No dia-a-dia, o analista financeiro Collin Smith, de 29 anos, reveza com a mulher uma BMW 335 e um Saab 9-3. A situação melhora muito em alguns fins de semana e nas viagens de férias. Nessas ocasiões, Smith tira da garagem de sua casa, em São Francisco, na Califórnia, máquinas bem mais sofisticadas e caras, como um Lamborghini Gallardo ou um Bentley Continental GT, entre outros. Cada uma delas custa entre 100 a 400 mil dólares.
Embora seja um profissional bem-sucedido, Smith está longe de ter rendimento capaz de bancar uma frota tão luxuosa. Ele consegue desfrutar dessa mordomia pagando 32 000 dólares por ano a uma empresa especializada em vender pacotes de time-share de automóveis.
De acordo com esse sistema, mediante o pagamento de uma taxa, o cliente vira dono de uma fração dos carros, ganhando o direito de dividir o tempo de uso dos modelos com os outros associados. “Mesmo se eu tivesse dinheiro para comprar sozinho uma Ferrari, continuaria utilizando o time-share, pois com esse sistema não preciso gastar com seguro e manutenção periódica, que pesam muito nesse nível de automóveis.” diz Collin Smith
O time-share é um modelo de propriedade compartilhada bastante comum para bens como iates, mansões, helicópteros e jatinhos. Na Europa, esse tipo de negócio é tão difundido que chega a contar com uma feira a Fractional Life Expo, realizada anualmente em Londres
A grande novidade do mercado é a aplicação do serviço também no caso de carros de luxo. Segundo os especialistas, Europa e Estados Unidos contabilizam cerca de 60 empresas especializadas nesse novo mercado. No Brasil, ainda não há nada similar.
As ofertas disponíveis vão de modelos esportivos a itens de colecionador. Uma Ferrari 355 Spider, capaz de atingir a velocidade de 282 quilômetros por hora, sai por uma taxa de 9 000 dólares. Em troca, o cliente tem o direito de dirigi-la por quatro semanas durante o ano. No topo da lista estão modelos como o Audi R8 e o Rolls-Royce Phantom, cotados a partir de 20 000 dólares.
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