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Ex-corregedor acusado de lavagem de dinheiro

O desembargador aposentado Manoel Carpena Amorim, ex-corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio, teria envolvimento em um esquema internacional de lavagem de dinheiro, segundo aponta inquérito concluído pela Polícia Federal.

Documentos apreendidos na residência de um casal de doleiros revelaram que o magistrado criou duas empresas offshore em paraísos fiscais para camuflar depósitos estimados em US$ 500 mil em contas de bancos da Suíça e do Principado de Liechtenstein, como mostra a reportagem do jornal “O Globo”, deste domingo.

Carpena Amorim negou todas as acusações de participação no esquema de lavagem de dinheiro. Ele ressaltou que nunca enviou nenhum valor para contas bancárias em paraísos fiscais. A exemplo do depoimento dado à PF, o desembargador voltou a admitir conhecer o casal. Porém, negou a movimentação de recursos em bancos do exterior.

O ex-corregedor reconheceu apenas ter pedido ao casal para abrir as duas offshore, pois planejava morar em Portugal após deixar o Judiciário, por ter dupla cidadania.

SRZD

Banqueiro Daniel Dantas é condenado

A sentença saiu na terça-feira, em São Paulo. O juiz federal Fausto de Sanctis condenou o banqueiro Daniel Dantas e mais dois réus a penas de prisão e pagamento de multa, mas permitiu que os três recorram da sentença em liberdade

Entre as provas do processo estão R$ 1,180 milhão em dinheiro vivo. As notas foram apreendidas com Hugo Chicaroni, ligado a um dos assessores de Daniel Dantas.

O montante, segundo a Policia Federal, seria usado para livrar o banqueiro e parentes dele de investigações criminais. Delegados contaram que foram procurados por Hugo e por Humberto José da Rocha Braz, ex-diretor da Brasil Telecom, empresa que pertenceu ao grupo Opportunity. Os policiais simularam que aceitariam a propina, e a Justiça autorizou a monitoração de encontros e telefonemas.

Na sentença, o juiz Fausto de Sanctis escreveu:

“As provas produziram certeza judicial, colocando uma pá da cal na alegada inocência, inclusive com relação a Daniel Valente Dantas”.

O banqueiro foi condenado a dez anos de prisão e multa de R$ 12 milhões. Humberto Braz pegou sete anos e um mês de cadeia, mais uma multa de R$ 1,5 milhão. Hugo Chicaroni também foi condenado a sete anos e um mês de prisão, mais multa de R$ 594 mil.

O total de R$ 14,1 milhões em multas deverá ser depositado em contas bancárias de entidades beneficentes escolhidas pela Justiça. Os três condenados também podem recorrer do pagamento das multas.

A PF usou como prova contra os três gravações em que Chicaroni e Braz aparecem conversando com o delegado Victor Hugo Alves. A PF diz que eles pediram propina para que o nome de Dantas fosse retirado das investigações da operação.

Segundo a acusação, Dantas teria ordenado que seu assessor Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom Participações – empresa da qual o Opportunity era sócio -, e Chicaroni oferecessem US$ 1 milhão ao delegado. Os três chegaram a ser presos durante a Operação Satiagraha.

PF vasculha apartamentos de Protógenes

Mentor da Operação Satiagraha, missão federal que investiga o sócio-fundador do Grupo Opportunity, daniel dantas, num suposto esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e fraudes fiscais, o delegado Protógenes Queiroz tornou-se hoje alvo da Polícia Federal (PF), que integra há nove anos.

As 6h da manhã desta quarta-feira, o delegado Protógenes Queiroz, que há apenas quatro meses assombrou o Brasil ao tocar a Operação Satiagraha e prender o banqueiro Daniel Dantas, foi acordado por agentes federais no seu apartamento de hotel, em São Paulo. Os agentes federais foram vasculhar tudo e apreender o que encontrassem pela frente. Outros dois apartamentos usados pelo delegado e até a casa do filho também foram invadidos.

Os agentes federais, colegas de Protógenes, cumpriam um mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os federais levaram o computador pessoal do delegado, o rádio e o celular de Protógenes. Outras equipes da PF, simultaneamente, fizeram blitz em outros dois endereços de Protógenes, em Brasília e no Rio, onde mora o filho dele, de 21 anos. Também nesses locais foram recolhidos pertences e equipamentos do delegado, alvo de inquérito que investiga o vazamento de informações sigilosas da operação que ele próprio criou para esmiuçar a vida e as atividades empresariais de Dantas, envolvido num suposto esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e fraudes fiscais.

O inquérito, presidido pelo delegado Amaro Lucena, corregedor da PF, apura ainda suspeita de grampos telefônicos ilegais. Além de Protógenes, são investigados agentes de sua equipe que também sofreram busca e apreensão por ordem judicial. A devassa nos endereços de Protógenes foi requisitada, formalmente, pela PF, mas o procurador da República Roberto Diana se manifestou contra a inspeção e a apreensão de bens do delegado.

No fim da tarde desta quarta-feira, Protógenes dirigiu-se à sede da Procuradoria da República, disposto a obter mais informações sobre os motivos pelos quais é investigado. O cunhado dele, o advogado Fernando Alfonso Garcia, declarou que Protógenes se indignou muito com a busca realizada na casa onde mora o filho, no Rio.

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