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Preciosidade histórica: a canção que Chico Buarque cedeu para FHC candidato a prefeito

Da Coluna do Ricardo Setti na VEJA:

Amigos, este vídeo é uma preciosidade histórica — da época em que Chico Buarque, hoje adepto de carteirinha do lulo-petismo, vestiu até literalmente a camisa da campanha do então senador Fernando Henrique Cardoso para prefeito de São Paulo, em 1985, pelo PMDB.

Entre outras manifestações de apoio, o compositor cedeu sua canção “Vai passar” para, com letra do jornalista Aloísio Falcão e interpretação do próprio Chico, ser transformada no jingle “Vai ganhar” (“Vai ganhar/ Fernando Henrique/o voto popular…”)

A candidatura sem chance de vitória de Eduardo Suplicy, pelo PT, subtraiu votos que FHC certamente teria contra o ex-presidente Jânio Quadros, que venceu por uma margem de 100 mil votos.

Confira, que é muito interessante:

CHICO BUARQUE: familia do governador de Pernambuco aciona a justiça

Família do governador de Pernambuco aciona justiça após boato de que ele seria filho de Chico Buarque

A deputada é mãe do governador e decidiu abordar o assunto publicamente depois que o boato se propagou no Twitter

Ana Arraes e Maximiano Campos, pais de Eduardo Campos, gov de Pernambuco

Um boato que circula em Recife há um certo tempo ganhou destaque nos noticiários de todo o país depois que a deputada federal Ana Arraes (PSB-PE) decidiu se pronunciar nesta segunda-feira (20).

A filha do ex-governador Miguel Arraes negou em nota que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), seja filho do compositor e cantor Chico Buarque.

A deputada é mãe do governador e decidiu abordar o assunto publicamente depois que o boato se propagou no último final de semana nas redes sociais após o site do jornal “Diário Pernambucano” divulgar que o artista teria descoberto ser o pai do político, de acordo com informações do jornal O Globo.

Na nota, Ana Arraes diz que a notícia é “inverídica e criminosa” e revelou ter tomado todas “as providências legais, no sentido de fazer cessar e punir policial e judicialmente tal aberração”. Ainda segundo o jornal O Globo, ela também encaminhou uma queixa à Secretaria de Defesa Social, pedindo que o crime seja investigado pela Polícia Civil.


Ana Arraes negou que o governador de Pernambuco seja filho de Chico Buarque

Ainda segundo a nota da deputada, o governador é filho dela com o escritor Maximiano Campos, já falecido e de saudosa e respeitável memória”. A deputada só teria conhecido o cantor na casa do seu pai, o ex-governador Miguel Arraes, quando Eduardo já tinha 21 anos.

O Google também foi acionado para retirar do ar as informações caluniosas. O “twitaço” do final de semana teria feito a família se reunir, fazer uma avaliação e decidir procurar a polícia para responsabilizar os envolvidos, segundo informou o advogado Antônio Campos, irmão do governador, em entrevista ao Globo.

Redação do Correio da bahia

Gravadora vai indenizar Chico Buarque por danos morais

O STJ manteve a condenação da EMI Songs do Brasil Edições Musicais no processo de indenização movido pelos compositores Chico Buarque e Ruy Guerra. Uma falha na instrução do recurso levou a 3ª turma a afastar a possibilidade de reforma da decisão do TJ/RJ que determinou o pagamento de danos morais a cada autor pelo uso sem autorização de obra intelectual.

De acordo com o processo, Chico Buarque e Ruy Guerra adaptaram para a língua portuguesa a obra original do inglês chamada “The Quest”. O trabalho integrou a trilha musical da peça teatral “O Homem da Mancha”, em 1972. A EMI Songs, contratada para administrar os direitos da obra desde 1991, cedeu a música para uso em publicidade da empresa de telefonia Vésper na televisão, sem o consentimento prévio e expresso dos autores.

A dupla, então, recorreu à Justiça, alegando não permitir, segundo princípios éticos, a utilização de qualquer obra musical de autoria de ambos com o fim de promover venda de produtos e serviços. O TJ/RJ acolheu o argumento dos autores e condenou a Emi Songs ao pagamento por danos morais de R$ 30 mil para cada compositor, devidamente corrigidos.

Chico Buarque terá homenagem especial na Globo

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O programa “Som Brasil”, musical de maior sucesso da Rede Globo, dedicará sua última edição do ano a celebrar o talento de Chico Buarque.

Para render tributo ao artista, grandes nomes do show biz foram convidados para o programa que irá ao ar em meados de dezembro.

Entre eles Bibi Ferreira, que  vai interpretar “Gota d’Água”; Cauby Peixoto, “Bastidores”; e o grupo Boca Livre, “Roda Viva”. O Som Brasil está em sua quarta temporada.

Cine: ‘Uma Noite em 67’: o festival que mudou a MPB

Os bastidores, uma revolução musical

Lucila Soares
Edu Lobo e Marília Medalha cantam Ponteio na final do festival de 1967

Edu Lobo e Marília Medalha cantam Ponteio na final do festival de 1967 (foto de Wilson Santos/Jornal do Brasil)

Caetano é chamado de “Veloso” e Arnaldo Batista tem que dizer seu sobrenome a Randal Juliano e ainda apresentar os outros dois Mutantes (“aquele é o Sérgio, e ela é a Rita). Todos fumam desbragadamente, Cidinha discorre sobre a moda de dar nomes de legumes a cores (e diz que seu vestido é rosa-shocking e chuchu), e Reali Jr corta um dobrado para entender a definição de “pop” dada por “Veloso”.

Naquela noite de 21 de outubro de 1967, cinco jovens compositores brasileiros aguardavam, nervos à flor da pele, o anúncio de quem seria o vencedor do 3º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Seus nomes: Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil e Edu Lobo. Nos bastidores, os organizadores não estavam menos ansiosos. Aquele festival mostrara-se diferente das edições anteriores. Quatro das cinco finalistas tinham chance de vencer, tornando a disputa acirradíssima.

O público tornara-se co-protagonista do evento, mostrando disposição para apoiar sua canção preferida com fervor e a demonstrar desagrado com vaias ensurdecedoras, capazes de inviabilizar uma apresentação. (A vítima mais conhecida desse público, digamos, participativo, é o compositor Sérgio Ricardo. Na semifinal, exasperado com as vaias, ele acabou por quebrar seu violão e atirar os destroços sobre a plateia).

Era uma festa protagonizada por garotos de pouco mais de 20 anos. Era também uma batalha, que se desenrolava simultaneamente no palco e nos bastidores. No palco, a disputa era entre Alegria, Alegria; Roda Viva; Domingo no Parque; Ponteio e a obscura Maria, Samba e Carnaval, a única a não entrar para a história da MPB. Mas era também entre o violão e a guitarra elétrica, entre a MPB “tradicional” e a novidade da nascente Tropicália. Nos bastidores, a batalha era para que tudo desse certo. “Tudo”, no caso, era levar a bom termo um grande evento transmitido ao vivo pela televisão, o que era um imenso desafio naquele longínquo final dos anos 1960. E também incluía administrar crises de pânico, buscar artista que estava bebendo no botequim em cima da hora de sua apresentação, garantir que nenhum artista se apresentasse vestido de forma inconveniente. “Eu estava lá morrendo de medo que acontecesse alguma coisa”, diz Solano Ribeiro, organizador do festival.

Foto Wilson Santos/Jornal do Brasil

Caetano Veloso defende Alegria Alegria na final do festival de 1967Caetano  e Alegria Alegria na final do festival de 67

Essa batalha festiva (ou festa-batalha) é a rica matéria-prima do documentário Uma Noite em 67, de Ricardo Calil e Renato Terra, que estreia hoje nos cinemas.

O filme mescla imagens garimpadas no acervo da TV Record e entrevistas atuais e reveladoras com alguns dos protagonistas daquela noite, tanto no palco quanto nos bastidores. Há cenas antológicas, como a da tragicômica passeata contra a guitarra elétrica que tomou a avenida Brigadeiro Luís Antônio em junho de 67.

A marcha liderada por Elis Regina, Edu Lobo, Geraldo Vandré (foto), os músicos do MPB-4 e outros representantes da MPB “tradicional” aparecia como um ato destinado a resistir contra a “invasão americana”, como se não houvesse mais nada contra o que protestar em plena ditadura militar. E é muito engraçado lembrar que um dos participantes era Gilberto Gil, que poucos meses depois defenderia seu Domingo no Parque acompanhado pelos estreantes Os Mutantes, em arranjo cheio de acordes elétricos.

Em outros momentos, a graça está nas entrevistas realizadas por Cidinha Campos, Reali Jr e Randal Juliano durante os intervalos.

As imagens de época são, é claro, o grande apelo do filme. As cenas de palco são bem conhecidas, mas, junto com muitas de bastidores, inéditas ou pelo menos pouco divulgadas, formam um panorama espetacular do que foi aquela noite, e do que era aquele tempo. O maior mérito do filme, no entanto, está nas entrevistas atuais. Paulo Machado de Carvalho Jr, filho do fundador da Record e diretor dos festivais da casa, conta que foi buscar Gilberto Gil no hotel porque soube que ele desistira de cantar na final. “Eu ajudei Nana (Caymmi, então namorada de Gil) a dar banho nele e vesti-lo.” Gil admite simplesmente: “Eu estava em pânico, e até hoje me espanto que ninguém tenha percebido naquela noite que era um fantasma o que estava ali no palco”.

Chico Buarque e Edu Lobo, dois senhores de quase 70 anos, não disfarçam que até hoje se incomodam por terem sido considerados “velhos” pelos “revolucionários” pré-tropicalistas que se revelaram naquela noite. “Eles (os pré-tropicalistas) estavam lá todos fantasiados e eu de smoking. Aí fiquei com aquela cara… de smoking”, diz Chico.

De todas as entrevistas, no entanto, duas dão especialmente bem a dimensão do que passava pela cabeça de quem estava lá, naquele teatro, naquela noite. A de Paulo Machado de Carvalho, em que ele compara a concepção do festival à dos programas de luta livre. “Tinha que ter o mocinho, o bandido, a heroína etc”. E a do produtor Solano Ribeiro, que resume assim a noite que mudou a história da MPB: “O festival nada mais era do que um programa de televisão.

Só depois é que aquilo ganhou importância histórica, política, sociológica, musical, transcendental”. E é exatamente esse o maior mérito do filme. Ele proporciona um mergulho naquela noite, sem didatismos e sem teses. Os diretores fizeram essa escolha seguindo o conselho de João Moreira Salles, um dos produtores do documentário: “O filme tem que ser uma experiência.” Conseguiram.

Veja:


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