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Descoberto como o Alzheimer se propaga

Pesquisadores de duas universidades americanas, Columbia e Harvard, conduziram experiências independentes e paralelas, chegando a uma descoberta surpreendente: o que desencadeia a propagação do mal de Alzheimer no cérebro é uma infecção que se espalha entre neurônios. Os dois experimentos foram feitos com cobaias de laboratório e, ao invés de vírus ou bactérias, os cientistas propagaram pelo cérebro uma proteína conhecida como Tau, que é uma proteína com estrutura distorcida.

A descoberta surpreendente responde a uma pergunta de longa data para as pesquisas médicas e tem implicações imediatas para os tratamentos que hoje estão em desenvolvimento. Os pesquisadores acreditam que outras doenças cerebrais degenerativas, como mal de Parkinson, podem se espalhar de uma forma similar.

Há muito tempo, pesquisadores de Alzheimer sabem que entre os primeiros sintomas do Alzheimer está o surgimento de células cheias da proteína Tau em uma pequena área do cérebro onde as memórias são esculpidas e armazenadas. A doença então se move lentamente para além desta pequena área, para regiões maiores do cérebro, que envolvem memória e raciocínio.

Mas, por mais de um quarto de século, os pesquisadores foram incapazes de decidir entre duas explicações sobre como esta mudança de área poderia ocorrer. Uma das hipóteses é a de que a propagação resulta de a doença ser transmitida de um neurônio para outro, talvez ao longo dos caminhos que as células nervosas usam para se comunicar umas com as outras. A outra hipótese é a de que algumas áreas do cérebro são mais resistentes do que outras e resistem à propagação da doença por mais tempo.

Os novos estudos podem dar uma resposta a este dilema. Eles indicam que é possível produzir uma interrupção da propagação do mal de Alzheimer no cérebro, impedindo a transmissão de uma célula a célula, talvez por meio de um anticorpo que bloqueia o complexo proteico Tau.

Os estudos, feitos de forma independente por pesquisadores das universidades de Columbia e Harvard, envolveu ratos geneticamente modificados, nos quais foram injetadas proteínas humanas do tipo Tau, predominantemente na região entorrinal do córtex cerebral, um pedaço de tecido que se localiza atrás das orelhas e onde as primeiras células começam a morrer quando a pessoa apresenta os primeiros sintomas da doença de Alzheimer. Como era esperado pelos cientistas, as células do córtex entorrinal dos ratos começaram a morrer.

Numa segunda fase, a morte celular e a destruição de neurônios espalharam-se para fora desta área, para outras células neuronais, ao longo da mesma rede. Uma vez que essas outras células não poderiam produzir a proteína humana Tau, a única explicação para o surgimento de proteínas distorcidas do tipo Tau seria a transmissão de uma célula nervosa para outra célula nervosa.

E isso, segundo o neurologista Samuel E. Gandy, diretor associado de pesquisa do Alzheimer Disease Center, em Mount Sinai, instituto de pesquisa pertencente à Escola de Medicina em Nova York, foi “muito inesperado, muito intrigante.”

Embora os estudos ainda estejam em estágio muito inicial, com experimentos em camundongos, os pesquisadores dizem esperar que o mesmo fenômeno ocorra em seres humanos, porque os ratos tinham implantado em seu organismo um gene tau humano e a onda progressiva de morte celular também acontece em pessoas com doença de Alzheimer.

O estudo realizado pelos pesquisadores Karen Duff e Scott A. Small Jr, e seus colegas do Instituto Taub para a Pesquisa sobre Doença de Alzheimer e Envelhecimento do Cérebro, na Universidade de Columbia, foi publicado na quarta-feira na revista “PLoS One”. O outro, pelo Dr. Bradley T. Hyman, diretor de Pesquisa do Mal de Alzheimer Center em Massachusetts General Hospital, e seus colegas, vai publicada na revista “Neuron”. Ambos os grupos de pesquisadores foram inspirados pelas observações, ao longo dos anos, de que o Alzheimer começa no córtex entorrinal e depois se espalha.

Mas, disse o Dr. Small, “o que queremos dizer com ‘espalha-se’?”

Pesquisadores sabem que algo desencadeia a doença de Alzheimer. O candidato mais provável era uma proteína conhecida como beta-amilóide, que se acumula no cérebro de pacientes com a doença, formando placas rígidas. Mas a proteína beta-amilóide é muito diferente do complexo proteico Tau. Ela é secretada e fica em aglomerados fora das células. Embora os pesquisadores tenham procurado, eles nunca viram evidências de que a beta-amilóide se espalhe de célula para célula em uma rede.

Ainda assim, a doença cria amilóides, o que equivale a um bairro ruim em regiões de memória do cérebro. Em seguida, vem a proteína Tau _ que alguns pesquisadores chamam de “carrasco” _ acumulando-se dentro das células e mata os neurônios. Como algumas células demoram mais que outras para sucumbir à má vizinhança, isso explicaria a propagação da doença no cérebro, e não haveria necessidade de culpar algo estranho, como a propagação da proteína Tau, de célula para célula.

Estudos em humanos, porém, não determinaram se essa hipótese estava correta. Autópsias e exames de imagem cerebral foram “indiretos e inconclusivos”, segundo Small. Observar o cérebro de pessoas que morreram com a doença, de acordo com o Dr. Duff, é como olhar para um carro destruído e tentar descobrir o motivo do acidente. Freios com defeito? Barra de direção quebrada?

A questão de qual hipótese estava correta _ a da proteína Tau espalhando-se de célula para celular, ou a de uma região danificada no cérebro por causa de células nervosas com diferentes vulnerabilidades _ ficou sem resposta. O doutor Hyman tentou por 25 anos encontrar uma boa maneira de enfrentar o dilema. Uma de suas idéias era encontrar um paciente com uma lesão vascular cerebral, e outro que houvesse segmentado o córtex entorrinal do resto do cérebro em consequência da doença. Se o paciente tivesse desenvolvido a doença de Alzheimer no córtex entorrinal _ e mantido a doença contida nesta região _ ele teria provas de que a doença se espalha apenas como uma infecção. Mas nunca encontrou tais pacientes.

A solução veio quando os pesquisadores foram capazes de desenvolver camundongos geneticamente modificados que expressam a proteína Tau humana anormal, mas apenas em seus córtex entorrinal. Aqueles ratos haviam oferecido a maneira mais clara para conseguir uma resposta, de acordo com John Hardy, um pesquisador de Alzheimer da London College University, que não estava envolvido em um dos novos estudos.

Há uma outra vantagem, também, segundo o Dr. Hyman. Os ratos deram ao pesquisadores uma ferramenta para testar maneiras de bloquear a disseminação da Tau. Ele foi incisivo: “É uma das coisas sobre as quais estamos animados.”

Se a Tau se espalha de neurônio para neurônio, diz o Dr. Hardy, pode ser necessário para bloquear a produção de beta-amilóide, o que parece levar a propagação do mal de Alzheimer a um impasse. Ele e outros cientistas também estão perguntando se outras doenças degenerativas espalham-se através do cérebro porque as proteínas passam de célula nervosa a célula nervosa.

O doutor Hardy acredita ter evidências de que o mesmo pode acontecer na doença de Parkinson. Dois pacientes de Parkinson tratados tiveram implantadas no cérebro células neuronais fetais para substituir neurônios mortos e moribundos. Quando os pacientes morreram, anos mais tarde, as autópsias mostraram que eles ainda tinham as células fetais, mas tinham bolas que continham uma proteína do mal de Parkinson, a sinucleína. A maneira mais óbvia de explicar o que ocorreu, segundo os pesquisadores, é verificar se a proteína tóxica se espalhou a partir de células doentes do paciente para as células saudáveis ​​fetais. Mas eles não podem descartar a hipótese de má-vizinhança. Agora, segundo o doutor Hardy, a questão da disseminação do Alzheimer pode estar resolvida.

 

 

Alzheimer revertida pela primeira vez

Por Nilva de Souza

Da TV Net

Pela primeira vez, foi revertida a doença de Alzheimer em pacientes com a doença, há mais de um ano. Os cientistas usaram a técnica de estimulação cerebral profunda, que usa elétrodos para aplicar pulsos de eletricidade diretamente no cérebro.

p>Investigadores canadianos, da Universidade de Toronto, liderados por Andres Lozano, aplicaram estimulação cerebral profunda em seis pacientes.

Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer.

Nos outros quatro, foi parado o processo de deterioração.

Nos portadores de Alzheimer, a região do cérebro conhecida como hipocampo é uma das primeiras a encolher.

O centro de memória funciona no hipocampo, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo.

Desta feita, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas da doença, como a perda de memória e a desorientação.

Durante a investigação, a equipa de cientistas canadianos instalou os dispositivos no cérebro de seis pessoas que tinham sido diagnosticadas com Alzheimer, há, pelo menos, um ano.

Assim, colocaram elétrodos perto do fórnix, conjunto de neurónios que carregam sinais para o hipocampo, aplicando, depois, pequenos impulsos elétricos, 130 vezes por segundo.

Após 12 meses de estimulação, um dos pacientes teve um aumento do hipótalamo de 5 por cento e, outro, 8 por cento.

Esta descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer, uma vez que é a primeira vez que foi revertida a doença.

Os cientistas têm, contudo, ainda de conhecer mais sobre o modo como a estimulação funciona no cérebro.

Ex-lutador Maguila está com Alzheimer

O ex-boxeador Adílson Maguila Rodrigues, que, segundo sua mulher, foi diagnosticado com Mal de Alzheimer há dois anos, vem enfrentando problemas de memória gerados pela doença. Apesar disso, ele reluta em tomar os medicamentos inibidores dos sintomas. O Mal de Alzheimer é uma síndrome degenerativa do Sistema Nervoso Central que leva a perda de memória e de outras funções cerebrais. Não existe cura, mas o tratamento medicamentoso leva a um retardo na evolução do quadro e ganho de qualidade de vida.

“Há mais ou menos dois anos, o médico da família identificou a doença. Nós já desconfiávamos, pois ele vinha esquecendo onde colocava a chave, o celular”, conta Irani, mulher do ex-boxeador há 26 anos. Segundo ela, Maguila tem dificuldades para recordar ou reconhecer alguns amigos, mas isso não acontece com familiares. “Ele está bem, vive normalmente. Essa doença é mais difícil para quem está próximo do que para a pessoa”, diz.

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O mal de Alzheimer é uma forma de demência decorrente de uma doença progressiva e degenerativa do cérebro. Afeta a memória, o pensamento e o comportamento. Leia mais

Em entrevista publicada nesta terça ao jornal Diário de S. Paulo, porém, o ex-boxeador contradisse a mulher. “Fiz exames no Hospital das Clínicas e o médico disse que eu tenho Alzheimer e diabetes. Mas eu acho que é mentira porque isso causa esquecimento e eu não esqueço de nada”, disse Maguila, atualmente com 53 anos.

Segundo ele, não há rebeldia na resistência ao medicamento. “O médico me passou remédio, mas eu disse para rasgar tudo. Já estou com 53 anos e não sinto nada. Não desafio nada, mas, se sentir algo, vou me cuidar. Você vai tocando o barco até quando Deus quiser”, resumiu o atleta, na entrevista ao periódico. Na visão de Irani, “ele não gosta de tomar remédio, só toma quando quer”.

Para o médico neurocirurgião Luis Pacuzzi, a profissão de pugilista pode ter colaborado para o surgimento precoce da doença. “Dificilmente o Mal de Alzheimer surge antes dos 58, 60 anos. Os constantes impactos que ele recebia na região do crânio podem ter gerado microlesões cerebrais que contribuem para o surgimento dos sintomas”, explica. Ainda de acordo com o especialista, ainda não existe um diagnóstico preciso da patologia. “O médico faz uma série de exames e, na existência de todos os sintomas e nenhuma outra doença, diagnostica o Alzheimer por exclusão”, diz. Isso levaria, segundo Pacuzzi, a um certo exagero no diagnóstico da doença. “Muitos médicos diagnosticam a síndrome em confusão a outros males cerebrais”, finaliza.

A medicina contemporânea julga que fatores genéticos são os principais causadores da doença. A mãe e uma tia de Maguila tiveram Alzheimer.

Vinícius Segalla /UOL

Cafeína para combater Alzheimer

Os amantes do café podem ter uma nova desculpa para tomar mais um copo, depois que um experimento realizado na Flórida (EUA) mostrou que uma dose de cafeína equivalente a cinco xícaras diárias de café fez com que ratos com sintomas de mal de Alzheimer recuperassem a memória.

A cafeína reduziu de forma significativa os níveis anormais de proteína beta-amiloide –um dos principais responsáveis do Alzheimer– no cérebro e no sangue dos ratos, segundo cientistas da Universidade do Sul da Flórida, que publicam os resultados de seu estudo na versão digital do “Journal of Alzheimer’s Disease”.

“Este é um dos experimentos mais promissores sobre o Alzheimer em ratos até o momento”, disse Huntington Potter, diretor do Centro de Pesquisa do Mal de Alzheimer (ADRC, em inglês) da Flórida.

Segundo o autor principal do estudo, o neurocientista Gary Arendash, do ADRC, “a descoberta é uma evidência de que a cafeína pode ser um tratamento viável para o mal de Alzheimer, e não simplesmente uma estratégia protetora”.

Agora, os cientistas do ADRC e do Centro Byrd da Universidade da Flórida esperam poder realizar testes clínicos para avaliar se a cafeína pode beneficiar pessoas com transtornos cognitivos leves ou em uma fase adiantada do Alzheimer.

A equipe já pôde comprovar que uma única dose de cafeína reduz, em humanos, os níveis de beta-amiloide no sangue, mas seria necessário um estudo com prazo maior –seis meses, pelo menos– para avaliar se melhora a memória em pacientes com Alzheimer.

O cientista afirma que não duvidaria em recomendar às pessoas que não têm hipertensão e que não estão grávidas uma dose diária de 500 miligramas de cafeína, preferivelmente em forma de café ou comprimidos. Essa dose equivale a cerca de cinco xícaras de café.

Efe/Madri

Alzheimer: droga para diabetes pode ajudar

Analisando neurônios em laboratório, cientistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) conseguiram mostrar o motivo de medicamentos utilizados para o diabetes tipo 2 poderem atuar no cérebro dos pacientes com mal de Alzheimer, doença neurodegenerativa que leva à perda da memória.

A relação entre as duas doenças, segundo Fernanda De Felice, a principal autora do estudo publicado hoje na revista científica “PNAS”, é conhecida faz pouco tempo. Há cinco anos mais ou menos, calcula ela.

Agora, com a proteção de 100% obtida com neurônios que simulam os danos de Alzheimer a partir da aplicação da droga rosiglitazona (que estimula a ação da insulina nas células) – usada comumente para o diabetes-, está consolidado o cruzamento fisiológico das duas doenças.
A explicação, afirma De Felice, é que nos dois problemas existe uma resistência à insulina.

No caso específico da doença neurológica, descobriu-se agora que os neurônios em cultura não captam a insulina por causa da presença de substâncias tóxicas chamadas oligômeros. “Mas a droga, quando aplicada, impediu que essas substância tóxicas se ligassem com os receptores específicos”, disse De Felice à Folha.

Assim, a insulina ficou mais livre para agir sobre os neurônios e fazer com que os estímulos elétricos circulassem pela rede neuronal, possibilitando a construção da memória.

Apesar de os resultados obtidos em laboratório serem positivos, a pesquisadora da UFRJ, que fez o estudo com parceiros brasileiros e americanos, é cautelosa em relação à possibilidade de aplicação clínica imediata da descoberta. “Os nossos dados não significam que as pessoas com Alzheimer podem sair tomando insulina por aí.”

Os riscos para a saúde, neste caso, seriam altíssimos. “No futuro, o caminho será desenvolver uma droga que possa agir diretamente sobre os neurônios e não sobre todo o organismo”, diz De Felice.

O trabalho feito agora ainda precisa ser repetido em camundongos transgênicos, animais de laboratório preparados para desenvolver sintomas do mal de Alzheimer. Os testes tentarão reverter a doença em estágio bem avançado.

O trabalho de pesquisa básica feito no Rio de Janeiro e nos Estados Unidos, afirma De Felice, é importante porque ajuda a mostrar, com precisão, como é a conexão entre o diabetes tipo 2 e o Alzheimer.
Hoje, nos Estados Unidos, existem vários testes sendo feitos em seres humanos tentando mostrar se a droga rosiglitazona diminui a resistência à insulina, fator bastante presente nos cérebros dos pacientes com a doença de Alzheimer.

Entre os vários testes em andamento, conduzidos tanto pela indústria quanto por grupos de pesquisa, nenhum teve os seus resultados finais divulgados ao público.
O caminho agora está mais pavimentado, na visão da cientista, em direção ao desenvolvimento de tratamentos que possam ser eficazes para o problema de perda da memória.
“Os medicamentos [usados no estudo] protegem as sinapses dos neurônios contra os danos causados pelos oligômeros. Esse dado, finalmente, poderá resultar em tratamentos eficazes que previnam a perda de memória que ocorre na doença de Alzheimer.”

Intoxicação neuronal sugere nova forma da doença metabólica:
Alguns pesquisadores que estudam a relação entre insulina e a intoxicação neuronal defendem que esse novo mecanismo, que pode levar à perda da memória, deve ser um novo tipo de diabetes, o 3. Como a insulina desempenha no cérebro um papel importante em processos relacionados à formação de memória, o quadro de resistência dos neurônios à ela prejudicaria esse registro. Nesta associação, o Alzheimer seria uma espécie de diabetes. Os médicos sabem que no tipo 2 da doença já ocorre algum prejuízo para a memória.

FSP

Alzheimer: Rember… uma esperança

São animadores os primeiros resultados de um remédio que freia o ritmo de avanço da doença de Alzheimer

Um medicamento que no passado era indicado para tratar infecções urinárias é a nova esperança dos doentes de Alzheimer. Uma versão reformulada e mais pura do velho azul de metileno, chamada rember, estacionou a progressão da doença por cerca de dezenove meses nos pacientes pesquisados. Os estudos com o remédio ainda estão em fase inicial, mas os primeiros resultados são animadores: passados quatro anos, os doentes tiveram uma redução de 81% na velocidade da deterioração das funções cognitivas. É o dobro da eficácia do atual arsenal terapêutico contra o mal.

O rember foi testado em 321 pacientes por pesquisadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia. Os resultados foram apresentados em uma conferência internacional sobre a doença de Alzheimer, na semana passada, em Chicago, nos Estados Unidos.

Principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos, o Alzheimer afeta 25 milhões de indivíduos em todo o mundo, 1 milhão deles no Brasil. À medida que a doença avança, os neurônios morrem. Suas vítimas vão perdendo a memória e apresentam mudanças bruscas de comportamento.

Os medicamentos atuais, que agem sobre os neurotransmissores acetilcolina e glutamato, são apenas paliativos. Recorre-se a eles quando os sintomas do distúrbio são evidentes. Faltava a criação de um remédio que atacasse os mecanismos iniciais da doença. “É cedo para comemorar, mas a nova medicação parece ser uma ótima promessa”, diz o psiquiatra Mario Louzã, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Se tudo der certo, o rember chegará às farmácias em quatro anos.

Os cientistas já sabem que, nos portadores de Alzheimer, duas proteínas, a betaamilóide e a tau, funcionam de maneira inadequada. Elas formam placas e emaranhados de fibras que matam os neurônios. O rember tem como alvo as proteínas tau, que ficam dentro das células cerebrais. Ele impede a sua deterioração, antes que elas danifiquem o cérebro. Já há pesquisas também com moléculas que evitam a formação das placas de betaamilóide. Nos doentes, ela dificulta a comunicação entre os neurônios, causando a sua morte.

Uma das principais promessas nessa linha de ataque é o LY2062430, um anticorpo monoclonal do laboratório americano Eli Lilly, também apresentado no encontro de Chicago. Ainda na fase 2 de pesquisas, ele reduziu significativamente o volume das placas. As duas frentes de ação dividem os cientistas. Há os “tauístas”, para quem a betaamilóide não origina a doença, mas facilita a sua progressão. Já a outra corrente defende que seria ela – e não a tau – a causadora do Alzheimer. Para os moderados, bom mesmo seria chegar a um coquetel que atacasse ambas de uma só vez.

Adriana Dias Lopes/Veja

Aspirina diminui risco de Alzheimer

Doses regulares de aspirina podem reduzir os riscos de Mal de Alzheimer, segundo um estudo realizado por especialistas americanos. A pesquisa mostrou que pessoas que usam analgésicos populares, como aspirina e ibuprofeno, têm 23% menos chances de desenvolver a doença, degenerativa do cérebro.

Os cientistas acreditam que a ação antiinflamatória da aspirina reduz o aparecimento de placas no cérebro, associadas ao Alzheimer. As conclusões dos especialistas partiram da revisão de seis estudos envolvendo 13.499 pessoas, entre as quais 820 apresentaram a doença.

O coordenador do trabalho, Peter Zandi, da Faculdade de Saúde Pública de Bloomberg, em Baltimore, disse que os resultados são “consistentes”. “Os estudos mostraram um risco reduzido de Alzheimer entre os usuários de aspirina”, disse Zandi.

Estudos anteriores apontaram que a aspirina pode reduzir as chances de ataque cardíaco e ajudar na prevenção do câncer. Os pesquisadores acreditam que ainda há muito o que se investigar sobre os benefícios da aspirina contra o Alzheimer.

“Ainda precisamos entender se é o tamanho da dose, ou o uso prolongado do remédio ou as características do paciente que influencia nos benefícios da aspirina”, acrescentou Zandi. A pesquisa foi publicada na revista especializada Neurology.

BBC Brasil

Memória: Nilton Santos festeja 83 anos

 

Ontem foi o aniversário de Nilton Santos, lenda do Botafogo, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. O lateral-esquerdo bicampeão do mundo de 1958 e 1962 faz 83 anos na luta contra o Mal de Alzheimer, que ameaça seqüestrar-lhe as lembranças para sempre.

Foram cerca de 20 pessoas na suíte da clínica Solar da Gávea. Amigos, esposa, médicos, enfermeiros e torcedores, entre os quais quatro garotos, todos vestidos com o manto alvinegro: os irmãos Guilherme e Maria Antônia e Pedro e Gabriela, que, religiosamente nos dias de jogos do Botafogo, na ida para o Engenhão, visitam Nilton Santos e cumprem um ritual — passar as mãos nas pernas históricas do zagueiro que recebeu o título de “Enciclopédia do futebol”.

O Brasil não esquecerá Nilton Santos jamais.

Alzheimer: Novo remédio reverte sintomas

Um novo remédio, capaz de “pegar carona” nas células, conseguiu reverter os sintomas do mal de Alzheimer no cérebro de camundongos. Se funcionar em humanos, o medicamento pode se tornar uma arma futura contra a doença, acreditam os cientistas.

Os pacientes com Alzheimer têm placas de proteínas no cérebro que se depositam exatamente no local onde os neurônios são destruídos. Os médicos acreditam que a formação dessas placas está diretamente ligada ao avanço da doença.

 O remédio — desenvolvido pelos pesquisadores do Instituto Max Planck de Biologia Molecular e Genética, na Alemanha -– funciona ao bloquear a enzima que controla esses aglomerados de proteínas. O mais difícil, no entanto, foi levar a medicação até o interior das células e até as áreas ricas em colesterol, onde a enzima funciona. “Conseguimos fazer isso com nosso conhecimento da biologia das membranas celulares e essa é a grande inovação”, afirmou ao G1 o líder do estudo, Lawrence Rajendran. 

Os resultados até agora só foram testados em camundongos e a equipe pretende continuar os estudos em animais por um tempo. “Precisamos melhorar como levar o remédio diretamente ao cérebro. Estamos trabalhando nisso nos modelos camundongos”, disse Rajendran. O desafio é transpor a barreira natural que protege o cérebro de substâncias químicas no sangue –- até agora o medicamento só foi usado com injeções diretamente na cabeça; coisa que não seria possível fazer em pessoas.

Se tudo der certo nos testes animais, os em humanos devem levar cerca de dois anos. Se a medicação se provar segura, deve chegar ao mercado dentro de cinco ou dez anos.
A novidade foi apresentada na revista “Science”.

Adesivo para tratar a doença de Alzheimer

A partir desse mês chega as farmácias brasileiras, o adesivo para tratar a doença de Alzheimer.
O tratamento traz uma série de benefícios, como a diminuição dos eventos adversos gastrintestinais comuns às terapias orais, como náuseas e vômitos, e o controle visual da administração do medicamento.

“O medicamento chega na corrente sanguínea diminuindo os eventos adversos das terapias orais, que dificultam a adesão ao tratamento”, explica Dr. Paulo Renato Canineu, vice-presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), professor de pós-graduação em Gerontologia da PUC-SP e diretor clínico e científico do Hiléa.

O adesivo chega às farmácias com mesmo custo de tratamento das cápsulas, de R$ 12,74 por dia (preço máximo ao consumidor com ICMS de 18%).

ODebate

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