O jornalista da Record, Roberto Cabrini detido na noite de ontem em São Paulo, foi transferido na manhã desta quarta-feira (16) do 100º Distrito Policial, na zona sul, para o 13º DP, no bairro Casa Verde (zona norte).
A Polícia Civil confirmou que Cabrini foi indiciado por tráfico de entorpecentes.O jornalista foi preso em flagrante, às 18h45 de ontem, quando seu carro estava parado em frente a uma padaria na rua Deocleciano de Oliveira Filho, no bairro Parque Santo Amaro, região sul de São Paulo.
A Polícia Civil diz que o carro de Cabrini parecia suspeito e que policiais resolveram fazer a abordagem e encontraram dez papelotes de cocaína no porta-luvas do veículo do jornalista. No momento da prisão, Cabrini estava acompanhado de uma mulher, cujo nome não foi revelado.
A mulher também foi encaminhada à delegacia. Ela depôs na condição de testemunha e depois foi liberada. Segundo a Polícia Civil, não há previsão para a soltura do jornalista.
No texto divulgado hoje, a Record informa acreditar na polícia e na Justiça do Estado de São Paulo. “A direção da Record determinou, logo que teve conhecimento sobre a detenção do repórter Roberto Cabrini, que o departamento jurídico da emissora acompanhe atentamente o caso e preste a assessoria necessária ao jornalista, para que o ocorrido seja esclarecido em breve.
A área de jornalismo da Record tinha o registro interno que o repórter estava desenvolvendo uma reportagem de caráter investigativo.
Cabrini disse, em carta enviada à imprensa, que é “vítima de armação”. O bilhete foi escrito à mão pelo jornalista e entregue a jornalistas que estavam no 100º DP.
Cabrini diz: “Estou sendo vítima de uma armação, em virtude de estar investigando assuntos que incomodam a muitas pessoas”. Ainda de acordo com Cabrini, ele investigava um caso antigo, de uma entrevista feita com o líder do PCC. ” sempre tive certeza da autenticidade da entrevista que efetuei em maio de 2006 com o líder da facção, Marcos Camacho”. O jornalista conta que uma fonte lhe procurou para entregar fitas relacionadas ao caso. “Neste material, o líder confirma a autenticidade da entrevista.”
O jornalista disse que havia assistido a 40 segundos da gravação. Segundo Cabrini, três DVDs seriam entregues. “Ao invés de receber fitas, houve a abordagem policial.” Ele não explicou sobre a cocaína que a polícia afirma ter encontrado no seu carro.
FSP