A justiça de São Paulo condenou nesta terça-feira 23 o médico Roger Abdelmassih a 278 anos de prisão. O médico comandava uma clínica de fertilização na capital paulista e foi acusado por 39 mulheres – na maioria, pacientes – de assédio sexual e estupro.
No total, foram 59 crimes. Ele foi denunciado em 2008 por uma ex-funcionária. Após a denúncia, outras vítimas se apresentaram à polícia para depor contra Abdelmassih.
Formalmente, Abdelmassih foi acusado de estupro contra 39 ex-pacientes, mas como algumas relataram mais de um crime, há 56 acusações contra ele. Desde que foi acusado pela primeira vez, Abdelmassih negou por diversas vezes ter praticado crimes sexuais contra ex-pacientes. O médico afirma que vem sendo atacado há aproximadamente dois anos por um “movimento de ressentimentos vingativos”.
Abdelmassih também já chegou a afirmar que as mulheres que o acusam podem ter sofrido alucinações provocadas pelo anestésico propofol, usado durante o tratamento de fertilização in vitro. De acordo com ele, as pacientes podem “acordar e imaginar coisas”.
Segundo sua defesa, o médico nunca fica sozinho com suas pacientes na clínica, estando sempre acompanhado por uma enfermeira.
O registro de Roger Abdelmassih foi cassado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo em julho deste ano. Apesar da condenação, ele ficará livre para recorrer, graças a um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal.