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SP é condenado a pagar indenizações a autistas

3yearold_autism_1[1]O Estado de São Paulo foi condenado a pagar indenizações de R$ 15 mil às famílias de dois jovens autistas. Eles permaneceram internados por dois anos em uma entidade conveniada ao Estado voltada a pessoas com deficiência intelectual e autismo. Lá, de acordo com o relato das mães, os jovens receberam um atendimento inadequado.

Laudo do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) de dezembro de 2009 aponta falta de instalações e equipamentos adequados na sala de emergência e armazenamento incorreto de medicamentos, entre outras irregularidades.

A advogada da entidade Casa de David, onde os jovens foram internados, Cleize Hernandes Bellotto, afirma que as declarações não procedem. Segundo ela, o processo aberto pelo Cremesp foi arquivado. ‘Se procedessem, o processo não teria sido arquivado. Não foram constatadas as irregularidades até então alegadas’, diz.

Tratamento

A defensora pública Renata Tibyriçá, responsável pelo caso, conta que os jovens, que têm autismo grave, asseguraram o direito ao atendimento especializado em novembro de 2008 por meio de uma ação que determinou que eles fossem internados na Casa de David. Segundo Renata, as mães ficaram insatisfeitas com o tratamento oferecido aos filhos. Por isso, a defensoria solicitou uma vistoria na instituição e, diante do constatado, pediu a transferência dos pacientes.

No Hospital João Evangelista, para onde foram levados, exames apontaram desnutrição, parasitose intestinal, micose e piolhos. Um dos pacientes apresentava escoriações. ‘A ação é referente à indenização por maus tratos sofridos naquele período. Isso foi comprovado pelo estado em que chegaram à outra instituição’, diz Renata. Para a defensora, a decisão é um precedente importante para alertar que cabe ao Estado fazer uma fiscalização mais direta das instituições conveniadas.

Segundo Cleize, a Casa de David mantém o convênio com a Secretaria Estadual da Saúde desde 1996. A entidade passou a atender autistas em 2008, quando abriu 30 vagas para esses pacientes. Outros 300, que têm outros tipos de deficiência, também ficam internados na instituição. A Procuradoria-Geral do Estado afirma que interpôs recurso de apelação a essa decisão no início do mês e aguarda nova manifestação do Poder Judiciário. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Cientistas anunciam descoberta de sistema que mantém vivas células cancerígenas

Pesquisadores americanos anunciaram nesta segunda-feira que descobriram como manter células cancerígenas vivas em laboratório, uma notícia que gera expectativas entre os cientistas acerca de uma possível descoberta que possa transformar o tratamento do câncer.

Até o momento, a comunidade científica era incapaz de fazer com que as células cancerígenas se desenvolvessem por muito tempo em condições semelhantes ao corpo humano. Os cientistas utilizavam tecidos de biópsia congelados para fazer o diagnóstico e recomendar um tratamento.

O avanço aumenta a esperança de que algum dia os cientistas consigam experimentar remédios em laboratório para matar o câncer nas células cancerígenas de uma pessoa, antes de oferecer ao paciente uma terapia mais adequada.

“Isso será o máximo para a medicina personalizada”, afirma o principal autor da pesquisa, Richard Schlegel, presidente do departamento de patologia do Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center.

“Os tratamentos serão específicos para seus tecidos. Obteríamos tecido normal e cancerígeno de um paciente em particular e selecionaríamos a terapia específica”, afirmou Schlegel à AFP.

“Estamos realmente emocionados com as possibilidades do que possamos fazer com isto”, acrescentou.

O método, descrito na edição on-line da revista científica American Journal of Pathology, parte de um simples método utilizado na pesquisa com células-tronco, disseram os especialistas.

Utilizando esta técnica, que combina células alimentadoras de fibroblasto para manter o tumor vivo e inibidores Rho-quinasa (ROCK) para permitir que se reproduzam, mantiveram-se vivos diversos tipos de cânceres de pulmão, mama, próstata e cólon por um período de dois anos.

Quando tratadas com ambos, tanto as células normais quanto as células cancerígenas voltaram a um estado de “células-tronco”, disse Shlegel. Isso permitiu aos pesquisadores comparar diretamente as células vivas, pela primeira vez.

Os dois elementos haviam sido previamente separados em pesquisas com células-tronco, de acordo com David Rimm, professor de patologia da Universidade de Yale, que escreveu um comentário que acompanha o artigo.

Rimm alertou que é necessário demonstrar o processo para que outros laboratórios possam reproduzir os resultados e que as tentativas de usar diferentes terapias que matam as células cancerosas deixaram de ser “apenas especulação”.

Se outros cientistas puderem reproduzir as experiências – já existem três laboratórios nos Estados Unidos que trabalham com isso -, o avanço poderá ser o prenúncio de uma transformação há muito esperada na maneira como as células cancerígenas são estudadas.

O estudo foi publicado depois de dois anos de pesquisa em colaboração com cientistas dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde) e foi financiado pelo NIH, o departamento de Defesa, a Universidade de Georgetown e o Instituto Nacional do Câncer.

“Um tumor de um paciente é diferente do câncer de outro paciente e esta é uma razão importante falada por tantos ensaios clínicos”, informou Marc Symons, cientista no centro da Oncologia e de Biologia das Células no Instituto Feinstein de Investigação Médica de Manhasset, em Nova York.

“Acredito que é justo dizer que revoluciona a forma como pensamos os tratamentos de câncer”, acrescentou Symons, que não participou da pesquisa.

O câncer é a principal causa de morte no mundo e responsável pelo falecimento de 7,6 milhões de pessoas em 2008, segundo os últimos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Pai de Gianecchini também tem câncer


Gianecchini e o pai, Patão, lutam contra o câncer

O drama do ator Reynaldo Gianecchini vai além de seu problema de saúde. Ele, que foi diagnosticado com Linfoma do tipo Não-Hodgkin, já estava passando pela tristeza de ver seu pai Reynaldo Cisoto Gianecchini, mais conhecido como Patão,  combater a mesma doença.

Patão, que é professor de química, está afastado do colégio onde dá aulas, o Anglo, em Penápolis, interior de São Paulo, para se tratar de um câncer na área do trato digestivo, é o que confirmam fontes ligadas à Contigo! Online.

Reynaldo Gianecchini está internado desde o dia 1º de agosto no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde recebeu a visita da mãe, Heloísa, na tarde desta quarta-feira (10), dia em que foi confirmado o câncer. Segundo informações divulgadas no Jornal Nacional, o ator começará suas sessões de quimioterapia na segunda-feira (15).

Na noite de quarta-feira (10), o ator recebeu duas visitas especiais.Claudia Raia, que estava se preparando para subir aos palcos com o ator, no musical Cabaret, não conversou com a imprensa. Já Marília Gabriela, que viveu um relacionamento de 8 anos com o galã, foi sucinta: “Ele está bem.”

Por conta do tratamento, a peça da qual o ator faz parte, foi cancelada. “Comunicamos que a temporada da peça Cruel está cancelada por tempo indeterminado, por motivo de tratamento médico do ator Reynaldo Gianecchini”, informou comunicado no site do espetáculo.

A autora de novelas Glória Perez e a presidente Dilma Roussef também já superaram câncer no sistema linfático. (CB)

Fonte:Contigo! Online

Saúde: Brasil reproduz célula-tronco sem embrião

Cientistas cariocas produziram pela primeira vez no Brasil uma linhagem de células-tronco de pluripotência induzida. Conhecidas pela sigla iPS – induced pluripotent stem cells, em inglês -, elas são idênticas às cobiçadas células-tronco embrionárias, com a vantagem de que não necessitam de embriões para sua obtenção. Em vez disso, a pluripotência (capacidade para se transformar em qualquer tecido do organismo) é induzida “artificialmente” em uma célula adulta, por meio da reprogramação de seu DNA.

A técnica, segundo o que os pesquisadores revelaram com exclusividade ao jornal  Estado, não reduz a importância do estudo das células embrionárias “autênticas”, mas diminui a necessidade de destruir embriões para a produção de novas linhagens pluripotentes.

Além de facilitar imensamente a produção de células-tronco oriundas dos próprios pacientes, já que não há limite no número de células adultas que podem ser reprogramadas nem é preciso passar pelas complicações técnicas (e éticas) de fabricar ou clonar um embrião para pesquisa.

Apenas quatro outros países já possuem linhagens de células iPS registradas na literatura científica: Japão, Estados Unidos, China e Alemanha. Os pioneiros são os japoneses, da Universidade de Kyoto, que desenvolveram a técnica em células de camundongo, em agosto de 2006, e depois reproduziram o feito em células humanas, em novembro de 2007. Os resultados mudaram completamente o cenário mundial das pesquisas com células-tronco embrionárias, engessadas pelo debate ético em torno da destruição de embriões humanos.

A pesquisa brasileira produziu, simultaneamente, em menos de um ano, uma linhagem iPS de células humanas e outra de camundongo. Ambas serão disponibilizadas gratuitamente para a comunidade científica. O projeto foi realizado nos laboratórios do neurocientista Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e do biomédico Martin Bonamino, da Divisão de Medicina Experimental do Instituto Nacional de Câncer (Inca), com apoio dos alunos de pós-graduação Bruna Paulsen e Leonardo Chicaybam.

Esse é o elemento fundamental – e também o calcanhar de Aquiles – da técnica inventada pelos japoneses: para transformar as células adultas em células pluripotentes (iguais às embrionárias), é preciso introduzir quatro genes em seu DNA, chamados Oct-4, Sox-2, Klf-4 e c-Myc. A única maneira de fazer isso, por enquanto, é infectar as células com vírus atenuados, construídos em laboratório, que carregam os genes para dentro da células e os inserem no seu genoma nuclear. Esses genes funcionam como um software genético, que reformata a célula de volta ao seu estado “original de fábrica” (indiferenciado e pluripotente).

Os vírus usados como vetores para transformar as células morrem logo depois de cumprir sua missão, sem se reproduzir. Mas o problema é que o local de inserção dos genes no genoma é puramente aleatório, o que pode interferir em funções vitais da célula. Se um dos genes entrar em um ponto que interfira com o sistema de controle da divisão celular, por exemplo, há o risco de a célula se tornar cancerígena. “O ideal, para o futuro, é encontrar uma maneira de fazer a reprogramação sem vírus”, explica Bonamino.

No fim das contas, segundo Rehen, as células iPS são idênticas às células embrionárias, capazes de se transformar em qualquer tecido do organismo. Os cientistas esperam, no futuro, aproveitar essa versatilidade para produzir tecidos de reposição geneticamente customizados, que possam ser usados no tratamento de doenças, na recuperação de lesões ou como base para o teste de novos medicamentos in vitro. Como as células seriam provenientes do próprio paciente, não haveria risco de rejeição.

Trabalhos internacionais já mostraram que é possível transformar células de pacientes em células iPS e, posteriormente, transformar essas iPS em neurônios e outras células especializadas de interesse terapêutico.

No caso da pesquisa brasileira, as células humanas usadas na reprogramação eram células renais de uma linhagem tradicional de pesquisa – e não células de doadores vivos. “O primeiro passo era dominar a técnica e aprender a produzir as células”, afirma Rehen. O próximo passo – que ele espera dar em breve – é repetir a dose com células de pacientes com doenças específicas. “Estamos, finalmente, reduzindo o atraso (em relação ao resto do mundo)”, desabafa Rehen. A novidade carioca chega três meses depois de uma equipe da Universidade de São Paulo ter obtido a primeira linhagem brasileira de células-tronco de embriões humanos.

AE

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