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Braskem e Petrobras: investimento de R$ 1,1 bi no RS

Dois investimentos, no total de R$ 1,1 bilhão no Rio Grande do Sul, foram anunciados à governadora Yeda Crusius, na manhã desta terça-feira, no Palácio Piratini, pelo presidente da Braskem, Bernardo Gradin, e o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

A Braskem aplicará R$ 500 milhões na sua PE Verde, no Pólo Petroquímico de Triunfo – onde já trabalham 100 pessoas. É a primeira planta industrial no planeta de plástico a partir do etanol. Yeda foi convidada para o lançamento da pedra fundamental da obra, dia 22 de abril. “É um ato mundial. Vamos buscar, juntos, trazer o presidente da República”, disse a governadora ao comemorar a decisão.

Já a Petrobras aplicará R$ 600 milhões para reduzir a presença de enxofre na gasolina e no óleo diesel produzidos na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap S/A), em Canoas. Entre fixos e temporários, serão criados mais de 13 mil empregos no RS.

Ao todo, a obra da PE Verde irá gerar 1,5 mil empregos. Para depois, são previstos 30 postos fixos. A conclusão da PE Verde de Triunfo é para o primeiro trimestre de 2011, quando, de acordo com Gradin, a unidade deverá entrar em operação comercial. A produção estimada será de 200 mil toneladas/ano de eteno e polietileno a partir do etano da cana-de-açúcar, para uma demanda mundial de 600 mil toneladas/ano.

Na Refap, os investimentos estão em fase final de aprovação pelo Conselho de Administração da Refinaria, informou Costa. O objetivo é melhorar a qualidade da gasolina e do óleo diesel. O primeiro investimento será de R$ 200 milhões para reduzir a presença de enxofre na gasolina produzida na Refap de 1 mil partes por milhão (ppms) de enxofre para 50 ppms.

Dentro dos próximos 60 dias, começa a construção da unidade em Canoas, adiantou o diretor da Petrobras. Ainda neste semestre, segundo Costa, deverá ser aprovado investimento de R$ 400 milhões para a redução das ppms de enxofre para o diesel usado pela frota de veículos da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). O teor, que hoje é de 500 ppms, cairá para 50 ppms. “Vamos começar essa obra no final de 2009”, garantiu o diretor.

12 mil empregos

A unidade industrial para redução do enxofre na gasolina será construída no primeiro semestre de 2010 e a planta para redução na gasolina, no final de 2011. Mas, independentemente da conclusão das obras, a Petrobras vai fornecer diesel com 50 ppms já a partir do primeiro trimestre de 2010 à frota da RMPA, conforme assegurou Costa. “A qualidade do ar será bem melhor na Região Metropolitana, e serão trazidos empregos, desenvolvimento e impostos para o Estado”, salientou o executivo.

Durante o pico das obras dos dois investimentos, serão gerados 12 mil empregos diretos temporários, segundo frisou o diretor da Petrobras – os fixos serão 60. “São investimentos muito grandes e estimulantes, que fazem do Rio Grande do Sul ponto central de qualidade na produção da petroquímica e a sua transformação para o desenvolvimento sustentável”, afirmou Yeda.

Para a governadora, o Estado cumpre com a sua parte, no trabalho, a partir da Secretaria do Meio Ambiente. Já a presença da Braskem e da Refap, de acordo com Yeda, tem um grande significado, além dos números: “A planta de plástico verde terá R$ 500 milhões que movimentarão encomendas, arrecadação de ICMS, o giro da roda para a frente. Além disso, existem as encomendas da Refap, para melhoria da qualidade do meio ambiente, desenvolvimento e sustentabilidade do uso de combustíveis”.

O secretário do Meio Ambiente, Berfran Rosado, destacou a importância dos empregos, a garantia de renda e de desenvolvimento em uma época de crise. “E tem o componente da sustentabilidade, uma vertente que a governadora tem reafirmado permanentemente. São ganhos que a comunidade terá ao longo do tempo, com preservação ambiental, e que colocam o Rio Grande do Sul numa posição de inovação e de pioneirismo no mundo”, disse Rosado.

Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

ETANOL ATRAI GRANDES NEGÓCIOS AO PAÍS

 

 

Cosan compra ativos da Esso por US$ 826 bi e a britânica BP adquire metade de empresa que vai produzir álcool

Sob ataque cerrado no mercado internacional, o etanol brasileiro dá sinais de ter chegado à maturidade. Dois grandes negócios na área da agroenergia foram anunciados ontem. A BP, gigante britânica do petróleo, comprou metade de uma joint venture entre Santelisa Vale e Grupo Maeda para produzir etanol em Goiás. Juntas, vão investir R$ 1,66 bilhão em açúcar e álcool. A Cosan, gigante brasileira do etanol, adquiriu 100% dos ativos da Esso por US$ 826 milhões.

A oferta da Cosan pegou o mercado de surpresa. Várias empresas disputaram o negócio, mas os candidatos mais prováveis à compra eram a GP Investimentos e a Petrobrás, que levaria a Esso em parceria com a mineira AleSat.

Com a aquisição, a Cosan vai virar uma espécie de Petrobrás do álcool. Dominará toda a cadeia do combustível – da produção à distribuição. Trata-se da primeira produtora de etanol do mundo a deter esse sistema totalmente integrado. Além da rede de 1.500 postos, o pacote inclui também a fábrica de lubrificantes da Exxon Mobil.

A explosão das vendas de carros e do consumo de etanol no Brasil – que em fevereiro superou o de gasolina pela primeira vez em anos – foi o principal estímulo para a Cosan estrear no segmento. 

O setor de distribuição é extremamente concentrado no Brasil. Cerca de 80% está nas mãos de alguns poucos grupos, liderados pela Petrobrás, dona da rede de postos BR. Até o ano passado, a Esso era a quinta mai mercado tenha crescido quase 10% no ano passado, a Esso não acompanhou o ritmo dos concorrentes. A receita líquida caiu 0,9%, para R$ 9,2 bilhões.or. Tinha 7,2% do mercado, de acordo com Sindicom).

 

ONU ataca produção de etanol

 

O relator da ONU para Direito à Alimentação, Jean Ziegler, disse ontem que a produção em massa de biocombustíveis, como o etanol, configura crime contra a humanidade. Segundo Ziegler, o uso de terras férteis reduz as superfícies destinadas aos alimentos, aumentando a fome no mundo.

Para organização, impacto provocado no preço dos alimentos é crime contra a humanidade

A produção em massa de biocombustíveis representa crime contra a humanidade por causa do impacto nos preços mundiais dos alimentos, declarou ontem o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler. Os críticos argumentam que o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas aos alimentos e contribui para o aumento dos preços dos mantimentos.

O problema da fome é de acesso aos alimentos – disse o representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, José Graziano da Silva, que coordenou o programa Fome Zero. Segundo ele, a elevação do preço dos alimentos é causada porque o consumo cresce acima da produção há três anos, o que reduziu os estoques. Além disso, houve aumento da demanda mundial por alimentos, puxado pela China e pela Índia.

A produção mundial de grãos é de 2,1 bilhões de toneladas por ano o que seria suficiente para alimentar toda a população do planeta, mas 815 milhões de pessoas passam fome, lembrou o especialista.

JB

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