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Vídeo mostra deputada filha de Roriz recebendo propina de 50 mil

 

Uma fita de vídeo inédita, em análise no Ministério Público, mostra a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), junto com o marido, Manoel Neto, recebendo um maço de dinheiro das mãos do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa. Com duração de 2 minutos e 50 segundos, o vídeo foi gravado na campanha eleitoral de 2006, na sala de Barbosa, delator do escândalo de corrupção, desmantelado pela operação Caixa de Pandora, que derrubou o governador José Roberto Arruda.

O jornal O Estado de S.Paulo teve acesso à fita e há uma semana tem tentado falar com a deputada, que foi procurada em seu gabinete, na residência e por telefone. Avisada do teor do vídeo, a assessoria da deputada disse que ela estava em viagem e não respondeu. Ela sempre negou com veemência qualquer envolvimento dela e do pai, o ex-governador Joaquim Roriz, no esquema. Em discurso, em abril passado, ela chamou de “cara de pau” a deputada Eurides Brito, cassada após a divulgação de vídeo em que aparece recebendo propina de Barbosa e enfiando o dinheiro numa bolsa de couro.

O vídeo, o 31º da chamada “coleção da corrupção no DF”, mostra o casal recebendo e enfiando um maço de R$ 50 mil numa mochila, reclamando que o valor estava abaixo do combinado e negociando novas contribuições para a campanha de Jaqueline, que se elegeu deputada distrital naquele ano. “Rapaz, não é fácil ser candidato. Resolve isso para mim cara!”, apela Neto, ao ser avisado de que a quantia ficaria entre três e cinco remessas e não seis, como combinado.

Jaqueline e o marido demonstram satisfação quando veem Barbosa colocar o maço de notas de R$ 100 sobre a mesa. Mas, com certa arrogância, reclamaram do valor, supostamente abaixo do combinado e tratam Barbosa um empregado relapso. “Como só cinco?… Eu preciso de mais, por favor! Porque isso aí, para nos é muito complicado de fazer”, queixa-se Neto. Mais adiante, Jaqueline explica as dificuldades de campanha e indaga: “Tem possibilidade de você aumentar (o valor) para mim?”.

– Vamos ver – responde Barbosa.

A seguir, ela explica porque precisará de mais contribuição: “tem cinco pessoas que estão já nos ajudando. Isso enquanto não começa… não aconteceu nada ainda”. Num diálogo entrecortado, ela conta que vários colaboradores, “como o Rogério, da CEB”, prometeram ajuda, mas falharam – “até agora, nada”, diz.

Até agora, Barbosa, que montou e operava o esquema de corrupção desde 2002, no governo Roriz, vinha preservando o antigo chefe e só havia delatado o governo Arruda, que o promovera a secretário de estado para continuar operando a arrecadação de propina para o chamado mensalão do DEM. Roriz nega que a organização do esquema venha desde o seu governo.

Ex-delegado de polícia ligado à comunidade de informações e especialista em grampeamento de conversas, Durval gravava tudo em áudio e vídeo, em sigilo. Alvo de mais de 20 processos na Justiça, ele fez o acordo de delação premiada em setembro de 2009, quando passou a ajudar a polícia e o Ministério Público. Como o benefício da delação é proporcional à colaboração, agora Barbosa começou a entregar o lado poupado.

VANNILDO MENDES – Agência Estado

Duda Mendonça: Manual do candidato

O que todo candidato precisa saber

 

Marketing político não é mágica, não é jogada de efeito, nem factóide. Nenhum bom profissional pode garantir a vitória de um candidato.

Para não se dar mal, todo candidato tem que saber que seu marketing tem que ser lastreado na verdade, em argumentos e propostas verdadeiras, e que a mentira não se sustenta, em um país com uma democracia sólida como a nossa e, sobretudo, com uma imprensa investigativa como a que temos no Brasil.

Todo candidato tem que saber, também, que não é o marketing que irá definir tudo em sua candidatura, mas ele próprio. Ao longo da minha vida, alguns candidatos, logo na primeira reunião, me perguntavam: “Qual vai ser meu marketing? O que é que eu vou ter que dizer pra ganhar as eleições?” Se eu soubesse eu não era marketeiro, era um mágico.

E sugiro logo um exercício: Primeiro você me convence dos motivos que o eleitor deve ter para votar em você. Se você conseguir me convencer, quem sabe eu consiga também convencer os outros.

O Marketing vem depois e não antes. Ele é uma consequência do seu jeito, da sua história, dos seus projetos e não a causa. E por isso, insisto em repetir, não se iluda senhor candidato.

O máximo que um marketeiro pode lhe prometer é aumentar as suas chances de vitória e fazer com que você saia da campanha melhor do que entrou. E para isso você tem que fazer a sua parte.

 

(Texto extraído do Blog do publicitário e marqueteiro Duda Mendonça, que foi ao ar, hoje, pela primeira vez. Acesse aqui o Blog do Duda)

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