Para comemorar os seus 50 anos, a gravadora Motown está relançando grande parte de seu catálogo em 2009. O ponto alto foi a coleção de dez CDs embalados em uma caixa no formato da casa que serviu de escritório para a gravadora, em Detroit, nos seus primórdios.
Uma coleção que, infelizmente, ficará restrita a poucas pessoas devido ao seu alto preço (só em importadoras, na faixa de R$ 700,00). Além desse box, a Motown também colocou nas lojas outra coletânea, resumida, com três CDs, que foi lançado no Brasil e tem um preço bem mais em conta (na faixa dos R$ 60,00).
Além dessas duas coletâneas que englobam faixas de diversos artistas, a pioneira gravadora também lançou um disco triplo de Michael Jackson (que também abarca a fase do Jackson 5). E, agora, é a vez de Marvin Gaye ser homenageado, com uma coletânea tripla nos mesmos moldes da de Jackson, que engloba os seus 50 principais hits registrados na Motown.
No início de abril, comemoramos os 70 anos de nascimento e os 25 anos de morte de Marvin Gaye.
Marvin iniciou a sua carreira na Motown, bem no início dos anos 60. Na verdade, ele foi contratado como baterista de estúdio – é dele a bateria em canções como “Please Mr. Postman”, dos Marvelettes, e “Fingertips Pt. 2”, de Stevie Wonder -, mas não demorou muito para que ele fosse reconhecido e, já em 1961, gravou o seu primeiro álbum, “The Soulful Moods Of Marvin Gaye”. Em pouco tempo, se tornou um dos artistas mais rentáveis da gravadora.
Pela Motown, Marvin Gaye gravou álbuns importantíssimos para a história do soul, dentre os quais se destaca “What’s Going On” (1971), cuja faixa-título é uma de suas principais assinaturas. Obviamente, essa canção está presente em “50”, assim como “Let’s Get It On”, “I Heard It Through The Grapevine” (um dos singles mais vendidos da história da Motown), “How Sweet It Is” (To Be Loved By You)”, “Mercy Mercy Me (The Ecology)”, “Inner City Blues” e “That’s The Way Love Is”.
Além de todas as canções que cantou sozinho, Marvin Gaye se destacou como um artista que sempre brilhou em duetos com cantoras do sexo feminino. E muitos, muitos desses duetos estão presentes em “50”. Com Diana Ross, Gaye interpretou “Stop, Look, Listen (To Your Heart)” e, claro, “You Are Everything”. Marvin Gaye também dividiu o microfone com Kim Weston na agitada “It Takes Two”. Mas foi com Tammi Terrell, sua amiga de vida inteira, que Gaye registrou alguns de seus momentos mais brilhantes dentro de um estúdio. Os exemplos são vários: “Ain’t No Mountain High Enough”, “Good Lovin’ Ain’t Easy To Come By”, “You’re All I Need To Get By”, “I’ll Never Stop Loving You Baby”…
E se você quer saber de “Sexual Healing”, tal canção não faz parte do CD triplo “50”. Isso porque, tal música foi gravada após Marvin Gaye ter deixado a gravadora Motown. Mas, quer saber? Não fez a mínima falta.