
O projeto de lei que impede o término de jogos de futebol na capital paulista depois das 23h15 tem causado discussões e polêmica entre os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo e a Globo e a Federação Paulista de Futebol (FPF).
O projeto, que obriga o começo dos jogos no máximo às 21h15, já foi aprovado em definitivo e aguarda apenas a sanção ou veto do prefeito Gilberto Kassab.
O último capítulo da briga aconteceu nesta terça-feira. Durante quase quatro horas de audiência, representantes da Globo Esportes e da FPF pressionaramos os vereadores para que
haja a mudança do projeto.
O presidente da FPF, Marco Polo del Nero, que havia ameaçado levar os jogos da capital para o interior, declarou que os clubes paulistas podem ser impedidos pela Conmebol de participar da Taça Libertadores a partir de 2011, caso desrespeitem as regras de transmissão de TV.
Em sua defesa, o diretor executivo da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto, argumentou que “a plasticidade dos estádios cheios nos interessam porque representa o estádio infinito, dá credibilidade à TV”. Pois os jogos realizados às 21h45 durante a semana registram em média público de 23.787 pagantes, enquanto a dos jogos às 21horas, 17.911 pessoas.
O tom de ameaça da FPF e da Globo gerou momentos de tensão no plenário. “Estão tentando uma prorrogação que não existe. O projeto já foi votado, está nas mãos do prefeito”, afirmou o vereador Adilson Amadeu (PTB).
Na “briga”
A Rádio Jovem Pan também já se manifestou contra a Globo. Em seu site, a rádio comenta que a campanha ganhou apoio de outros veículos, entre emissoras e jornais. E ataca: “Fica claro, como a luz, que o povo não tem mais nenhuma importância para o espetáculo, a não ser como índice de audiência da TV. Parece que, nisso, melhor seria até que ninguém fosse ao estádio. Futebol será apenas um programa de TV. A grade jamais será alterada. O estádio será um estúdio. Ficasse todo mundo em casa, dando maior índice de audiência”, diz o texto.
Apesar de toda a pressão, a Câmara descartou a possibilidade de elaborar um novo projeto. Se o prefeito não vetar a proposta nos próximos oito dias, o Legislativo pode promulgar o projeto e então, a Lei entra em vigor. A multa para os jogos que terminarem depois das 23h15 é de R$ 100 mil.
Diego Zanchetta – O Estado de S.Paulo
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