Arquivos de tags: Jordania

Crise diplomática: jornalista brasileiro chama rainha de piranha

Um comentário do jornalista Caio Blinder, durante o programa “Manhatan Connection”, da Globo News, em que chama a rainha Rania da Jordânia de “piranha”, gerou protestos por parte da embaixada do país no Brasil.
“Politicamente, ela [Rania] e as outras piranhas são intragáveis.

Todas elas têm uma fachada de modernização desses regimes – ou seja, não querem parecer que são realeza parasita e nem mulher muçulmana submissa. Isso é para vender para o Ocidente, enquanto os maridos estão lá, batendo e roubando”, declara Blinder, segundo informa a jornalista Cristina Lemos.

O comentário não agradou Ramez Goussous, embaixador da Jordânia no Brasil, que enviou ao Itamaraty nota verbal formalizando protesto contra o comportamento do jornalista.

A embaixada exige retratação de Blinder durante o programa e ainda ameaça processar a Rede Globo. A Jordânia recebeu o apoio de outros 17 embaixadores, que repudiaram a atitude do jornalista.

“Eu errei e estou pedindo desculpas”
No final da tarde desta quinta-feira (14), o jornalista Caio Blinder conversou por telefone com a reportagem do Portal IMPRENSA e disse que considerava o episódio superado.

“Eu sabia que a gente tinha feito uma besteira, mas já acabou essa história pra mim. E houve a retratação no ar. O Lucas [Mendes], editor-executivo do ‘Manhatan’, pediu desculpas pelo meu termo ofensivo. E nós demos as mãos à palmatória”, explicou. “O Lucas até leu no ar: agora mais um momento raro, mas não inédito, onde cometemos leviandades, injustiça e insultos, quem nos conhece sabe que não queremos ofender”, lembrou Caio antes de reiterar que não é de seu “feitio ofender pessoas”, e que não costuma se referir às mulheres com termos chulos.

“Não me refiro às mulheres como piranhas, sejam elas árabes judias, esquimós…E não é uma questão política. Aliás, eu faço críticas políticas; não a pessoas. Eu errei e estou pedindo desculpas”, finalizou.

Em 1997 o programa viveu polêmica semelhante, quando Paulo Francis – comentarista ao lado de Mendes, Blinder e Nelson Motta – defendeu  no ar a privatização da Petrobras e acusou seus diretores de possuírem 50 milhões de dólares em contas na Suíça.

Francis se retratou, mas foi processado pela estatal em 100 milhões de dólares, e iniciou um embate indireto com o diretor da empresa, Joel Rennó. Poucas semanas depois, Francis morreu devido a um ataque cardíaco.

Portal Imprensa

‘Turco’ é a mãe!!!

Lula chama premier jordaniano de ‘turco’

.

Lula e o rei da Jordânia, Abdullah II, na cerimônia de boas-vindas, em Amã

Com deslizes já repetidos em outros países árabes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou hoje sua visita ao Oriente Médio. Assim como no caso imediatamente anterior, na Turquia, o constrangimento de boa parte da plateia a quem Lula se dirigia começou quando ele defendeu que o Brasil deveria agir como um “mascate”. Lula trocou o nome do primeiro-ministro jordaniano, Samir Rifai, chamou-o de “turco” e ainda designou a Jordânia como um país pobre.

As gafes ocorreram durante o improviso do presidente no Seminário Brasil-Jordânia: Perspectivas de Comércio e de Investimentos, que reuniu cerca de 500 empresários jordanianos, brasileiros e iraquianos. Lula lembrou que todo mascate – a profissão de vendedor ambulante, adotada por muitos sírios e libaneses – era chamado carinhosamente de “turco” no Brasil.

Uma vez mais, mostrou-se alheio ao fato de que, no Oriente Médio, tal designação não cai bem, dadas as lembranças dolorosas do período de domínio do Império Otomano na região. Essa ocupação foi um dos fatores que provocaram a massiva emigração de sírios e libaneses, obrigados a portar passaporte turco, no início do século 20.

“O Salim deveria ser tratado de turco”, afirmou Lula, dirigindo-se a Samir Rifai. “Aqui tem muita gente com cara de turco. Ou seja, (a pessoa) que coloca um monte de peça de pano debaixo do braço e sai de casa em casa batendo palma e vendendo.”

Lula concluiu com a associação do trabalho do mascate à sua política de privilegiar as relações comerciais do Brasil com países pobres, em uma referência direta à Jordânia. “O mascate não vai na Avenida Paulista, não vai no Morumbi, não vai nas ruas dos ricos. Ele vai nas ruas da periferia, onde o pobre pode comprar para pagar em suaves 12 prestações, 24 prestações ou mais”, afirmou. “Eu achava que o Brasil pudesse ser assim.”

Ainda no discurso em Amã, capital da Jordânia, o presidente Lula afirmou que nenhum chefe de Estado do Brasil esteve naquele país. “Nenhum presidente brasileiro veio aqui. D. Pedro não veio aqui, D. Pedro parou em Israel”, disse o presidente, durante o Encontro Empresarial Brasil-Jordânia. Desde que D. Pedro II passou pela Terra Santa há 150 anos, nenhum chefe de Estado brasileiro esteve no local em visita oficial.

Lula encerrou hoje a visita de quatro dias ao Oriente Médio, em que passou por Israel, Cisjordânia e Jordânia. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, segue para a Síria.

%d blogueiros gostam disto: