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Logo da Rio 2016 pode ser plágio

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Tá no Blog do José Ilan:

Adoraria dizer, conclusivamente, que não passa de coincidência.

Juro, adoraria…Mas, sinceramente, não dá.

Não reconhecer a incrível semelhança entre a logomarca da Rio 2016 e da Telluride Foundation (ONG do Colorado, EUA), é pretender tapar o sol com um logotipo.

Criador do trabalho brasileiro, Fred Gelli já negou a cópia. Claro, seria surreal se confirmasse. E exagerou ao defender-se também da compararação com um quadro do pintor francês Matisse (veja acima):

– A marca é radicalmente diferente por ser tridimensional. O Rio, em si, é uma escultura e as pessoas vivem dentro dela.

“Radicalmente diferente”??!…

Por outro lado, é quase inimaginável que os profissionais conceituados da agência vencedora fossem ingênuos o suficiente para plagiar algo que seria difundido mundialmente por tantos anos, acreditando passar impunes num mundo de internet globalizada.

Olhando por esse ângulo, aumenta-se o absurdo do possível plágio. Ou amplia-se imensamente a hipótese do infeliz acaso.

O fato é que, de um jeito ou de outro, ficamos com um problema. No melhor dos cenários, temos uma péssima coincidência, que já virou justificada polêmica e joga sombra de suspeita exatamente sobre o grande símbolo dos Jogos.

Nada pode ser mais emblemático e indesejável que isso. Principalmente quando ética e transparência precisam tremular alto nos próximos cinco anos.

É no mínimo perturbador imaginar sequer a hipótese de que um trabalho plagiado possa ter vencido outros 138, originais e honestos.

Considerando que tenha sido só coincidência, o problema continua: como ficar com um logotipo tão fundamental, tão esperado, cuidadosamente selecionado… Mas quase idêntico a um outro já existente? Se as pessoas que decidiram o vencedor conhecessem o antigo, da Telluride, teriam escolhido este?

Duvido.

A questão é: vale a pena passar os próximos seis anos correndo o risco de ouvir piadinhas pelos quatro cantos do mundo de que o logo é um plágio?!

O CO-Rio não tem outra opção: precisa se manifestar, apurar o caso de forma responsável, rígida e convincente. Omitir-se e varrer a questão para debaixo do tapete vai dar a impressão de que muita coisa ainda vai caber lá embaixo.

O primeiro passo é ter humildade e reconhecer o problema.

O segundo, cuidar para que esta não se torne a primeira mancha grave nos Jogos do Rio.

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