O Brasil começa a produzir chips localmente. A coreana HT Micron, uma joint venture entre a coreana Hana Micron e a brasileira Parit Participações – apresentará na próxima semana, o primeiro lote comercial de chips da empresa brasileira de encapsulamento e teste de semicondutores na Sala Limpa (em inglês “Clean room”, um ambiente controlado utilizado para testes ou manufatura de produtos onde a contaminação por partículas presentes no ar interfere no resultado), manufaturados numa sala alternativa, criada na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. A fabricante também iniciará as obras da sua planta fabril definitiva no local.
Expectativa é que a HT Micron venha a investir até US$ 200 milhões, em cinco anos, no projeto, gerar mais de 1 mil empregos diretos, bem como utilizar matérias-primas renováveis, insumos e embalagens produzidas no RS. A projeção é de um investimento inicial de R$ 30 milhões, com faturamento de US$ 300 milhões até 2012 e US$ 1 bilhão até 2015. A primeira fase iniciou em março deste ano e a conclusão da unidade definitiva está prevista para 2012. A empresa avalia a necessidade de 20% de engenheiros nas áreas de mecânica, eletrônica e automação e 80% de técnicos para completar o quadro de funcionários.
No ano passado, o Parque Tecnológico São Leopoldo – Tecnosinos – foi escolhido para abrigar a unidade da fábrica de encapsulamento e testes de semicondutores da HT Micron, que será a maior do Brasil. Proposta da empresa, agora, que entrega o primeiro lote de chips produzidos no país, é de atuar também, mais à frente, com módulos de memória para computadores, desktops e notebooks, memórias flash como cartões tipo USB, cartões SD e smart cards, circuitos integrados para celulares, circuitos integrados para TV Digital, set top Box, TV LCD e automação.
A apresentação dos primeiros chips produzidos localmente acontecerá no 1º Fórum Brasil-Coreia do Sul em Ciência, Inovação e Tecnologia, que vai reunir pesquisadores, professores, especialistas, empresários nacionais e estrangeiros para debater a indústria dos semicondutores e a política de pesquisa e inovação dos dois países, entre os dias 17 e 19 de outubro, no campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo. Hoje, o mercado brasileiro consome, anualmente, US$ 17 bilhões em semicondutores importados, que são a base de toda a indústria de informática.
Ana Paula Lobo /Convergência Digital