assessora de imprensa de Doherty em nota divulgada no site da emissora britânica Sky News.

O hino alemão é usado desde 1922, mas seu primeiro verso — com o refrão “Deutschland, Deutschland ueber alles”, ou “Alemanha, Alemanha acima de tudo” — foi abandonado depois da 2a Guera Mundial, por causa da sua conotação nazista.

Desde 1952, tem sido usada a terceira estrofe — “Einigkeit und Recht und Freiheit,” ou “Unidade, Justiça e Liberdade.”
Erik Kirschbaum

Protetora de Anne Frank faz 100 anos

Miep Gies

Miep Gies encontrou o diário de Anne Frank e o transformou em livro

A principal protetora da menina judia Anne Frank e sua família completa 100 anos neste domingo. Miep Gies é a única sobrevivente do pequeno grupo de pessoas que conheciam o esconderijo onde os Frank viveram por dois anos, em Amsterdã, na Holanda, durante a Segunda Guerra Mundial.

Nascida em Viena, na Áustria, com o nome de Hermine Santrouschitz, Miep foi trazida de Viena para Leiden, na Holanda, em dezembro de 1920, para escapar da falta de alimentos que assolava a Áustria após a Primeira Guerra Mundial. Em 1922, ela se mudou com sua família adotiva para Amsterdã. Em 1933, conheceu Otto Frank quando solicitou emprego como secretária em sua empresa de especiarias, Opekta.

Gies era secretária do pai de Anne Frank  e ajudou sua família e outras quatro pessoas a se manterem escondidas dos nazistas, levando comida, jornais e outros mantimentos, de 1942 a 1944. Depois que uma denúncia anônima levou os alemães à descoberta do esconderijo e à prisão dos Frank e seus companheiros, Gies encontrou no local o diário e outras anotações de Anne, cujo conteúdo virou um dos livros mais lidos do mundo.

‘Tranquila’ Em uma entrevista na semana passada, Miep Gies, que ainda vive em Amsterdã, disse que vai comemorar seu aniversário tranquilamente, com amigos e familiares. Ela afirmou que não merece toda a atenção dada a ela e lembrou que outras pessoas fizeram muito mais para proteger os judeus holandeses durante a Segunda Guerra.

Com seu marido, Jan Gies, Miep ajudou a esconder Edith e Otto Frank, suas duas filhas, Margot e Anne Frank, Hermann e Auguste van Pels, seu filho Peter, e Fritz Pfeffer nos quartos dos fundos do prédio da empresa de Otto Frank no Prinsengracht, em Amsterdã, de julho de 1942 a agosto de 1944. O local é hoje o Museu Anne Frank.

Por dois anos, junto com outros ajudantes, ela se certificou de que as pessoas que estavam se escondendo tivessem comida e outros itens essenciais, colocando sua própria vida em risco.
Depois que o grupo foi traído e preso em agosto de 1944, Miep Gies encontrou os diários de Anne Frank. Ela guardou os manuscritos em uma gaveta, esperando a volta de Anne. Quando a guerra terminou e foi confirmado que Anne havia morrido no campo de concentração de Bergen-Belsen, ela entregou os diários a seu pai, Otto Frank, o único membro da família que sobreviveu aos campos de concentração nazistas. Ele conseguiu a publicação dos diários em 1947.

Em suas declarações, Miep diz: “Eu não sou uma heroína. Não foi uma coisa que planejei fazer, simplesmente fiz o que pude para ajudar.”

Gies virou uma espécie de “porta-voz” dos Frank, viajando pelo mundo para falar de Anne e para fazer campanha contra a negação do Holocausto e contra boatos de que o diário teria sido inventado. Nunca se descobriu quem fez a denúncia anônima sobre o esconderijo.

Anne Frank morreu de tifo no campo de concentração de Bergen-Belsen poucos meses antes do fim da guerra. Seu pai foi o único da família a sobreviver. Junto com Gies, ele compilou as anotações da filha em um livro que foi publicado em 1947.

A obra foi traduzida para vários idiomas e vendeu dezenas de milhares de cópias até hoje.

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