
Os olhos de Rodrigo Santoro e um certo atrevimento podem ter garantido ao ator um de seus papéis mais polêmicos. O brasileiro será o cubano revolucionário Raúl Castro no filme “Che”, de Steven Soderbergh, que o levará nos próximos dias ao Festival de Cinema de Cannes.
O filme, que conta com o apoio do Centro Che Guevara, em Havana, faz uma adaptação dos diários de Che durante a revolução que começou em Cuba, ao lado de Fidel Castro e seu irmão, Raúl, nos anos 1950. “Che” tem mais de quatro horas de duração — na verdade são dois filmes, “O Argentino” e “Guerrilha” — e será exibido em duas partes no festival.
Esta será a segunda vez de Santoro em Cannes, após sua ida com “Carandiru” cinco anos atrás. Ele também estará no festival com o argentino “Leonera”, que assim como “Che” é falado em espanhol e está na competição do festival. O evento abre na quarta-feira.
“Sabia que era um personagem delicado e muito polêmico”, disse Santoro à Reuters sobre o papel de Raúl Castro, hoje presidente de Cuba. “Como ator, o que eu tenho que fazer é tentar incorporar um ser humano. Não vou fazer uma análise política, eu não posso julgá-lo”, disse.
Santoro fez uma longa viagem a Cuba, durante quase dois meses. Visitou Sierra Maestra, de onde Fidel comandou a revolução, e a casa onde os irmãos nasceram.
O filme, que tem Benício Del Toro como Che, foi rodado em diversos países, mas Santoro só participou das filmagens em Porto Rico e México. Por não ter visto o filme ainda pronto, Santoro diz estar bastante ansioso com a ida a Cannes.
Em Cannes, Santoro estará também com a equipe de “Leonera”, do argentino Pablo Trapero. Ele faz uma participação como Ramiro, um estrangeiro que vive há muito tempo em Buenos Aires e se envolve numa trama de mistério e assassinato.
Reuters
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