Estados e municípios deixarão de receber, anualmente, cerca de R$ 900 milhões por causa do esforço do governo federal de evitar que o preço da gasolina seja aumentado para o consumidor final. Isso vai ocorrer porque a redução da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) deve provocar renúncia fiscal estimada entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões em 12 meses. O cálculo foi divulgado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A União é obrigada a repassar 29% da arrecadação desse tributo para Estados e municípios.
Na semana passada, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, convenceu o presidente Lula que a empresa, apesar de boa saúde financeira, não poderia esperar mais por um reajuste dos preços dos combustíveis. Afinal, nos últimos dois anos, a cotação do barril do petróleo dobrou no mercado internacional e esse movimento não foi acompanhado nas refinarias e postos de combustível.
A saída escolhida pelo governo foi autorizar, para a gasolina, reajuste de 10% nos valores cobrados nas refinarias. Para o diesel, a elevação foi de 15%.
O gás de cozinha (GLP) não teve reajustes e o ministro afirmou que o impacto inflacionário será de 0,015 ponto percentual.
Apesar da avaliação do ministro, os consumidores não devem ficar livres da alta da gasolina, segundo avaliação dos donos de postos de combustíveis. O presidente do Sincopetro, José Gouveia, afirmou que a redução da Cide não deve ser suficiente para segurar o repasse. A Cide, que hoje é de R$ 0,28 por litro, passará a R$ 0,18 por litro.
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