“O tratamento poderá ser realizado em apenas um dia”
Diz Mardoqueu Martins da Costa, coordenador do estudo
Um aparelho portátil capaz de diagnosticar e tratar o câncer de pele está sendo testado na Universidade de São Paulo (USP).
Batizado temporariamente de Mardoscope, a tecnologia usa a fluorescência para detectar alterações no epitélio (tecido) de pacientes e já inicia o tratamento contra a doença. A previsão é de que ele custe cerca de 7.000 reais, de acordo com a Agência USP.
Em pesquisa prévia, a equipe da universidade havia percebido que os componentes químicos de tecidos lesados pelo câncer se alteravam na presença de ácido e luz ultravioleta. Desenvolveram, então, um teste em que um ácido chamado aminolevulínico (ALA) é aplicado como uma pomada na parte de aparência doente e, em seguida, submetida a uma luz ultravioleta para realizar o diagnóstico.
“Quando se tem uma suspeita de câncer de pele, mantemos o ácido na pele e emitimos uma luz vermelha capaz de ativá-lo, realizando o tratamento”, diz o coordenador do estudo, Mardoqueu Martins da Costa. A luz vermelha, quando emitida na região doente, oxida e mata as células com câncer. “O tratamento contra o câncer poderá ser realizado em apenas um dia.”
O método se contrapõe à cirurgia que é feita atualmente para remover o tumor. “A remoção cirúrgica implica na retirada do tecido doente. Outro método convencional para combater o câncer de pele é a criogenia, ou seja, a utilização de nitrogênio líquido para queimar as lesões. No método fotodinâmico não é preciso remover o tecido”, explica o físico.