O Conselho de Ética do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) recomendou nesta quinta-feira (13), em primeira instância, o arquivamento do pedido de suspensão da campanha da fabricante de roupas íntimas Hope, estrelada pela modelo Gisele Bündchen. Com isso, a propaganda pode continuar sendo veiculada normalmente.
A decisão do conselho do Conar foi por unanimidade. Participaram da reunião cerca de 20 conselheiros. Segundo a assessoria do Conar, caso não ocorra nenhum recurso, no prazo de 5 dias, o processo será arquivado em definitivo.
Os membros do conselho acompanharam o voto do relator, que considerou que “os estereótipos presentes na campanha são comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina”, informou o Conar, em nota.
A representação foi aberta a partir de denúncias encaminhadas ao Conar por cerca de 40 consumidores e também pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM).
Entenda a polêmica
Os vídeos da campanha, chamada “Hope Ensina”, mostram a modelo contando ao marido que bateu seu carro e estourou o limite do cartão de crédito. Primeiro, Gisele revela os problemas vestida com roupas e, na sequência, apenas de lingerie. A propaganda diz que a primeira maneira é errada, e a segunda, a correta. E incentiva as brasileiras a usar seu “charme”.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres afirmou que sua ouvidoria recebeu seis reclamações de pessoas “indignadas” com a propaganda desde o dia 20, quando ela foi ao ar. Além do ofício ao Conar, a SPM também enviou documento ao diretor da Hope Lingerie, Sylvio Korytowski, “manifestando repúdio à campanha.”
“‘Hope Ensina’ é a campanha da empresa que ‘ensina’ como a sensualidade pode deixar qualquer homem ‘derretido’. Nela, a modelo Gisele Bundchen estimula as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu ‘charme’ (exposição do corpo e insinuações) para amenizar possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do cotidiano”, diz nota divulgada pela SPM.