
Esqueça Gisele Bündchen. Quem fecha em grande estilo, hoje, o Fashion Rio é uma modelo, no mínimo, diferente. Chama-se Patrícia Araújo, é carioca da Ilha do Governador e tem 25 anos. Ela é morena, alta, linda e é um travesti. A ousadia de chamá-la partiu do sempre inquieto estilista Beto Neves, da Complexo B, que homenageia a Lapa, tema também da 14ª semana de moda, com o desfile ‘Encruzilhada Mista’.

Ela se chama Felipe
Para chegar a Patrícia, o estilista teve ajuda dos amigos. “Foi (a promoter) Liége Monteiro quem me deu a dica. Ela a conhece da Grande Rio, onde Patrícia é destaque”, revela. Qual não foi a surpresa de Patrícia quando o telefone tocou. “Fiquei superfeliz. Sempre foi meu sonho desfilar e ser atriz”, diz ela, que também grava hoje, logo após estrear na passarela, participação no seriado A Lei e o Crime, da Record. “Vou ser a travesti Michela”, conta.
Mas nem sempre tudo foi purpurina na vida de Patrícia – ou Felipe, como diz a carteira de identidade. Na 8ª série, passou por expulsão do colégio por ser gay. “Sofri muito preconceito. Mas minha cabeça sempre foi de mulher. Na rua, as pessoas me elogiavam dizendo para minha mãe: ‘Que garota bonitinha'”, sorri.
“Hoje estou totalmente tranqüila, não me deixo abater, sei o que sou”, emenda, casada há dois anos com um cirurgião inglês. “Encontrei a pessoa certa. Temos uma vida comum. Vou à praia, à academia e saio para jantar com meu marido”. Os pais, a dona-de-casa Terezinha e o aposentado Severino, são evangélicos e a apoiaram desde o início. “Almoço com eles todos os domingos. Sou o orgulho da família.”
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