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08/12/2008
Um grupo de médicos residentes do Hospital Independência, que pertence a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), denunciou ao Sindicato Médico do RS (Simers), a falta de condições para a continuidade da prática médica. Segundo os futuros especialistas de ortopedia e traumatologia, faltam materiais básicos como gaze e fios de sutura, antibióticos e até mesmo órteses e próteses. “Viemos ao sindicato levar esta situação, pois queremos uma estrutura adequada para o atendimento e para a nossa especialização”, explica o médico Fabrício Brinco, que está concluindo a residência no hospital.
Segundo o diretor do Simers, Neio Lucio Pereira, o próximo passo é levar estes relatos à Secretaria Municipal da Saúde, pois cerca da metade dos atendimentos de fraturas na Capital é feita no Independência, que atende 80% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No local, já estão suspensas cirurgias e apenas dois pacientes estão internados, onde a capacidade é de 110 leitos.
E a situação se agrava ainda mais com a decisão dos enfermeiros e trabalhadores que atuam nos quatro hospitais da Ulbra. Nesta terça-feira (9), eles paralisam no Luterano, na Capital, e Mário Totta, em Tramandái. Na quarta-feira (10), é a vez do Independência, também de Porto Alegre, e Universitário, de Canoas, suspenderem as atividades devido ao atraso de dois meses nos salários e da primeira parcela do 13º. “O Simers apóia a mobilização e reforça que, sem estes profissionais, o trabalho dos médicos fica impossibilitado”, explica Neio.
Nesta segunda-feira pela manhã, o sindicato participou de uma reunião na Ulbra, em Canoas, a convite da comissão externa da Câmara dos Deputados, formada pela bancada gaúcha e por membros da comissão de educação. Está prevista também uma manifestação do reitor Ruben Eugen Becker, pela primeira vez, sobre a situação na universidade. A comissão foi criada para auxiliar na busca de soluções para a grave crise da universidade, com prejuízos à qualidade do ensino e assistência à saúde.
Na semana passada, o Simers esteve no Ministério da Educação, em Brasília, quando também fez contato com os senadores Paulo Paim e Pedro Simon, para buscar soluções para a crise. Além disso, o sindicato já levou a problemática para o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, à governadora Yeda Crusius, e aos Ministérios Públicos Estadual e Federal. De acordo com o diretor sindical, “estamos mobilizados desde o início, porque o que queremos é a garantia de boa formação aos alunos e acesso à saúde para a população”.
Correio de Notícias