A Bertelsmann, empresa alemã de mídia, e a Pearson, sua rival no Reino Unido, estão fundindo a Random House e a Penguin, suas respectivas editoras de livros, numa reação aos desafios surgidos com a revolução dos e-books. Marjorie Scardino, presidente da Pearson, disse que a nova empresa terá mais recursos para investir em publicações digitais, o que poderá incluir o desenvolvimento de uma plataforma virtual para vender livros diretamente aos consumidores ou a criação de um leitor eletrônico para enfrentar o Kindle, da Amazon.
Numa iniciativa que deve desencadear mais consolidação, as empresas anunciaram que 53% da Penguin Random House serão propriedade da Bertelsmann e os 47% remanescentes serão da Pearson, dona do “Financial Times”. Os dois grupos concordaram em conservar suas participações durante pelo menos três anos, depois dos quais a Bertelsmann deverá tentar ampliar sua fatia, de acordo com uma fonte.
A Bertelsmann é a maior multinacional de mídia da Europa e uma das cinco maiores do mundo. Em 2012, a Random House teve um sucesso especular com a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, de EL James, que só nos países de língua inglesa vendeu mais de 30 milhões de cópias – metade das quais em versão digital.
A multinacional alemã nomeará cinco diretores para o conselho da Penguin Random House; a Pearson será responsável por quatro.
“Nossa nova companhia reunirá a experiência de duas das mais bem sucedidas e sólidas editoras comerciais. Essa fusão vai criar uma casa editorial que dará aos funcionários, autores, agentes e comerciantes de livros acesso a recursos sem precedentes,” disse o novo diretor executivo da Penguin Random House, Markus Dohle.
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