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Erenice Guerra fora da Eletrobras e do BNDES

Foto: Agência BrasilNa tarde desta terça-feira, a Eletrobras informou em nota o desligamento da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, do Conselho de Administração da empresa. A ex-ministra havia assumido a função em março deste ano e, nesta terça-feira mesmo, entregou  uma carta na qual ela pede sua saída.

O motivo não foi informado e ainda não há possíveis nomes para substituí-la. Na próxima reunião do Conselho Administrativo, que deve ocorrer semana que vem, essa questão deve ser definida.
BNDES

Além de substituir Dilma Rousseff no comando da Casa Civil, Erenice Guerra também sucedeu a candidata no Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). O Conselho se reúne de três em três meses e a remuneração mensal dos que fazem parte dele é de R$ 5.122,00.

De acordo com a assessoria do BNDES, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, está fora do Brasil e não pôde receber o documento referente à saída de Erenice da função, o que impossibilita que o processo administrativo tenha continuidade.

Se a ex-ministra não tivesse se desligado das funções por conta própria, o governo já pretendia exonerá-la deles. O Planalto avalia que, após as denúncias, permitir que Erenice continue recebendo dinheiro de estatais poderia contaminar a campanha de Dilma Rousseff à Presidência.

Erenice ainda ganha do BNDES e Eletrobras

Quatro dias depois de ter sido obrigada a pedir demissão da Casa Civil, Erenice Guerra mantém cargos no conselho da Eletrobras, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e também no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) — órgão que está no centro do suposto esquema de lobby e tráfico de influência que teria sido montado por Israel Guerra, filho da ex-ministra, que motivou a queda de Erenice.

Com salário de R$ 5.122 mensais para participar de uma reunião a cada três meses, Erenice Guerra ocupa uma das 11 vagas no Conselho de Administração do BNDES, sob indicação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, comandado por Miguel Jorge.

Erenice fazia parte do Conselho Fiscal do BNDES desde abril de 2008. No dia 13 de maio último, o Diário Oficial informou a exoneração dela desta vaga e a nomeação, no mesmo dia, para um conselho mais importante dentro do banco, o de Administração. Ela Substituiu ali vaga deixada pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

O decreto é assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo depois da demissão da Casa Civil, Erenice Guerra também aparece como conselheira de administração da Eletrobras e da Chesf, com gratificação de R$ 3,8 mil para participar de uma reunião mensal. Na Chesf, as reuniões também ocorrem mensalmente.

Governo demite também filho e irmão de Erenice

Os parentes tinham empregos públicos ganhos por indicação política

O Irmão da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra (foto), José Euricélio Alves de Carvalho foi exonerado nesta quinta-feira, 16,da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) a pedido do governo do Distrito Federal.

O governador Rogério Rosso (PMDB) também determinou nesta tarde à Companhia Imobiliária do Distrito Federal (Terracap) a exoneração de Israel Dourado Guerra, filho de Erenice.

Em nota, o GDF informou que ambos eram comissionados, isto é, ambos com empregos públicos ganhos por indicação política. No caso de Israel, foi solicitada a suspensão “quaisquer pagamentos que o ex-servidor tenha a receber naquela Companhia”. Os dois, apesar de terem esses empregos públicos, são personagens de escândalos envolvendo lobby, desvio de dinheiro público e cobrança de propinas.

Segundo o governo, também foi solicitada à Corregedoria do DF abertura de procedimento administrativo “para apurar eventuais irregularidades cometidas pelo ex-empregado no exercício de suas função, que pode resultar, como penalidade, em ressarcimento ao erário dos valores recebidos como salário”.

Filho de ministra comanda esquema de lobby

Reportagem de VEJA cita acordos milionários entre empresários e órgãos do governo mediante o pagamento de propina. Ministra-chefe da Casa Civil participava de negociações diz a revista

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, participam da cerimônia de assinatura do contrato de concessão da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em 26 de agosto de 2010

A edição de VEJA desta semana traz à tona um caso surpreendente de aparelhamento do estado. Sua figura central é Erenice Guerra, ministra-chefe da Casa Civil, sucessora de Dilma Rousseff no cargo.

A reportagem diz que, com a anuência e o apoio de Erenice, seu filho, Israel Guerra, transformou-se em lobista em Brasília, intermediando contratos milionários entre empresários e órgãos do governo mediante o pagamento de uma “taxa de sucesso”. A empresa de Israel se chama Capital Assessoria e Consultoria. A  “consultoria”  tem como sócios dois servidores públicos lotados na Casa Civil.

“Fui informado de que, para conseguir os negócios que eu queria, era preciso conversar com Israel Guerra e seus sócios”, relata a VEJA Fábio Baracat, empresário do setor de transportes que, no segundo semestre do ano passado, buscava ampliar a participação de suas empresas nos serviços dos Correios.

Baracat seguiu o conselho em aproximou-se de Israel, que, depois de alguns encontros preliminares, levou-o para um primeiro encontro com sua mãe. Nessa época, Dilma Rousseff ainda era a titular da Casa Civil e Erenice, seu braço direito.

“Depois que eles me apresentaram a Erenice, senti que não estavam blefando”, conta Baracat – que teve de deixar para trás caneta, relógio, celular ─ enfim, qualquer aparelho que pudesse embutir um gravador – antes da reunião.

O empresário contratou os préstimos da Capital Assessoria e Consultoria, e passou a pagar 25 000 reais mensais, sempre em dinheiro vivo, para que Israel fizesse avançar seus interesses em órgãos do estado. Se os negócios das empresas de Baracat se ampliassem, uma “taxa de sucesso” de 6% seria paga.

Houve mais encontros com Erenice. No último deles, em abril deste ano, quando ela já havia assumido o ministério  registrou-se um diálogo, no mínimo, curioso, diz a Veja. Incomodada com o atraso de um dos pagamentos, disse Erenice: “Entenda, Fábio, que nós temos compromissos políticos a cumprir.” A frase sugere que parte do dinheiro destinado a Israel Guerra era usada para alimentar o projeto de poder do grupo que hoje ocupa o governo.

O lobby de Israel Guerra, com patrocínio materno, trouxe dividendos para as empresas de Fabio Baracat. Nos dois meses que se seguiram ao último encontro com Erenice, ele obteve contratos no valor de 84 milhões de reais com os Correios. Estima-se, portanto, que a Capital Assessoria e Consultoria tenha embolsado algo em torno de 5 milhões de reais em todo o processo.

O polvo no poder – O esquema no alto escalão do governo também inclui Vinicius Castro, funcionário da Casa Civil, e Stevan Knezevic, servidor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) hoje lotado na Presidência. Eles são parceiros de Israel Guerra. Como a Capital tem sede na casa do proprio Israel, o trio recorre a um escritório de advocacia em Brasília para despachar com os clientes. Ali trabalha gente importante. Um dos advogados é Marcio Silva, coordenador em Brasília da banca que cuida dos assuntos jurídicos da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Outro é Antônio Alves Carvalho, irmão de Erenice Guerra.

Em resposta à reportagem da revista Veja , a ministra-chefe da Casa Civil mandou um assessor informar que “o seu sigilo bancário está disponível para verificação”.

VejaonLine

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