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Brasil fará parte do maior laboratório de Física do mundo

ImageO Brasil vai fazer parte do maior laboratório de Física do mundo. Ontem, depois de três anos de um processo que parecia não ter mais fim, o Conselho Executivo do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês), deu a luz verde para que um tratado de adesão seja desenhado entre a entidade com sede em Genebra e Brasília, o que deve estar concluído em 2014. A iniciativa deve custar cerca de US$ 10 milhões por ano ao Brasil, mas abrirá as portas para licitações milionárias e formação de centenas de cientistas.

Há três anos, diplomatas brasileiros mediaram a assinatura de uma carta de intenções entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Cern, entidade que entrou para a história com a criação da web há duas décadas e com o maior acelerador de partículas do mundo que, neste ano, garantiu a confirmação da existência do bóson de Higgs.

Em 2010, o evento com o Brasil foi comemorado como o primeiro passo para a entrada do País no centro. Mas, desde então, houve atrasos. O então ministro da Ciência, Aloizio Mercadante, chegou a visitar Genebra e prometeu acelerar o processo. Em 2012, o Cern enviou uma missão para avaliar a situação do País. Há três meses, o diretor da instituição, Rolf Heuer, ironizou diante de uma pergunta do Estado sobre o assunto. “Você sabe o que é um buraco negro? É incompreensível a demora do Brasil em apresentar a documentação.”

Nas últimas semanas, porém, o Brasil acelerou os trabalhos enviou a documentação exigida pelo Cern, o que envolvia um inventário da ciência no País e toda a capacidade de pesquisa existente. Ontem, o Conselho do Cern considerou que a documentação “atende aos critérios” para a adesão como membro associado. “O conselho chegou a um acordo de que o informe sobre o Brasil atende a todos os critérios”, explicou ao Estado o porta-voz do laboratório, Arnaud Marsollier. Resta a finalização e assinatura do acordo, que deve ser em 2014.

Com o acordo, as empresas nacionais poderão participar de processos de licitação de peças e serviços que prometem movimentar milhões de dólares. Para Sergio Bertolucci, diretor de pesquisas do Cern e a pessoa encarregada de avaliar o Brasil para sua adesão, o País “tem um enorme potencial”.

A adesão do Brasil foi aprovada pelo Cern como parte de um projeto de expansão da entidade para abrir suas portas aos países emergentes. Governos como o da Turquia e Coreia já foram convidados. Há dois meses, o Cern marcou a adesão oficial da Ucrânia e o governo russo decidiu retornar à entidade. Ontem, a entidade abriu suas portas oficialmente para Israel.

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