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Quem é o vice para o Serra?

A vida política do deputado federal Antônio Pedro de Siqueira Indio da Costa (DEM-RJ), 39, ex baterista de banda de rock,sempre esteve ligada ao ex-prefeito do Rio e candidato do DEM ao Senado, Cesar Maia.

Filho da família abastada e do high society carioca, o novo vice na chapa do candidato tucano à Presidência, José Serra, começou na vida pública no início dos anos 90.

Seu pai, Luiz Eduardo Indio da Costa, é um dos arquitetos mais reconhecidos do Brasil. Foi dele o projeto do Rio Cidade do Leblon, que recuperou o bairro mais nobre do Rio. O irmão de Indio, o designer Luis Augusto, também é muito bem sucedido. Ainda no campo pessoal, ganhou projeção sua relação com a cantora Rafaella Cacciola – filha do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso em Bangu 8 desde julho de 2008 por crime contra o sistema financeiro.

Ele passou a integrar um grupo de jovens que ficou conhecido como Juventude Cesar Maia: universitários, moradores da Zona Sul ou da Barra da Tijuca, áreas nobres do Rio, com perfil ambicioso e que atuaram como ‘prefeitinhos’ durante a primeira das três administrações do líder do DEM na cidade do Rio. Desse grupo também saíram outros políticos que tiveram projeção na política carioca, como o atual prefeito da cidade, Eduardo Paes. Indio é um dos poucos que se mantêm fiel a Cesar até hoje.

O indicado do DEM começou a atuar na vida pública em 1993, no Conselho Municipal de Desenvolvimento da Cidade do Rio de Janeiro. No ano seguinte, foi nomeado prefeitinho do Parque do Flamengo. Depois de dois anos se dedicando à manutenção dos parques projetados por Burle Marx, Indio foi promovido a administrador regional de Copacabana e Leme, onde se projetou para a primeira eleição que participou.

Foi eleito vereador em 1996 pelo PFL, com 19.473 votos, ficando em 14º entre os 42 vereadores eleitos. Reelegeu-se em 2000, dessa vez pelo PTB, com 17.352 votos, mas praticamente não exerceu o mandato.

Foi nomeado secretário municipal de administração da segunda gestão de Cesar Maia na prefeitura do Rio (2001-2004). Em 2004, participou de nova eleição à Câmara Municipal do Rio. Dessa vez, ficou em terceiro entre 50 vereadores eleitos, com 58.781 votos. Mas novamente chamado pelo prefeito para assumir a Secretaria de Administração.

Data justamente dessa época o pior momento da carreira política de Indio. Como secretário, ele foi responsável por um processo de licitação de merenda escolar que foi considerado fraudulento e resultou na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara do Rio.

Presidida pela vereadora tucana Andrea Gouvêa Vieira, a comissão pediu o indiciamento de Indio por suposto envolvimento com as irregularidades. O relatório foi enviado para os ministério públicos estadual e federal, ao Tribunal de Contas do Município e à Delegacia de Polícia Fazendária. Promotores estaduais chegaram a instaurar um inquérito em que ele figurou como investigado, mas o procedimento acabou sendo arquivado em 2008.

A crise aparentemente não afetou seu desempenho eleitoral. Indio, em 2006, tentou vaga na Câmara dos Deputados e foi eleito para o seu primeiro mandato com 91.538 votos. Sua atividade parlamentar foi discreta no início, mas depois ele começou a se destacar como sub-relator da CPI mista dos Cartões Corporativos.

Durante a tramitação do projeto de iniciativa popular que propunha a proibição de candidatos condenados pela Justiça, o chamado Projeto Ficha Limpa, Indio voltou a se projetar como relator da proposta na Câmara.

Nas eleições municipais de 2008, a relação pessoal do vice de Serra chegou a ficar estremecida com Cesar Maia. Na época, ele articulou muito para ser indicado como candidato do DEM à sucessão do prefeito, que saía com popularidade em baixa. Cesar barrou a ambição do pupilo e lançou como candidata a também deputada federal Solange Amaral, que teve desempenho pífio, ficando na sexta posição, com 128.596.

Estadão

DEM vai discutir expulsão do vice-gov/RS

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), disse hoje (9) que é inevitável a abertura de processo disciplinar contra o vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó. A Executiva Nacional do partido reúne-se na quarta-feira (11) para avaliar a atitude de Feijó de gravar uma conversa com o então chefe da Casa Civil do governo do estado, Cézar Busatto (PPS). Durante o diálogo, Busatto – demitido no último sábado (7) pela governadora Yeda Crusius – faz relevações comprometedoras, que indicam o uso de órgãos públicos para financiar partidos.

A conversa entre o vice-governador gaúcho e o Busatto foi gravada no final de maio. Na semana passada, Feijó entregou um cópia do diálogo para integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada pela Assembléia Legislativa do RS para investigar o desvio de recursos no Detran do estado, estimado em R$ 40 milhões. No diálogo, Busattto dá a entender que o PP usaria o Detran para financiar suas atividades e o PMDB agiria da mesma forma no Banrisul. Busatto também menciona possíveis ilegalidades no Daer.

“O vice-governador, ao fazer a denúncia, agiu certo, mas ao usar gravações não legais agiu de forma incorreta”, afirmou Agripino Maia. Perguntado se concorda com a expulsão de Feijó do partido, o líder no Senado disse que vai esperar o parecer do senador que será escolhido para apurar o caso para, só depois, se manifestar. No entanto, acrescentou: “Eu não faria o que ele fez”.

O pedido de expulsão do vice-governador dos quadros do DEM será apresentado à Executiva Nacional pelo senador Heráclito Fortes (PI) um dos vice-presidentes do partido. “É uma questão de coerência. Se combatemos atos semelhantes praticados pela Polícia Federal e pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), como é que vou concordar com isso? Eu quero ser coerente. Se a gente combate, combate por inteiro. Simbologia de meio-pau só quando morre alguém, fora disso não tem jeito”, afirma Heráclito.

AGB

Senador do DEM quer expulsão do vice de Yeda

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que é membro da executiva nacional do partido, vai pedir na quarta-feira a expulsão do vice-govenador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó (DEM). “Vou propor a expulsão dele do partido porque crime não se combate com crime. Se ele tinha informação de algum erro, que tomasse providências legais para combatê-lo e corrigir o problema. Se denunciamos grampo, escuta ilegal, dossiê, não podemos concordar com isto”, disse Heráclito neste domingo, 8.

Para prejudicar a governadora Yeda Crusius (PSDB), com a qual é brigado, Feijó teria espionado e gravado conversas de aliados para denunciar um esquema de fraude no Departamento de Trânsito (Detran) gaúcho e tornar pública a suspeita de desvio de recursos de órgãos estaduais para financiar campanhas de aliados. “Gravações são instrumentos inaceitáveis para nós, apesar de sabermos que, infelizmente, o governo federal faz uso deles”, diz o presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ).

“São métodos típicos do Estado policialesco que condenamos e não vamos compactuar com isto”, antecipa, já em resposta a cobranças do PSDB da governadora Yeda Crusius. O episódio de delação pública do vice da governadora tucana provocou abalo na parceria nacional entre o DEM e o PSDB.

“O que está acontecendo em setores da administração do Rio Grande do Sul não é bom, mas não se combate nenhum tipo de irregularidade nem se constrói um partido com base no grampo, na traição e na delação”, concorda o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que também participa da executiva nacional.

AE

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