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Nutrição: Acordo limita uso de substância para engorda de animais

Após quatro anos de disputas entre exportadores e importadores agrícolas, uma negociação internacional realizada ontem em Roma decidiu estabelecer limites para o uso da ractopamina, substância que estimula a engorda de animais destinados ao consumo humano.

A discussão envolve milhões de dólares em exportações e o assunto pode acabar em disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC), a julgar pelas reações apresentadas na capital italiana. A utilização da substância que promove o crescimento dos animais e reduz os custos de produção, principalmente o de suínos, é autorizada no Brasil, EUA, mas proibida na União Europeia e na China, grandes importadores. O Codex Alimentarius, órgão que estabelece os padrões de qualidade dos alimentos como base para o comércio internacional, concluiu por meio de pesquisas científicas que o uso da substância não tem impacto sobre a saúde dos consumidores.

Durante a reunião anual do Codex, Brasil e EUA fizeram forte campanha para conseguir limites máximos para o uso da ractopamina. Dessa forma, um país importador não pode proibir a entrada da carne que contenha a substância dentro dos padrões autorizados. Após intensas negociações, a votação terminou apertada (69 votos contra 67), para estabelecer os limites da ractopamina presentes em músculos, gordura, rins e fígado. Os chineses, consumidores de pulmões de suínos, se opuseram aos novos índices e garantiram a prevalência da legislação do país.

No sábado, o Codex Alimentarium vai aprovar formalmente a decisão obtida durante a negociação. Porém, ela demorará anos para ser implementada pelos países. A União Europeia avisou que vai manter a proibição da entrada de carnes que contenham a ractopamina nos 27 mercados do bloco comunitário. Isso significa que no futuro poderá haver uma disputa comercial, com exportadores como Brasil e EUA, denunciando os europeus na Organização Mundial do Comércio (OMC) por desrespeito a um acordo internacional.

O Codex aprovou, ainda, novas regras para proteger a saúde dos consumidores em vários setores. Entre elas, o nível máximo de melamina (composto usado na fabricação de plástico) de 0,15 mg por quilo, na fórmula de leite líquido para bebês. Em relação à aflatoxina, substância tóxica produzida por fungos, foi estabelecido o limite de 10 mg por quilo, em figos secos. Frutas secas armazenadas de forma incorreta são suscetíveis a este tipo de contaminação.

No caso de melões, a comissão da ONU recomenda que as frutas sejam embaladas logo que cortadas e mantidas em temperatura de 4º C. A higiene de produtos extraídos do mar, como as ostras, recebeu recomendações rígidas de conservação e o descarte imediato em casos de suspeita de contaminação por bactérias.

Outra recomendação é que os produtores globais de alimentos insiram selos em seus produtos com maiores informações nutricionais. A comissão do Codex Alimentarium é dirigida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), para estabelecer as bases da segurança alimentar que, por sinal, exerce forte influência sobre o comércio mundial.

Paul McCartney pede um dia sem carne

Paul e suas duas filhas, Stela e Mary, em evento contra a carne

Paul e suas duas filhas, Stela e Mary, em evento contra a carne

Paul McCartney, ex-beatle e ativista pela causa ambiental, pediu aos seus fãs para que aderissem à campanha de não consumir carne às segundas-feiras a fim de combater o aquecimento global.

Segundo a FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura), a produção de carnes mundial é responsável pela emissão de 18% dos gases causadores do efeito estufa, quantia superior à emissão de poluentes provenientes de todos os carros do mundo.

De acordo com a agência de notícias Bloomberg, a criação de bovinos, suínos e ovinos para consumo humano emite milhões de toneladas de metano, um gás mais prejudicial ao meio ambiente do que o gás carbônico.

Sadia e Perdigão serão uma única empresa

A fusão entre Sadia e Perdigão, as duas maiores empresas brasileiras do setor de alimentos, está prestes a ser concluída, informam fontes próximas às duas empresas.

O acordo que uniria as operações dependeria de detalhes, mas a perspectiva é que ele seja assinado até o final desta semana.

As negociações tiveram início no ano passado, quando a Sadia registrou prejuízos de 2,5 bilhões de reais com operações de derivativos. Desde então, os controladores da Sadia buscavam saídas para tirar a empresa da crise financeira.

As alternativas iam da fusão com a principal concorrente, a Perdigão, ao aporte de recursos por fundos de private equity.

Ex

Frigorífico Independência demite 2800

Cerca de 2.800 trabalhadores serão demitidos devido ao fechamento de três unidades do frigorífico Independência em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e à redução da estrutura de outras fábricas da companhia.
O frigorífico entrou com pedido recuperação judicial no começo de março.

As demissões confirmadas ontem se somam a outras 2.000 que haviam sido anunciadas na terça-feira, quando a empresa divulgou o encerramento das atividades de outras duas unidades em Goiás e Mato Grosso do Sul.

As fábricas fechadas ficam em Confresa (MT), Pires do Rio (GO) e Nova Andradina (MS).

O Independência S.A. é uma das empresas líderes do Brasil no setor de frigoríficos de carne bovina e couro, com capacidade atual de abate acima cabeças e produção de 10.000 peles por dia, e uma das maiores operadoras de logística refrigerada do país.

A Companhia está presente em 7 estados brasileiros e no Paraguai com 14 plantas de abate e desossa, 3 curtumes, 2 fábricas de charque, 5 módulos de produção de biodiesel, com centros de distribuição em Cajamar, Itupeva e no porto de Santos.

Chile reconhece 7 estados brasileiros sem aftosa

O governo do Chile reconheceu os Estados brasileiros de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rondônia como livres de febre aftosa com vacinação, abrindo caminho para a retomada das vendas de carne bovina brasileira, suspensas desde os casos da doença em outubro de 2005, no Mato Grosso do Sul e no Paraná.

A informação foi dada por Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), que a recebeu de importadores chilenos.

Em meados de 2006, o Chile retomou as importações do Rio Grande do Sul, mas vinha resistindo à reabertura dos outros Estados.

O Mato Grosso do Sul, porém, segue sem o reconhecimento chileno. Isso, apesar de até a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter devolvido o status de área livre de aftosa com vacinação ao Estado em julho do ano passado.

Ainda que o reconhecimento dos sete Estados pelos chilenos seja positivo, Cançado observou que ainda falta a habilitação pelo Chile de frigoríficos que possam exportar carne bovina àquele mercado. Segundo ele, quando esteve no país, em novembro do ano passado, a missão chilena visitou 18 frigoríficos de bovinos.

O Chile chegou a importar 100 mil toneladas de carne bovina do Brasil por ano e foi um dos maiores clientes do país.

Crise: lingüiça pega espaço da picanha

A lingüiça está tomando o lugar da picanha na grelha do brasileiro. Com a crise o brasileiro continua fazendo seu churrasco, sem comprometer o bolso: está comprando mais lingüiças.

A venda de carnes bovinas encolheu desde dezembro, segundo a Associação Paulista de Supermercados. “A picanha está vendendo 10% menos.

Durante 2008, segundo o IPC-Fipe, as carnes bovinas tiveram alta de 17,78%. No ano passado, o contra-filé subiu 11,63%, passando a custar R$ 16 o quilo. Somente entre novembro e dezembro, a picanha aumentou 12,02% e agora custa R$ 36 o quilo.

As lingüiças, mesmo tendo subido 16% no ano passado, custam entre R$ 5 e R$ 10 o quilo, no máximo.  É justamente nesse período que se inicia a temporada de churrascos no Brasil. “De dezembro até fevereiro o consumidor faz mais churrascos por conta do verão e das férias”, diz Márcio Gonzalez,  da Cargill dona da Seara.  Este ano a demanda por lingüiças deve ficar 15% acima do que foi registrado nos mesmos meses de 2008.

A boa notícia é que neste verão as lingüiças estão menos gordurosas. A Seara fez uma pesquisa com consumidores  em 2008 e reformulou sua linha de embutidos, colocando 12% mais carne nos produtos.  Segundo a legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento  a toscana – a preferida do brasileiro – deve ser feita apenas com paleta e pernil de porco. Esse tipo de lingüiça, mesmo mais cara, tem 80% das vendas dos embutidos suínos frescos, dados da Nielsen.

Das vendas totais de lingüiça, a de suínos representa 70%, a de frango tem 28% e as temperadas (que misturam carnes de frango, bovinos e suínos na composição) ficam com 2% das vendas.

O mercado como um todo, segundo dados da Nielsen, cresceu 8% no ano passado e chegou a 260 mil de toneladas, com faturamento de R$ 2,6 bilhões.

A única coisa que está deixando as empresas reticentes neste ano não é a crise, mas a reforma ortográfica. Nem Sadia, Perdigão ou Seara definiram quando irão adotar a regra que tira o trema da lingüiça. Todas as marcas ainda estão estudando quanto essa pequena mudança pode custar.

Lílian Cunha/Valor

Crise Mundial: mercado da carne comprometido

O mercado de carnes vai se ajustar a um novo patamar de preço, bem abaixo do praticado hoje, segundo Cesário Ramalho da Silva, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira). Com a crise, que escasseou o crédito aos russos -maior comprador individual da carne brasileira- os negócios entre Brasil e Rússia serão comprometidos.

Nos portos russos já há contêineres parados pois o país está sem recursos para quitar as parcelas restantes dos carregamentos que já foram entregues nos portos, diz Silva. “Quando o comprador busca crédito bancário para tirar a mercadoria do porto, não consegue.”
Segundo Silva, os russos já começaram a pedir descontos e ameaçaram cancelar contratos. Na Sial, uma das maiores feiras de alimentos do mundo, que ocorreu no fim de outubro, em Paris, os descontos pedidos circulavam em torno de US$ 1.500 por tonelada, sendo que hoje o valor da medida é de cerca de US$ 3.500 -antes do aprofundamento da crise, o valor praticado era de cerca de R$ 4.000. Mas os descontos ainda não foram aceitos. “Foi uma feira sem negócios. Isso significa que o mercado internacional de carnes está em busca de um novo patamar, mais baixo.”

Silva diz que as informações de que frigoríficos brasileiros estão reavaliando seus investimentos e dando férias a funcionários acentuam incertezas no setor. “Se isso se espalhar para mais países importadores e frigoríficos vai afetar a demanda e os pedidos de entrega, e atingir o preço pago ao pecuarista.”

Mercado Aberto

Suspensa venda de carne brasileira aos EUA

Ministério da Agricultura confirma suspensão da exportação de carne bovina industrializada para os Estados Unidos. A análise feita por técnicos americanos em frigoríficos concluiu que existem divergências no sistema de auditoria determinado pelo governo brasileiro, em relação às exigências feitas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

As exportações seguem suspensas enquanto o descompasso entre as duas legislações não for resolvido. O diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Luiz Carlos de Oliveira, diz que o embargo não trará prejuízo ao empresário.

JP

Inflação afasta consumidores dos supermercados

A inflação dos alimentos está afastando os mais pobres dos supermercados. Segundo a Latin Panel, que faz pesquisas sobre os hábitos de consumo das famílias latino-americanas, cerca de 880 mil lares brasileiros — 2% do total — deixaram de consumir produtos básicos em conseqüência do aumento de preços.

O custo das cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza  cresceu 9%, em média, nos primeiros quatro meses do ano em comparação com igual período de 2007. Famílias de classes A, B e C estão gastando entre 5% e 6% a mais, mas não foi registrada queda no consumo desta faixa da população.

A carne perdeu espaço para o peixe, o arroz deu lugar à massa e o feijão não aparece na mesa toda a semana em grande parte das famílias brasileiras. A carne vermelha foi um dos primeiros itens da cesta básica a ser reduzido. Entra desde filé a sardinha, e inclusive frango. O arroz continua diariamente na mesa, mas em menor quantidade.

O tradicional acompanhamento da refeição ganha reforço de legumes refogados ou, ainda, de macarrão. Igual arranjo foi feito com o feijão. Por estar com o preço mais elevado, o grão aparece a cada duas semanas. No intervalo, entra em cena a lentilha. Para a Abras – Associação Brasileira de Supermercados -, a substituição de alimentos será o comportamento padrão das famílias nos próximos meses.

E-Press

Governo retoma venda de carne à Rússia

O Ministério da Agricultura confirmou que os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo estão autorizados a voltar a exportar carne bovina in natura para o mercado russo. A decisão foi comunicada pelo Serviço Veterinário e Fitossanitário da Rússia ao Ministério da Agricultura hoje. No total, 40 novos estabelecimentos foram autorizados. As vendas estavam suspensas desde 2005, quando foram diagnosticados casos de febre aftosa nos rebanhos do Mato Grosso do Sul e do Paraná.

 

Além de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, os 40 estabelecimentos autorizados estão localizados também em Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Tocantins, Rondônia e Santa Catarina. Atualmente, há 158 estabelecimentos habilitados a exportar carnes (bovina, suína e aves) para o mercado russo.

A Rússia é o maior comprador individual da carne brasileira e já importa quase todo o volume comprado por 27 países da União Européia (UE). No ano passado, os países da UE importaram 952 mil toneladas de carne brasileira. Em volume, o país responde por 16,29% da exportação de carne brasileira.

AJB

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